segunda-feira, 15 de junho de 2009

Dissolvere

Para Laura

Até agora não derramei uma lágrima.
Mas sinto aberta uma vala no meu peito.

Sei das minhas loucuras.
Do compromisso com o desconhecido.

Deixei ao relento minha alma sedenta
enquanto o corpo desfalecido pedia trégua.

Agora se refaz uma mente pacífica
em meio a destroços que adubam a coragem.

Não há necessidade do perdão
tampouco do conflito.

Aonde for levarei comigo
minhas paredes e minhas formigas.

Confesso sem medo do escuro
que a minha vida nunca tua

e que os meus olhos vivem cegos
desde os primeiros tombos no útero.

Fui um mau menino.
Um Lunático esposo.

A Poesia minha sombra.
Assusta, decerto.

Mas no dia seguinte
é a Ela que peço colo.

Até agora não derramei uma lágrima.
Mas sinto florido um jardim suspenso.

5 comentários:

  1. Poeta,

    Lindo poema para a doce amada, onde o amor rima com o perdão, sempre necessário para aqueles que cometem felonia com a poesia e com a musa, quando, às vezes, elas se tornam incompatíveis.

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  2. Rafael,
    você é um gentleman.

    Um forte abraço,
    meu camarada e meu irmão.

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  3. Essa liberdade
    da qual não abro mão
    Me depara contigo
    sempre que me afasto.

    Essa alma que nunca foi tua
    É vadia, mas vive cega
    tateando a tua ...

    Lágrimas não vertidas
    Ficam invertidas
    no fundo do nada
    Fertilizam canteiros
    em qualquer das praças
    Flores que alimentam
    formigas ...
    No canto dos meus olhos.

    O perdão ,
    se foi feito pra gente pedir ,
    nunca aprendi ...
    Leio em todas as placas do invisível...
    Que o amor resiste !

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Socorro,
    querida sacerdotisa -
    um beijo.

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