TRIPULANTES DESTA MESMA NAVE

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Pelé e o Brasil - José do Vale Pinheiro Feitosa

A consciência crítica sobre a ditadura e o massacre social no nosso país sempre viu Pelé como um mito que não se preocupou com as origens de classe e etnia de sua família. Nunca fez um gesto para denunciar o status quo que sufocava os pobres e nem levantou lebres contra o racismo que se expressa contra a população que se originou na África.

Pelé, um negro e ídolo popular, chegou até falar em amor quando vivíamos uma das situações mais críticas de repressão política. Gostava de aparecer ao lado dos poderosos e andou bem distantes de mitos negros de repercussão mundial como Miriam Makeba que abriu uma luta mundial contra o Apartheid em sua África do Sul.

O que se diz sobre ele no mundo sujo do marketing, associações com empresas, patrocínios e contratos de jogadores é uma corrente que toma energia na mesma fonte dos velhos cartolas do futebol. A face corrupta e mercenária por vezes é assacada contra ele nos meios de comunicação especializado.

Por tudo isso Pelé é posto do outro lado da rua em relação àqueles que lutam por uma vida melhor, por justiça social e por maior igualdade pública. Mas aí é que começa a minha narrativa.

Pelé foi por muitos anos o maior símbolo da capacidade dos negros em todas as sociedades que os discriminam. Pelé, pode ser que não Edson Arantes do Nascimento, mas Pelé é a força da raça, o vitorioso, o gênio aquele ser superior que toda cultura deseja. Especialmente a cultura dos povos explorados e oprimidos.

Pelé, até por ser brasileiro, por vir de um país pobre e sujeito às tempestades dos impérios arrogantes, terminou por representar no imaginário de povos em igual situação a rota da superação histórica. Por isso todo brasileiro que estivesse no mais remoto lugar da Ásia, da África, da América do Sul e até da Europa era automaticamente identificado por Pelé. Pelé era sinônimo de brasileiro.

Esta coisa que o Brasil ainda carrega. De ser este gigante territorial que pode contribuir com outro modo de fazer política. De ser alegre, tolerante, aberto à diversidade, lutar pelo progresso material nacional mas sem comandar a estratégia imperial do domínio e do controle dos povos. Este Brasil mulato, branco, negro, indígena e japonês que é cor de todas as cores.   


Em conclusão: os setores mais progressistas não conseguem ver em Pelé a essência da sua genialidade popular e o mais arraigado pensamento de direita, que deseja ser o Brasil o mero reflexo de um espelho do majestoso imperial do hemisfério norte, vê no nosso povo apenas a sua marcha serviçal. 

"É FOGO" - José Nilton Mariano Saraiva

Numa dessas nossas andanças pelo Brasil, certa vez desembarcamos em Curitiba, a belíssima e agradável capital do Paraná, já à noitinha e com o tempo bastante frio. Em chegando ao hotel, a surpresa: no hall, dentro dos elevadores, nos corredores, nas portas dos apartamentos e, enfim, por todo o prédio, cartazes em letras garrafais anunciavam: “A falta d’agua é fogo”.

De princípio, não demos maior importância, porquanto a prioridade era se acomodar o mais rápido possível e logo partir para conhecer a noite curitibana.
E aí a surpresa: ainda no elevador, o “office-boy” encarregado de transportar as malas, notando o sotaque diferente dos integrantes do grupo, indagou de onde éramos. Ao saber sermos cearenses, do Crato, Fortaleza e tal, identificou-se como também cearense, só que se São Benedito, na Serra da Ibiapaba. Não se conteve e, apontando para o cartaz afixado numa das laterais do elevador, disparou: “Tão vendo isso aí ? É que aqui tá faltando água há vários dias e “eles” tão passando por grande dificuldade” E emendou: ”Eu acho é pouco. Só assim “eles” vão ter consciência do sofrimento que nós, nordestinos, passamos com a seca”. Já instalados, telefonema da portaria reverberava o dito pelo office-boy: “Senhor, queríamos comunicar-lhe que toda a cidade está com problemas de falta d’agua e, assim,  pedimos sua compreensão a fim de consumir o menos possível, só o absolutamente necessário”.

A reflexão nos remete ao drama pelo qual passa o todo poderoso Estado de São Paulo, atualmente no enfrentamento de uma estiagem braba e demorada, com água faltando até para as necessidades básicas e com perspectiva de racionamento iminente. E como o tal São Pedro não tá nem aí para o drama dos paulistanos, a tendência é a coisa piorar.

