sábado, 30 de abril de 2011

Tarrabufado em 2740 KHz


Em fins de 1973, o prefeito Sindé Bandeira enviou uma convocação urgente ao locutor Juju Gurgumilho de Veludo: queria vê-lo na prefeitura com máxima brevidade. Só para lembrar: o nosso Juju presidia a gloriosa Rádio Paranaporã de 2740 KHz sempre, segundo seu slogan , “ falando de Matozinho para até adonde Judas perdeu as botinas”. Nosso jornalista começara a vida como camelô, dali pulara para uma profissão bem mais nobre : animador de comício. Do palanque, infuluiu-se , sob a proteção de Sindé, para uma amplificadora na Praça da Matriz que terminou servindo de embrião para o primeiro veículo de imprensa de massa da pequena vilazinha. Primeiro e único, naqueles anos 70. A concessão da Paranaporã viera sob influência política de Sindé Bandeira e fizera-se uma Rádio chapa branca desde seu nascedouro. Juju era um mero testa de ferro do prefeito. O samango Gurgumilho, assim, recebeu a convocação como uma ordem e, de pronto, compareceu a presença do seu general.

Sindé , rápido, explicou a Juju sua preocupação. A Rádio precisava se antenar com o mundo. Não podia ficar apenas transmitindo as missas de domingo, as sessões da Câmara, as partidas de futebol entre Matozinho, Bertioga e Serrinha dos Nicodemos. A rádio não fazia jus ao seu lema : “Paranaporã AM 2740 : Um tarrabufado de audiência “. Havia um esporte que agora estava em voga: o automobilismo. Fittipaldi havia sido campeão mundial de Fórmula 1 em 1972 e tudo indicava tinha enorme chance de vencer novamente em 1974. Dali a uns dois meses haveria o Grande Prêmio Brasil e Sindé foi direto : queria que a Paranaporã transmitisse a corrida direto de São Paulo e com exclusividade para toda a região. Tinha um parente trabalhando na Rádio Gazeta paulista e que lhe prometera dar a logística mínima necessária à histórica transmissão. Juju fingiu entender do assunto e prometeu reunir os integrantes da “Rasga Goela”, sua equipe de jornalismo. Traria, depois, uma proposta para aquele feito que iria colocar, definitivamente, a Paranaporã como o mais importante veículo de mídia em todo interior do estado.

O entusiasmo de Juju começou a arrefecer já na porta do gabinete. A proposta de Sindé era mudança demais para a carroçazinha da Paranaporã. As atividades extramuros da rádio nunca se tinham afastado além dos municípios vizinhos. E mais, ninguém por ali presenciara uma corrida de carros, até porque todos existentes em Matozinho, naqueles tempos, não eram suficientes para preencher nem um grid de largada.Quem diabos lá tinha cacife para transmitir um troço daqueles? Não bastasse isso, ninguém da equipe havia ido sequer para a capital, quanto mais para São Paulo: aquela terra engolideira de gente. Pelo sim, pelo não, Gurgumilho reuniu sua equipe e expôs, ponto por ponto, a ordem que havia recebido do prefeito. Todo mundo refugou: ninguém entendia de corrida , São Paulo era uma selva e todos foram enfáticos : preferiam a demissão a se meter numa enrascada daquele tamanho.

Juju concordava com as aflições gerais, mas não podia levar uma resposta negativa ao dono do pedaço. Lembrou-se, então, de Garibaldo Jurubeba . Ele vivia transmitindo umas corridas de cavalos na redondeza, era locutor de vaquejada em Bertioga , marcador de quadrilhas e chamador oficial de bingos nas quermesses. Vivia atanazando Juju: seu sonho era trabalhar na Paranaporã. Além do mais morara por muitos anos em São Paulo, trabalhando no Brás, como vendedor ambulante, até retornar a Matozinho. Garibaldo apresentava-se como a única salvação de Gurgumilho.

