sábado, 11 de julho de 2009

poema de amor

o azul que nos teus olhos se desfolha
é a única cópia do céu de que me lembro,
nuvens transidas de desgosto,
onde uma fatia de sol ardia
sobre o amarelo do meu rosto

o azul dos teus olhos foi o meu azar

onde estou?

onde queimei minha alma e a tornei cinzas,
sombra de cinzas?
onde estou, senão no escuro que teus olhos
não alcançam?

estou nu, descalço de mim,

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|trancafiado na tua ausência|
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perdido na linha da calçada,
diante de mil olhos
contemplando migalhas

3 comentários:

  1. Chagas,

    Gosto do seu estilo. Limpo, direto, sensível.

    Abraço,

    Claude

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  2. Claude,

    A escrita é uma via de mão dupla e perigosa, né.
    A gente sempre espera que o texto chegue do outro lado e seja tratado com justiça.
    Mas os textos não carregam em si somente aquilo que pensamos ter colocado neles.
    Eles se tornam mapas, e dependendo do olhar que sobre eles se lança...

    Mas não se pode negar que é sempre bom ser tratado com simpatia.
    Fica a impressão de que se fez a coisa na medida certa, não necessariamente a coisa certa.
    Por isso eu agradeço a forma generosa com que você faz a leitura.

    Abraço.

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  3. Chagas,

    Sou sincera. Não fui generosa no meu comentário. Se o faço, é porque de fato algo tocou algum ponto de minha sensibilidade. Alguma coisa mexeu com minha alma. E foi isso que se deu.
    Creia, gostei deveras. Sem palavras gratuitas, pois não fazem meu estilo.
    Encontrei o mapa de suas palavars e no caminho colhi sorrisos.
    Abraço,
    Claude

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