Mas, como não há mal que dure para sempre, naturalmente a “coisa” passará algum dia; e aí, pode ser que eles deixem de “frescura” e não fiquem a reclamar da transposição das águas do Rio São Francisco, sob o argumento que a Região Nordeste não é prioritária e que se está jogando dinheiro fora com um projeto de tamanho alcance social.


Por enquanto, vão ter que reprisar o lengalenga que ouvimos dos  curitibanos, àquela época:  “A FALTA D’AGUA É FOGO”. 

sábado, 26 de abril de 2014

TESTES PARA ELENCO DE ESPETÁCULO


MONÓLOGOS DAS FLORES VIOLADAS
Drama de Cacá Araújo baseado em fatos reais.

1. Sinopse:

Antônia, Isabel, Alice e Cecília são parte de um universo atormentado e agonizante. Suas histórias são traços da realidade e a elas é imposto o trágico destino de viver à margem da dignidade.

É denso e atormentado o percurso psicológico das personagens: ouvem e repetem vozes e ações, sentem e repelem as agressões e os odores da violência. É a vida que se arrasta ferindo e manchando a inocência... É a morte que, mesmo vindo cedo, demorou demais.

2. Proposta do espetáculo:

A peça, escrita em 2008, foi baseada em fatos reais descritos na série de reportagens intitulada DOCUMENTO BR – HISTÓRIAS DE EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES NAS RODOVIAS FEDERAIS, publicada pelo jornal O POVO, Fortaleza-CE, em 17 de dezembro de 2006.

Sua encenação enveredará pelo naturalismo e se propõe ser uma denúncia que, pelo choque, inspire a reflexão, ações educativas e o funcionamento da justiça.

3. Inscrições:

3.1. As atrizes poderão se inscrever através do endereço eletrônico cacaraujo66@yahoo.com.br ou por meio de mensagem privada aqui nesta página do Facebook, no período de 26 de abril a 10 de maio de 2014. 
3.2. Para efetivar a inscrição, deve-se encaminhar uma breve comunicação contendo: a) nome completo, nome artístico, data de nascimento, endereços (físico e eletrônico), contatos telefônicos, e currículo resumido (até 10 linhas). 

4. Seleção:

4.1. Os testes serão realizados nos dias 17 (sábado) e 18 (domingo) de maio de 2014.
4.2. Feita a inscrição, cada atriz receberá, por via eletrônica, orientações contendo data específica, hora e local, além de textos-base para a composição de uma cena com duração de 3 a 5 minutos.
4.3. Serão selecionadas 04 (quatro) atrizes, que comporão o elenco do espetáculo "Monólogos as flores violadas", com dramaturgia e direção de Cacá Araújo.

Crato-CE, 26 de abril do ano 2014.