Juju procurou-o e largou a lábia. O homem, no entanto, era liso como muçum , aprendera na selva urbana as técnicas de negociação. Deu uma de Cid Moreira, fez-se difícil e desinteressado. Esticou o mais que pôde as propostas do presidente. Só acedeu quando ficou garantido : seria, na volta, contratado, teria um programa de rádio só seu e passaria a ser diretor de todas as transmissões externas da Paranaporã a partir dali. Juju voltou meio chateado, mas, respirando com mais facilidade, procurou o prefeito e informou que tudo havia se resolvido. O Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1 de 1974 seria transmitido diretamente de Interlagos pela Paranaporã , por “Gari Jurubeba : um balde de informação”.

No início de janeiro, Jurubeba embarcou na Sopa de Seu Duzentos , em busca de São Paulo. Levava todo o equipamento necessário para transmissão. Toda Matozinho estava presente na hora da saída e toda equipe da Paranaporã perfilou-se na praça para assistir à sua partida. Sindé pronunciou um discurso histórico de uma Matozinho antenada com o mundo e com os novos rumos da globalização. Chegando a São Paulo, Garibaldo procurou a casa de uns parentes e se aboletou com eles lá pras bandas de São Miguel Paulista. Entrou ainda em contato com parente de Sindé ,funcionário da Rádio Gazeta , que, na verdade, não negou fogo. Deu-lhe todo o material necessário para ele se ir inteirando da missão. Levou nosso locutor ainda em Interlagos para o cabra tomar pé do que encontraria pela frente. Só aí Jurubeba começou a entender o tamanho do pepino que comprara de Juju. E gelou . Entendeu logo que os nomes dos pilotos eram difíceis, tudo das estranja: Fittipaldi, Clay Regazzoni, Jody Scheckter, Niki Lauda, Ronnie Petterson. Era preciso traduzir aquilo tudo para a língua de Matozinho, se não ninguém entendia.

No dia 27 de Janeiro, cedinho, além de tudo chovendo, com a imprescindível ajuda da Gazeta, Gari se arrumou na cabine de imprensa e começou a transmissão, já com as notícias prévias. Todos os rádios de Matozinho se ligavam na transmissão histórica.

--- “Bom dia, mas muito bom dia mesmo, amigos de Matozinho, do Brasil e do Mundo! Aqui é Gari Jurubeba,montado nas ondas médias da sua Paranaporã, trazendo um balde de informações sobre o Grande Prêmio Brasil de corrida de carros, diretamente de São Paulo. Aqui tá um frio de matar sapo, parece em junho no alto da Serra da Jurumenha! Daqui a pouco vai começar a corrida e os corredores que têm mais chances de ganhar, são Emérson Fio do Padre, Clailton Vive na Zona, Josi da Xereca, Nico de Laura e Romildo Pé no Terço”.

Depois disso, Gari passou a encher lingüiça esperando o começo da corrida. Falou dos patrocinadores, agradeceu à Rádio Gazeta e lembrou que aquele feito só tinha sido possível por conta da atuação do grande prefeito Sindé Bandeira. Armado o GRID de largada, Gari percebeu a dificuldade que teria pela frente. De longe, de capacete, só aqueles pitoquinhos metidos dentro de carro preto, branco, verde, amarelo. Com chuva a visibilidade era ainda mais prejudicada. Enquanto os carros estavam estáticos, Gari com a lista na mão ainda deu uma de entendido. Dada a largada no entanto, misturou-se tudo, em meio à chuva e à velocidade. E a transmissão de Gari Jurubeba foi mais ou menos essa por duas horas seguidas:

---- Lai vem.... vruuummmm.... lai vai...... vrummmmm... Lai vem... vrummmmmmmmmmmm.... Lai vai...... vrummmmmmmm..... Tão anexo.....Vrummmmmm........ deu cangapé............vrummmmmmmmmmmm...... lai vem.......... vrummmmmmmmm... lai vai............. vrummmmmmmmmmm.... o amarelo.... vrummmmm...... o preto........ lai vem.... lai vai..... vrummmmmmmmm...

