terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Um Tito Madi, Ciro Monteiro, Rio e São Paulo

Aqui no Rio já me encontram as horas quase da madrugada: 23:54 horas. Aos últimos minutos do dia 16 de dezembro. Hora de trabalhador dormir. Amanhã o batente já se expõe ao sol na sua consistência rija e angulosa.

Como dizia já fechava o barraco quando a Socorro Moreira solta os odores da madrugada num comentário do curso musical da Claude Bloc. Ouvindo Frank Sinatra pela bondade deste irrequieto e intenso trabalhador Dihelson nas madrugadas da Rádio Chapada do Araripe. Um adendo: vocês não imaginam como me delicio com o reencontro dos nossos vocábulos nas voz do nosso locutor falando o prefixo da rádio - xxxápada do araripe. Mas porque aqui fiquei? É que Socorro falou no mito Tito Madi.

Pois seu Tito é um amigo da rua dos nossos dias. Lá em copacabana onde todos os dias íamos deixar os filhos na casa da avó. O Tito e sua cadela na rua Constante Ramos, num cantão que existe junto ao morro do Cabritos. Ele tem um sorriso que lembro de ter visto pessoalmente num outro músico brasileiro: Ciro Monteiro.

A primeira vez, pelo começo dos anos setenta, que fui a São Paulo. Sai do Rio no ônibus da meia noite e passei o dia andando no centrão da cidade indo até o museu do Ipiranga. São João, Vale do Anhaganbaú, Ipiranga, Praça da República, sim, claro em busca de alguma imagem perdida dos anos 60 na Rua Augusta. Estava eu e a Teresa andando em volta da Estação da Luz. Em frente a estação tem o parque e quis saber como se denominava. Olhei para a estação e havia uma fila de passageiros esperando por táxi. Nos dirigimos até lá para fazer a pergunta.

O primeiro senhor da fila eu perguntei. Ele, com um sorriso, explicou-se que não sabia, não era de São Paulo. Era o Ciro Monteiro. Fiquei tão emocianado que devolvi o riso em igual intensidade e disse era que um prazer falar com ele. Ele só sorriso. Me dirige para a Teresa e com entusiasmo a relembrei do Ciro, mas sem dizer o nome. Ela não o conhecia bem e ficou confusa. O Ciro rindo lembrou que aquele rosto era bem conhecido. A Teresa o cumprimentou, saímos na direção do parque e só então ela perguntou como era o nome daquela pessoa do Crato. Era o efeito da minha intimidade com o Ciro.

Mas voltando ao Tito Madi, um pequeno burguês, amigo dos porteiros, querido da vizinhaça, muito educado e dado a bater um agradável papo. Gostava de falar da sua cachorra que também sofria de epilepsia. Sempre que chegávamos na Constante seu Tito era uma referência. Tem uns dois anos que não o vemos, mudou-se para a vizinhança da rua 5 de julho.

"Rio Grande do Sul, vou me embora prá bem longe..."

Balança toda pra andar
Balança até pra falar
Balança tanto que já balançou
Meu coração

A noite está tão fria
Chove lá fora
E essa saudade enjoada
Não vai embora

Você botão de rosa
Amanhã na flor mulher
Jóia preciosa cada um deseja e quer

Ah, você está vendo só
Do jeito que eu fiquei
E que tudo ficou
Uma tristeza tão grande
Nas coisas mais simples
Que você tocou...

Pronto respondi à Socorro.

3 comentários:

  1. José do Vale,

    Gostei de ler o que escreveu, mas isso não é novidade. Tenho sentido porém falta de seus comentários, muito embora eu saiba (ou imagine) que pouco tempo lhe reste para isto.
    Mas isso não é uma exigência... (risos)

    O que gostaria mesmo era que você lesse um e-mail que lhe mandei há uns dois dias.Preciso que me dês uma resposta um pouco urgente.

    Abraço,

    Claude

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  2. Tito, Ciro e João Donato têm o mesmo sorriso.



    "Teus olhos
    São duas contas pequeninas
    guias do meu caminho escuro
    que brilham mais que o luar ...

    Sorriu para mim
    Não disse nada porém
    Fez um jeitinho
    de quem quer voltar...



    Mentira
    foi tudo mentira
    você não me amou ...

    Ah, você está vendo só
    do jeito que eu fiquei
    e que tudo ficou ...

    Até um dia
    até talvez
    até quem sabe ...

    Deixa
    Ciro Monteiro

    Deixa
    Fale quem quiser falar, meu bem
    Deixa
    Deixa o coração falar também

    Porque ele tem razão demais quando se queixa
    Então a gente
    Deixa, deixa,deixa

    Deixa
    Ninguém vive mais do que uma vez
    Deixa
    Diz que sim pra não dizer talvez
    Deixa
    A paixão tambem existe
    Deixa
    Não me deixe ficar triste
    Deixa
    A paixão também existe
    Deixa
    Não me deixe ficar triste


    Senhor Josè do Vale , sua lembrança foi seringa na minha veia !


    (risos)

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  3. *Teus olhos
    São duas contas pequeninas
    Qual duas pedras preciosas
    Que brilham mais que o luar

    São eles
    Guias do meu caminho escuro
    Cheio de desilusão
    E dor
    Quisera que eles soubessem
    O que representam pra mim
    Fazendo
    Que eu prossiga feliz
    Ai, amor
    A luz dos teus olhos

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