Cacá Araújo
Diretor da Cia. Brasileira de Teatro Brincante

+ Informações:
(88) 8801.0897 
(88) 9921.7140 

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Pompeia




J. FLÁVIO VIEIRA

                                               A mulher ralhava, os filhos implicavam.  Aquele hábito diário do velho Vulpino Seabra incomodava toda a família. Lembravam que os tempos agora eram outros, que a violência andava à solta, que com  internet e afins já não se justificava sair flauteando por aí, mal o sol se esgueirava por trás da  serra, ainda espreguiçante. Nem precisava: tinha um Sacolão logo na esquina , e o vendedor de porta em porta com sua  carrocinha. Sentiam-se os familiares   diminuídos, vendo um membro importante da família teimando com um trabalho de vassalo. Principalmente porque os tempos das vacas magras já haviam passado, os velhos tinham se aposentado, os filhos estavam bem colocados: queriam mais era travestir-se de um ar nobiliárquico e apagar de vez , da memória de todos, aqueles passado de liseira. Vulpino, no entanto, fazia ouvidos de mercador. Preparava, com desvelo de ourives, o velho cigarro de palha que dependurava aceso em um dos cantos da boca, pegava a cesta grande, raceada com balaio,  e , num nem “escuto o barulho da mutuca”, partia para o Mercado, antes que os raios sanguíneos escorressem  como uma hemorragia na linha do horizonte.  Desde que se aposentara sempre fora assim. Cedinho trazia para casa frutas e verduras frescas , ainda com o cheiro de terra e de orvalho.
                                               Vulpino trabalhara na agricultura e o convívio com o multicolorido das frutas e verduras , o cheiro doce das primícias terrestres lhe traziam uma profunda paz à alma. Além de tudo, como todo velho, tinha um acordar madrugante e exasperava-se com a preguiça dos demais familiares. No mercado encontrava com os demais companheiros de geração e iam, pouco a pouco, entre um corredor e outro, colocando as fofocas em dia. E havia, ainda, inúmeras outras qualidades. O mercado fazia-se um lugar propício para as contravenções culinárias. Ali tomava o caldo de mocotó logo pela manhã, espantava o anjo da guarda com a primeira bicada de zinebra , com o tira-gosto de buchada ou sarapatel.  Naquele espaço inda não tinham sido descobertos o sal e  o colesterol . A rapadura e doce de leite nunca fizeram mal  ao diabetes. Ademais,  qualquer indisposiçãozinha transitória tinha, logo defronte, a barraquinha das meizinhas : marcela, ipepaconha, boldo, capim santo, hortelã...  Àquelas horas, todos os pecadilhos eram permitidos e nem adiantava os implicadores de sempre virem especular : nunca havia testemunhas de possíveis delitos cometidos. Valia a Lei da Omertà.
                                               Havia ainda uma outra grande atração no Mercado de Frutas. Sempre era possível ir se enxerindo para uma ou outra vendedora. Puxava-se conversa daqui, encomprida uma outra ali e, muitas e muitas vezes, reacendiam-se chamas que se imaginavam totalmente extintas, sufocadas em meio às cinzas dos anos. Vulcões inativos , remexidas placas tectônicas enferrujadas, voltavam a cuspir lava como nos tempos de Pompéia e Herculano.
                                               Por tudo isso, Vulpino não abria mão da viagem matutina. Percebia que vinha um pouco mais de verduras e frutas na cestinha, quando retornava do mercado. Trazia o mistério do frescor das fontes e da erupção súbita dos vesúvios extintos.
Crato, 24/04/14

segunda-feira, 21 de abril de 2014

"Progresso Social": BRASIL x BRICS

BRASIL já ultrapassou com folga a CHINA e a RÚSSIA nos “Indicadores de Progresso Social”, a saber:

1º - Suécia: 64,81 pontos;
2º - Reino Unido: 63,41 pontos;
3º -  Suiça: 63,28 pontos;
4º - Canadá: 62,63 pontos;
5º - Alemanha: 62,47 pontos; ...
18º - Brasil: 52,27 pontos; ...
32º - China: 47,92 pontos;
33º - Rússia: 46,89 pontos; ...
39º - África do Sul: 44,67 pontos;
43º - Índia: 39,51 pontos;
50º - Etiópia: 32,13 pontos.

Estudos internacionais já mostram que o Brasil descolou dos BRICS na redução da desigualdade e no combate à miséria. Segundo o novo “ÍNDICE DE PROGRESSO SOCIAL”, criado pela Harvard Business School, o Brasil é o que mais avança socialmente entre as economias dos BRICS. 

Em vez de analisar indicadores econômicos, entre eles o crescimento do PIB, o índice avalia resultados sociais e ambientais, usando fontes de dados do Banco Mundial e da Organização Mundial da Saúde. “O progresso social será crucial para a ambiciosa estratégia de desenvolvimento do Brasil”, diz o professor da Harvard Business School, Michael Porter, criador da metodologia. Porter trabalha em colaboração com economistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e importantes organizações internacionais de empreendedorismo social, de administração, filantrópicas e acadêmicas.





domingo, 20 de abril de 2014

De 21 a 29 de abril de 2014 o Cariri entra na rota da Dança Nacional. A Associação Dança Cariri realiza a VI edição do Semana D da Dança Cariri


 
A Associação Dança Cariri realiza de 21 a 29 de Abril de 2014 a VI Semana D da Dança Cariri e o II Seminário de Dança. Serão 24 espetáculos, 04 oficinas 01 workshop, 01 aula pública, 01 cortejo, apresentação comunicações e artigos científicos.

Os espetáculos acontecerão nas ruas de Juazeiro do Norte e Crato, nos palcos do SESC Juazeiro do Norte e no Teatro Municipal Salviano Arraes. As oficinas e palestras acontecerão na sede da Associação Dança Cariri.

Serão 09 dias de atividades intensas, onde a região do Cariri cearense recebe artistas e professores de dança de todo país realizando um intercambio com os artistas locais e promovendo o fortalecimento da dança no Ceará/Brasil.