Quando terminou tudo, na bandeirada final, já exausto, Gari tomou novamente conta da situação.

---- É do Brasil ! Quem ganhou foi nosso Emérson Fio do Padre! E só podia ganhar mesmo, meu povo, ou bicho prá ter sorte é o tal do fi de padre !

De volta a Matozinho, nosso Gari foi recebido com festa pela gloriosa Banda Municipal. A cidade estava felicíssima com o momento histórico que vivenciava. Na praça, a população toda reunida esperando o retorno do jornalista, fogos riscando nos céus. De repente, a sopa de Duzentos aponta na rua trazendo o herói da raça : Gari Jurubeba. Vendo o ônibus aproximar-se um moleque grita da janela de casa:

---- Lai vem....

O povo até que se agüentou, mas quando a sopa passou, com um Jurubeba de dentes à mostra na janela, o moleque gritou para gargalhada geral:

---- Lai vai.... Vrummmmmmmmm....


J. Flávio Vieira

Show comemorativo 5 anos BNB

Em razão deste Show Comemorativo conter a participação de vários artistas, este ENSAIO fotográfico sai com algumas fotos a mais! É uma exceção.

Sobre o Show em si eu gostaria de passar a emoção do que aconteceu lá em palavras, mas talvez não encontrasse fidelidade, então deleitem-se com as imagens, porque eu fui lá e embora fotografando, curti, babei e muito o espetáculo! A palavra é essa "espetáculo"!



















Fotos: Pachelly Jamacaru
"Direitos reservados"

sexta-feira, 29 de abril de 2011

O SHOW DO ANO - 3 dos maiores instrumentistas Cearenses juntos pela primeira vez no CCBNB - Neste Sábado, 30 de Abril - 20Hs‏

O SHOW DO ANO - 3 dos maiores instrumentistas Cearenses juntos pela primeira vez no CCBNB - Neste Sábado, 30 de Abril - 20Hs‏

cartazshowcleivan30abril


O SHOW DO ANO - 3 dos maiores instrumentistas Cearenses juntos pela primeira vez no CCBNB - Neste Sábado, 30 de Abril - 20Hs - no ENCERRAMENTO das Festividades pelos 5 Anos do Centro Cultural Banco do Nordeste - CARIRI

Pompa e circunstância - José Nilton Mariano Saraiva

Produto de uma cultura milenar bastante arraigada em todos os quadrantes do planeta (embora não necessariamente difundida) é comum e tornou-se praxe que o homem, ao decidir-se por casar e constituir família (depois de farrear e brincar à exaustão) procure uma mulher de idade inferior à sua (nem que a “distância” não seja tão grande), até pelo próprio desgaste físico-biológico ao qual a fêmea é submetida no matrimônio (quando, por exemplo, vive e realiza o sonho de tornar-se mãe, desejo de toda mulher) ou, ainda, pela latente sensibilidade e a exacerbada preocupação com a rotina diária da família.
Isto posto, sabemos, de antemão, que alguns, mais românticos e sonhadores, hão de contestar tal tese, alegando “preconceito” por parte de quem a esposa, naquela perspectiva de que, quando existe o “amor verdadeiro”, o “amor pra valer”, a “química necessária”, isso é o de menos, pouco importa, não deve ser levado em consideração.
Os fatos, entretanto, estão aí mesmo pra comprovar e corroborar: embora existam (em qualquer lugar do mundo), são raros os casamentos onde o homem é mais novo que a mulher e, quando tal acontece, normalmente - ressalvadas as famosas exceções de praxe e dignas de encômios, quando os dois vivem felizes para sempre – a tendência é que a indissociabilidade da união vá pro brejo, de forma inexorável (e com doloridas cicatrizes e acusações de parte a parte).
A reflexão acima tem a ver com o mote do dia: o casamento do herdeiro do “trono inglês”, William (28 anos), com a plebéia Kate Middleton (29 anos), numa cerimônia repleta de fausto e pompa, que a TV tratou de transformar num espetáculo de gala, transmitindo-o para todos os continentes, durante horas.
Na oportunidade, à tona vieram alguns “pequenos detalhes”, que vale relembrar: 1) William é filho do “insosso” Charles, aquele que tem cara, jeito e atitudes de babaca, e que largou a bela Diana (mãe do casante de hoje e que, desprezada pelo marido, sapecou-lhe “chifres” a torto e a direito) para juntar-se a uma anciã já casada (Camila, com o dobro da idade dele), e à qual confidenciou (quando ainda casado com Diana), que gostaria de ser o seu “tampax” (para os mais “puros”, que o desconhecem, trata-se de um absorvente íntimo); 2) antes de casar, William e Kate já moraram juntos por uns tempos (os adeptos da virgindade devem tremer nas bases), quando colegas de Universidade, e ela chegou, inclusive, a deixá-lo a ver navios, obrigando-o a implorar-lhe perdão para tê-la de volta (temos aí um futuro “barriga branca” ???); 3) talvez por isso mesmo, ela exigiu (com que intenções ninguém sabe) que fosse abolida do cerimonioso ritual de hoje a cláusula em que publicamente juraria fidelidade ao marido (e assim foi feito); 4) embora falido (ano passado teve um prejuízo correspondente a dez por cento do seu PIB), o “Estado” britânico abriu as torneiras e disponibilizou algo em torno de dezesseis bilhões de reais com a cerimônia, sem contar com o que foi gasto pela própria realeza.
Alfim e ante isso tudo, uma perguntinha tanto simplória quanto realista: como já se tornou comum referir-se e evocar a rainha da Inglaterra quando tratamos de “inutilidade”, “desnecessidade” e/ou “desperdício”, para que existe mesmo a monarquia britânica, com toda a sua cafonice e custo estratosférico ??? Por qual razão não implodi-la de vez, mandando o exército de malandros que a compõem trabalhar duro pra ganhar a vida ???

Casamento

Se a maioria dos britânicos gostam da monarquia deles, vá lá. Maioria é maioria, problema deles.
Mas o servilismo dos canais de televisão do Brasil, todos mostrando o casamento do filho do príncipe, que coisa!
Vá ser capacho assim lá na  ... Cornuália!!!

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Alunos criam sala de aula ao ar livre no Crato


O conceito de aula e de sala de aula parece que vem mudando na Escola Polivalente do Crato, pelo menos na disciplina de artes. Uma ideia que parecia coisa do passado ganha força entre os alunos que é a criação de uma sala de aula ao ar livre. Os alunos aprendem caminhando pelo bairro e também tendo aulas embaixo das árvores.

A proposta de criação de uma sala de aula ao ar livre surgiu após analise, a partir de produções textuais dos alunos avaliando as aulas de artes. Os estudantes apontaram como mais produtivas e prazerosas as atividades realizadas fora da sala de aula. Na Escola Polivalente os professores das diversas disciplinas utilizam para ministrar suas aulas, os laboratórios de Ciências e de Informática, a biblioteca e o Pátio.

A aluna Waleska Lima diz que a ideia é diferente e que os alunos aprendem quando eles tem liberdade. Ela acrescenta que nas aulas realizadas fora da sala, os alunos se concentram mais.

A sala de aula ao ar livre consistirá em aulas embaixo das árvores. O espaço reservado para as atividades receberá pinturas e placas produzidas pelos alunos, além de bancos confeccionados com garrafas PET. Os alunos estão movimentando o bairro Seminário, aonde fica localizada a escola. Uma campanha de arrecadação de garrafas PET está sendo realizada pelos alunos que estão indo de porta em porta recolher as PET, além dos bancos, os materiais serão transformadas em vassouras, vasilhas e depósitos de tintas e também serão utilizadas em experimentos artísticos.

O espaço deverá ser usado pelos professores das diversas disciplinas.