As inscrições das oficinas e palestras são realizadas pelo email associacaodancacariri@gmail.com ou na Associação Dança Cariri – Rua Conceição 1391 Bairro São Miguel – Juazeiro do Norte/Ceará.

Curta, compartilhe e compareça!

Programação

Dia 21/04/2014

10h Oficina de dança contemporânea -  Cia compassos (PE). Local

ADC

 

16h Aula Pública de ballet com Carolina Rocha

Local Praça do Giradouro - Juazeiro do Norte/Ceará

 
17h Espetáculo na Rua

Os brincadores - Cia compassos  (PE) Local -  Pça do Giradouro – Juazeiro do Norte/Ceará

 

Dia 22/04/2014

10h Oficina de Dança Moderna com Arthur Marques (PB/RJ) Local ADC

 
19h Reisado Mestre Lucia terreiro

 
19h30

Solenidade de Abertura

Espetáculo Sete Buracos Cia Compassos (PE)

Local SESC Juazeiro do Norte/Ceará

Dia 23/04/2014

10h Oficina de Dança Moderna com Arthur Marques Local ADC

 

16h Palestra Dança na Universidade: pensando as relações entre a formação profissional e a produção artística no Brasil de hoje.  Prof Dra Helena Katz (SP)

Local ADC

 

19h Apresentação Irmãos Aniceto (CE)

Terreiro Mestre Margarida


19h30 Espetáculo ‘Concêntrico’ Arthur Marques (RJ/PB)

Espetáculo Cajuína Alysson Amancio/Renato Dantas (CE) Local SESC Juazeiro do Norte

Dia 24/04/2014

10h Oficina de Sapateado

com Valeria Pinheiro Local ADC

 

16h Palestra As danças dramáticas populares no Nordeste Prof Dr Oswald Barroso (CE) Local ADC

 

19h30 Espetáculo (S) EM MIM Inspire Arte (CE)

 

Estreia Cacos para um Vitral Comum Unidade Oitão de Teatro (CE)

Local SESC Juazeirodo Norte/Ceará

 

 

 

Dia 25/04/2014

9h Aula de Dança Contemporânea

Dança contemporânea com Erick Brenno Local Teatro Salviano Arraes - Crato

 

10h Oficina de Dança Contemporânea com Sueli Guerra Local ADC

 

16h Palestra O que é dança contemporânea: a narrativa de uma impossibilidade

Prof Dra Thereza Rocha (RJ/CE) Local ADC

19h30

Espetáculo ‘Vata Hetnografia de mim’. Valéria Pinheiro (CE)

Espetáculo ‘O Santuario’ Erik Brenno (PB)

 

Dia 26/04/2014

10h30  Workshop de Jazz / Nilton Cesar

Local Teatro Salviano Arraes - Crato

10h Oficina de Dança Contemporânea com Sueli Guerra/Funarte

Local ADC

 

 

14h Apresentação de Comunicação e artigos científicos

 

Elvis Pinheiro

Renato Dantas

Renata Otelo

João Dantas

Alysson Amancio

Kelyenne Maia

Cecilia Raiffer

 

Local ADC

 

16h Palestra Corpo religado: entre o tradicional e o contemporâneo

 do corpo na dança

Prof Dra Teodora Alves (RN)

Local ADC

 

17h Debate

Dialogos Danças populares e Contemporâneas

Local ADC convidados Valéria Pinheiro, Eleonora Oliveira, Teodora Alves e Alysson Amancio

 

19h30 Espetáculo ‘Por um instante’ Ballare Escola de Artes  

Grupo Gaya – UFRN

Grupo de Dança da UFRN

BR  116 – Revisitado – Alysson Amancio Cia de Dança

Local SESC Juazeiro do Norte/Ceará

 

 

Dia 27/04/2014

10h30 Workshop de Jazz com Nilton Cesar Local Teatro Salviano Arraes - Crato

 

10h Oficina de Dança Contemporânea com Sueli Guerra (RJ)/Funarte

Local Teatro Municipal Crato

 

17h Apresentação Irmãos Aniceto (CE)

Espetáculo na Rua  ALAFIÁ – Work in Progress/ Alysson Amancio Cia de Dança (CE)

Local Largo da RFSA

 

19h30 Solenidade abertura Crato

Homenagem a João do Crato e Wilemara Barros

Grand Pas des Deux Corsário – Ballet Gonzalez com Beatriz Rocha e

 

Cia da Ideia (RJ) Espetáculo Batuque

 