ESPETÁCULO INFANTIL NO TEATRO RACHEL DE QUEIROZ


SERVIÇO:
O MACACO SABIDO (Infantil, 40min) / Texto e Direção de Franciolli Luciano / Teatro Rachel de Queiroz, Crato-CE, 19h30min 28, 29 e 30/abril, e 1º/maio de 2011 / R$ 5,00 (meia e antecipado) - R$ 10,00 (inteira) 
Informações: (88) 8801.0897 - (88) 8848.7966

Padre Cícero do Crato:O Milagre Que as Cartas Santificam os Bilhetes-Wilson Bernardo.

A concepção materialista de um milagre se faz pela sabedoria da crença e na força da fé no que se acredita. São muitos os caminhos que se trilha pelo misticismo dos pedidos e crenças desejadas pelas agruras do sertão nordestino. Na colina do horto, são muitas materializações de um povo esperançoso pela graça e a satisfação dos seus pedidos ofertados pelo divino espírito santo, nos bilhetes e cartas enviados ao santo padre do nordeste, o Cícero Romão. As castas sociais se diversificam, e os preconceitos inexistentes, quando se quer alcançar a graça do milagre, e ai os pedidos vão desde os pessoais e de estéticas como cirurgias plásticas, como também ao que mais se deseja, que são as chuvas de um inverno de farturas. O milagre das águas, de bom inverno de mandiocas, que se faz a farinha e a hóstia, consumada em sangue, que se fez a Meca de peregrinações um sertão estiado em que as farturas estarão sempre no misticismo das imagens santificadas pela crença popular do santo romeiro Padre Cícero Romão Batista.

Imagem viva do Santo Padre Cícero na colina do Horto
A urna em que os romeiros devotos,guardam os pedidos em bilhetes,para a consagração do milagre

Orações ao Pé da estátua do meu Padim Cíço

Detalhes de uma estátua sobrecarregada com o tempo dos cajados messiânicos
O milagre da hóstia são todas as comungações na feitura do místico,sagrado e profano


Wilson Bernardo (Fotografia & Texto)

Meu Bairro:O Centro do Crato...O Começo do Mundo é Aqui,o Final é na China-Wilson Bernardo.

O centro da cidade do Crato tem suas particularidades e seus termômetros políticos, assim como seus fuxicos, conhecido nacionalmente como a Praça Siqueira Campos. A sua concentração de diversas rodas de conversas, que envolvem politica, futebol, religião, vida alheia e seus tradicionais aposentados. Mas o centro não é somente isso, tem seus bares, e seu centro financeiro, concentrado em atacados e varejo. Não quis aqui destacar minuciosamente os seus pontos tradicionais, por isso optei por fotos abertas de locais conhecidos de todos em panorâmicas da cidade, seguindo assim um critério pessoal, esperando não gerar polemicas.

Panorâmica da Av.Duque de Caxias, que dá acesso ao centro e faz parte do centro

Prefeitura Municipal do Crato e o coração comercial do Crato


Centro cultural do Araripe

Banco do Brasil e sua estrutura moderna

Siqueira Campos de outro ângulo

Catedral da Santa Sé, como marco zero da cidade do Crato

Detalhe de suas torres e badalos

Wilson Bernardo (Fotografia & Texto)

"Medalhões" e "Idiotas" - José Nilton Mariano Saraiva

Conta bancária recheada de dólares e euros (daí a incessante “caçada” que lhes empreendem as sempre atentas e expeditas “marias-chuteiras” da vida), já dobrando o “cabo da boa esperança” (em termos de idade avançada), barrigão protuberante (pelos excessos cometidos), indisposição pra queimar calorias (via extenuantes exercícios físicos), farras homéricas que varam a madrugada (predominantemente regadas ao “sexo muito bem pago” e drogas em profusão), “eles” não mais encontram espaço no exigente mercado europeu e só então (e ainda assim), cansados e esbaforidos, lembram da terra-mãe, onde tudo começou, e aonde, a partir de agora, poderão “enganar” ad eternum.
Para tanto, à espreita e de prontidão, já se acham mercenários empresários e corruptos diretores de clubes, sempre acessíveis e dispostos a usufruírem robustos dividendos (financeiros e preferencialmente políticos), que se encarregam de “forrar a mão” de mafiosos jornalistas (e como proliferam, na imprensa esportiva tupiniquim), a fim que notícias sejam paulatinamente plantadas, anunciando-os como o “herói saudoso” que retorna ao “time do coração” (ou até mesmo – por que, não ??? - para atuar no arquirival, numa prova inconteste de “profissionalismo”).
Movida e estimulada pela paixão e irracionalidade latentes, insuflada a torcida do tradicional clube de pronto adere à causa, tratando de relembrar lances e gols de placa de um passado distante, que (intimamente sabem) jamais se repetirão (mas que o fanatismo se encarrega de obscurecer).
Após a assinatura do contrato milionário, a revelação-surpresa e desprovida de qualquer ética ou escrúpulo: como estão “sem ritmo de jogo”, necessitarão de dois a três meses pra “entrar em forma e ficar na ponta dos cascos”; e aí é que se constata que na realidade se acham mesmo é “bichados”, irremediavelmente “baleados”, sem a mínima condição de agüentar o tranco e, pior, indispostos para tal desiderato (porquanto visceralmente “dependentes” potenciais de “substâncias não recomendáveis”, herança maldita do “velho continente”). Ainda assim, durante o “sacrifício” a que se submetem (meros exercícios físicos), exigem o recebimento dos estratosféricos salários religiosamente em dia (como se tivessem a exercer a profissão) enquanto que - como ninguém é de ferro - as “baladas noturnas” se sucedem numa freqüência impressionante, com muito luxo e desperdício (para a infelicidade e protestos dos novos vizinhos (de um lado), e felicidade completa de determinadas “atrizes globais” (de outro); tanto é que uma delas, das mais famosas e requisitadas – e não caiam pra trás – chegou a receber “um apartamento”, pelos relevantes serviços prestados em uma única noitada).
O resto do script todo mundo já sabe: em campo, enquanto os companheiros literalmente “se matam” de correr atrás da “gorducha” (bola), eles “passeiam” ou “caminham” sem maiores preocupações; se alguém tem a “infeliz idéia” de endereçar-lhe o instrumento de trabalho (bola), há que fazê-lo “a domicílio”, sem que haja a necessidade de maiores esforços de sua parte, porquanto, se empreenderem algum excesso poderão romper algum vaso ou tendão; depois do “desfile” pelo tapete verde (por uma ou duas míseras partidas), alegam “cansaço” e exigem repouso absoluto de um ou dois meses para se “recondicionarem” fisicamente (sem que, no entanto, deixem de freqüentar assiduamente a noite). Viajar com os companheiros para atender a algum compromisso do clube, numa praça razoavelmente distante ??? Nem pensar (quando convenientemente não estão na “fisioterapia”, sempre têm que cumprir algum compromisso particular, sob a proteção da imprensa e Diretoria do clube).
E assim esses (podres de rico) “medalhões-heróis” forjados pela mídia esportiva tupiniquim levam a vida na maciota, certamente que gozando da cara dos (lisos)
“idiotas” - todos nós).
Agora, aqui pra nós: você já parou pra imaginar quanto custou cada um dos raros gols de autoria do tal Ronaldo “Pensão” Nazário, Adriano “Pó Puro” ou Ronaldo “Moleque” Gaúcho, depois que retornaram à pátria amada ???
Quanto ???

terça-feira, 26 de abril de 2011

No mato e sem cachorro...

FHC admite possibilidade de fusão entre PSDB e DEM

SAMY ADGHIRNI
DE SÃO PAULO

Atualizado às 21h16.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso admitiu nesta terça-feira que existe a possibilidade de fusão entre o PSDB e o DEM, mas ressaltou que as conversas são "preliminares".