Local: Teatro Municipal Salviano Arraes

Dia 28/04/2014

10h30 Workshop de Jazz com NILTON Local Teatro Salviano Arraes - Crato

10h Oficina de Dança Contemporânea com Sueli Guerra (RJ)/Funarte

Local Teatro Municipal Salviano Arraes Crato/Ceará

 

16h Debate: Profissionalização da dança no Cariri

Convidados: Kelyenne Maia, Luciany Maria, Danielle Esmeraldo, Alysson Amancio

Local Teatro Municipal Salviano Arraes Crato/Ceará

 
19h 30 Espetáculo A cadeirinha e eu - Fauller - Cia Dita (CE)

Espetáculo 'Qualquer tamanho' Cia das Artes Sintra (CE)

Cia de Dança Daniel Telles (CE)

Espetáculo Estados Alterados Cia de Dança Carolina Rocha (CE)

Local Teatro Municipal Salviano Arraes Crato/Ceará

 

Dia 29/04/2014

9h Oficina de Jazz com NILTON

Local Teatro Municipal Crato

 

 

19h30 Aula/Espetáculo

Com Wilemara Barros – Cia Dita (CE)

Local Teatro Municipal Crato

Comemoração dos 50 anos da bailarina cearense Wilemara Barros.
 

 

 

 

sexta-feira, 18 de abril de 2014

Gabriel


Pequena grande homenagem do jornal O POVO (de 18.04.14), ao poeta que se foi, ontem:


“SEM ANOS DE SOLIDÃO - Gabriel, depois de ler você, a humanidade nunca mais se sentiu só”.

quarta-feira, 16 de abril de 2014

UM POUQUINHO MENOS SENADOR ÁLVARO DIAS - José do Vale Pinheiro Feitosa

Tem escrita médica que nem farmacêutico decifra. Existem garatujas que seriam incapazes de decifração até mesmo por Jean-François Champollion que traduziu a Pedra de Roseta e assim revelou a escrita hieroglífica. Ao contrário das lentas e solitárias escritas dos escrivães dos cartórios, alguns médicos brasileiros, enxugando filas de cem clientes, com demandas variadas, riscam nas receitas um cipoal indistinto.

Nos anos eleitorais é lícito, correto e necessário pegar todas as contradições dos adversários. Portanto constranger Dilma, Aécio ou Eduardo é parte do jogo. Mas assim como as receitas médicas, o debate eleitoral precisa apontar caminhos, problemas e soluções.

E tem mais. O receituário médico revela doutrinas e condutas organizadas de modo sistemático sujeitas a conceitos, preconceitos e superáveis no curso dos avanços sociais, políticos e da ciência. Igualmente as práticas políticas quando se expõem as ideias dos candidatos e seus partidos.

Pois não é que o Senador Álvaro Dias do PSDB do Paraná tratou de fazer política com a escrita de um médico cubano como forma de atingir a candidata Dilma Roussef. Acontece que o médico ao solicitar uma ultrassonografia de mama, escreveu “ultrassão dos peitos”.


Mais do que fazer política Álvaro Dias caiu na vala fétida do preconceito. E esta história tem tudo para ter por trás um “profissional de saúde nacional que escreve um português digno da Academia Brasileira de Letras” dando de bandeja a história para o Senador. 

Mafiosas "Excelências" - José Nilton Mariano Saraiva

Agora é oficial. Não se pode ignorar ou tergiversar.

O presidente do Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE), desembargador Luiz Gerardo Pontes Brígido, mostrando ser uma pessoa corajosa e destemida, declarou hoje (15.04.14) à mídia cearense aquilo que todo mundo já sabia, mas evitava imiscuir-se em razão da gravidade de que se reveste a questão e do “peso” dos atores envolvidos: a “corrupção” corria livre, leve e solta nos “plantões” de finais de semana daquela corte (e que a grana disponibilizada era coisa alta e apetitosa), face envolver bandidos de alta periculosidade.

Para se ter idéia do alcance e magnitude do problema, sabe-se que, irmanados, servidores daquela corte, advogados e até dois desembargadores participavam da perigosa quadrilha. O bem montado esquema, visando principalmente beneficiar bandidos envolvidos com o tráfico de drogas e assassinatos, constava da apresentação de “alvarás de soltura” apenas e tão somente no decorrer dos “plantões” dos finais de semana, quando à frente dos trabalhos estivessem os “sortudos” desembargadores que chefiavam o bando.

Para se ter idéia do alcance e propósitos das mafiosas “Excelências”, enquanto em dias normais a média de concessão dos tais “alvarás de soltura” se situava na faixa de 15 ocorrências, durante os “plantões” de final de semana (principalmente à noite) esse número saltava para 70 liberações (fala-se que cada liberação não custava menos que R$ 100.000,00).

Lamentavelmente, já se sabe que face à brandura das nossas leis, o tal “segredo de justiça” prevalecerá e não teremos oportunidade de conhecer quem são os corruptos (já identificados e denunciados ao Conselho Nacional de Justiça).


Agora, aqui prá nós: se tínhamos o Poder Judiciário como um fiel guardião contra os excessos praticados com os menos favorecidos, a quem agora recorrer ???

terça-feira, 15 de abril de 2014

O "GIRO DA RODA" - José Nilton Mariano Saraiva

As recentes e oportunas postagens do Zé Flávio e do Carlos Esmeraldo tendem sinalizar para o tão almejado “recomeço” do Crato (e o seu despertar para uma nova era), porquanto provocadoras de reflexões e debates sobre os erros cometidos no PASSADO e o que poderá ser feito HOJE na perspectiva de que tenhamos  algum FUTURO. 
De um lado, o Zé Flávio foca sua análise no saudosismo e pessimismo dos cratenses, deixando transparecer terem sido fatores determinantes e responsáveis pelo estado de hibernação que acomete a cidade já há uns 40 anos; aproveita a oportunidade e nos chama a atenção para a necessidade do estabelecimento de metas que representem a vocação da cidade, sugerindo cuidados com a Cultura e a Ecologia.
Já a vertente ofertada pelo Carlos Esmeraldo, além de reforçar o explicitado pelo Zé Flávio, basicamente nos direciona à necessidade de “união” do povo cratense em prol da cidade.
Particularmente, entendemos que há, sim, perspectiva de reversão do quadro, desde que nossa população se conscientize da necessidade de engajar-se mais efetivamente nessa luta.
Afinal, como negar que o Crato chegou a esse deplorável estado de paralisia em razão da irresponsabilidade do seu povo no momento de usar sua arma mais importante, o voto.
Sim, porque optar por um quadro político sem nenhum vínculo ou comprometimento mais sério com a cidade (nas eleições proporcionais), ou que na eleição majoritária (prefeito) escolha o candidato levando em conta a tal “tradição famíliar”, como recentemente fez o nosso povo, é algo imperdoável (assim como escolher pessoas despreparadas e que objetivam apenas “se fazer” na política, é crime).
Como mostrou o Carlos Esmeraldo em sua postagem, é através de uma representação política atuante e unida que conseguiremos a tão sonhada alavancagem da economia, E isso representa o quê ??? Ora, implantação de indústrias e atração de empreendimentos comerciais de porte, com a conseqüente criação de empregos, geração de renda, aumento do consumo, movimentação do comércio e, alfim,  benefícios para a cidade, via recolhimento de impostos e taxas. Assim, aumentando sua base arrecadadora, o poder municipal terá condição de investir em novos planos e projetos, que decerto beneficiarão a cidade e seus habitantes. A isso se deu a alcunha de o “giro da roda”. Portanto, façamos a “roda girar”, no Crato, e o resto virá em conseqüência.
Claro que, como mostrou o Zé Flávio, a chegada do progresso tem sua porção dicotômica (ônus-bônus, positivo-negativo e por aí vai), comumente deixando seqüelas, tipo aumento da criminalidade e de roubos, transito caótico e demais mazelas. E aí surge o grande dilema: crescer e se sujeitar a isso tudo (já que decorrência desse mesmo progresso) ou ficar “deitado eternamente em berço esplêndido” (à espera que as coisas aconteçam naturalmente), abdicando do desenvolvimento e tornando-se uma cidade dormitório (como o é o Crato hoje), onde apenas um restrito grupo de pessoas se beneficia. Mas, se optarmos por isso, como o poder municipal arranjará dinheiro até para saldar sua folha de pessoal  ???
Urge, pois, que comecemos a mudar o jogo, via realização de seminários e debates, objetivando “acordar” os habitantes da cidade no tocante a influencia do seu voto quando da escolha dos que nos representação nos mais diversos foros .
Em suma: para nos catapultar do marasmo vigente, educação, política e economia se nos afiguram como complementares e necessários, porquanto essenciais numa possível retomada de crescimento.

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Post Scriptum

“Educando o jovem não será necessário punir o homem” (autor desconhecido).