"Existem propostas nesse sentido. São aspectos delicados. Acho que o mais importante é manter a coesão dos partidos e, desde logo, dizer: aconteça o que acontecer, vamos nos manter unidos com certos objetivos maiores. Não sei qual a tendência, se vai haver fusão ou não", afirmou FHC.


FHC admitiu que existe a possibilidade de fusão entre o PSDB e o DEM, mas ressaltou que as conversas são 'preliminares'
FHC admitiu que existe a possibilidade de fusão entre o PSDB e o DEM, mas ressaltou que as conversas são 'preliminares'

Ele, no entanto, negou relatos de que se reuniria amanhã com lideranças do PSDB para discutir a eventual fusão com a outra grande sigla oposicionista.

"Se tem reunião marcada eu não estou sabendo", brincou o ex-presidente.

As declarações forem feitas durante evento no Instituto FHC que debateu a situação política e econômica na Venezuela e recebeu várias lideranças de oposição ao presidente Hugo Chávez.

Mas o ex-presidente deixou claro que sua preocupação mais urgente é a debandada nas fileiras tucanas, em especial a saída do ex-deputado Walter Feldman do PSDB para o PSD, recém criado por Gilberto Kassab.

"Eu acho lamentável a saída de qualquer pessoa, sobretudo de uma pessoa importante. No momento nós devemos fazer um esforço pela coesão. Faço até mesmo um apelo. Não é o momento de ampliar divisões", disse o presidente de honra da PSDB.

"Se quisermos ter um objetivo maior, como têm os venezuelanos hoje, que é de voltar a ter uma situação em que o PSDB possa exercer um papel construtivo na república, temos que estar unidos", afirmou, numa referência à próxima disputa presidencial de 2014.

Segundo ele, "esse esforço implica em que as várias tendências do partido entendem que tendências são normais, que opções por pessoas são normais. O que não é normal é ruptura", acrescentou.

O ex-presidente não discursou durante o evento, mas elogiou os participantes do encontro, em especial a liberdade de tom dos jovens oposicionistas venezuelanos, que fizeram duras críticas a Chávez.

FHC disse que, ao contrário dos jovens venezuelanos, prefere ser cada vez mais prudente com declarações públicas e brincou com a polêmica gerada pelo recente artigo publicado na revista "Interesse Nacional", no qual defendeu que o PSDB desistisse dos votos do "povão" para investir na nova classe média.

"Passei a ser cautelosíssimo. Pensei que ninguém fosse ler", disse, arrancando gargalhadas do auditório.

O "cara" da vez - José Nilton Mariano Saraiva

A excelência, versatilidade, bagagem e comprovada facilidade com que consegue abordar com propriedade, clareza e consistência, uma miscelânea de assuntos, sem que caia no lugar comum ou no emprego banal daquelas “frases-clichês” ou notinhas de pé de página desprovidas de substância às quais muitos recorrem, o credenciam como um intelectual de escol; dá gosto ler seus substanciosos textos.
Recatado, se nos apresenta aparentemente tímido, mas contundente quando chamado a manifestar-se; econômico nas palavras, porém extremamente acessível com aqueles que o procuram, tem sempre uma palavra de estímulo; lhano, embora não se furte a impor-se quando preciso; firme em seus posicionamentos e, paradoxalmente, capaz de ouvir atentamente os que professam um credo diferente do seu; estas, em rápidas pinceladas, algumas das suas características pessoais.
O que mais chama a atenção, no entanto, é o seu olhar social, a sua vocação eminentemente humanista, a sua aguçada sensibilidade para com os problemas enfrentados pelos semelhantes, a sua predisposição de doar-se em favor de uma causa que beneficie os menos favorecidos ou que não tiveram oportunidade de ascensão sócio-econômica. E, certamente imbuído de tal propósito, ao ingressar na academia optou pelas ciências sociais, graduando-se em Direito.
Socialista convicto e de primeira hora, escolheu um partido de viés esquerdista quando decidiu ingressar na política. Sem recursos, mesmo assim foi eleito vereador na cidade do Crato, tendo seu mandato caracterizado pela seriedade no tratamento da coisa pública, pela competência nos questionamentos apresentados, pela busca incessante de respostas às demandas de cunho socialista, pela tentativa de mudar o deplorável “statu quo” vigente. No entanto, atropelado pelo “rolo-compressor” do poderio econômico e da falta de escrúpulos, não logrou reeleger-se, numa prova concreta e acabada da falta de responsabilidade e do pouco caso que a população do Crato dispensa quando chamada a tratar sobre o futuro da cidade.
Agora, entretanto, quando a cidade experimenta mais uma administração caótica, quando o Crato afunda no caos, patina na mediocridade, escorrega na maionese, involui a olhos vistos em todos os aspectos e quadrantes e se acha literalmente parada em termos de geração de investimentos, que propiciem emprego e conseqüente obtenção de renda por parte da sua população, por qual razão não se pensar em alguém com o perfil socialista acima, a fim de geri-la, dar-lhe um ramo, balançar-lhe as estruturas, içá-la do pântano em que a meteram, catapultá-la do marasmo e da incompetência em que a socaram, já há cerca de 40 anos ???
Como cratense “da gema”, pra lá de preocupado com o atual e crítico momento (e bote preocupação nisso), permitimo-nos sugerir que o “cara” da vez, nas próximas eleições municipais, seja um filho de Lavras da Mangabeira, mas radicado no Crato desde a mais tenra idade: José Emerson Monteiro Lacerda (em dobradinha com um Valdetário Siebra, um Marcos Cunha ou outros que compartilhem dos mesmos ideais).
Fica a sugestão.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Documentário registra a Malhação do Judas no Crato


A brincadeira da Malhação do Judas é uma das manifestações que carregam formas de envolvimento da população com a cultura popular. No Crato, a manifestação é realizada em diversos bairros, como é o caso do Alto da Penha, Comunidade do Gesso, Seminário, Gisélia Pinheiro, tendo destaque para a Festa Popular da Malhação dos Judas que é realizado na RFFSA pela Sociedade Cariri das Artes e da Sagrada Família que já tem uma tradição de mais de cem anos e é realizado no Largo da Prefeitura.

Para que as memórias destas manifestações possam fortalecer a identidade cultural da cidade e servir para as pesquisas sobre a cultura popular, a Universidade Regional do Cariri, através do Projeto “No Terreiro dos Brincantes” desenvolvido pela Pró-Reitoria de Extensão - PROEX, Instituto Ecológico e Cultural Martins Filho – IEC e o Coletivo Camaradas será produzido mais um documentário do Projeto.


De acordo com o coordenador do Projeto “No Terreiro dos Brincantes, Alexandre Lucas, o documentário será focado na relação entre a fusão da cultura popular com a cultura de massa. Ele destaca que esse é um dos fatores presentes nesta manifestação e frisa que em cada localidade população vai reinventando formas de manifestar a sua irreverência.


A previsão é que o documentário seja lançado no início de junho, em Praça Pública e contará com a apresentação de espetáculo teatral da Companhia Cearense de Teatro Brincante que tem como coordenador o dramaturgo, folclorista e criador da Festa Popular da Malhação dos Judas que todos os anos escolhe o seu o Judas por via de consulta eleitoral a população.

Serviços:
Universidade Regional do Cariri – URCA
Pró-Reitoria de Extensão – PROEX
Projeto “No Terreiro dos Brincantes”
(88) 31021212

A riqueza e o tempo - Emerson Monteiro


De imaginar que tantos vivam qual quem mata o tempo, o cidadão médio resolve saber o que significa tempo, viver este período quando aqui, neste chão de possibilidades, realizar o que pretende. Porém poucos reconhecem o que pretendem, no entanto. Olham dos lados, atrás, à frente, e olha as águas de vasto oceano, cheios de preocupações, atribulações e desordem. Outros, descem à profundeza do mar e encontram os lenitivos de preencher o estirão da viagem com vaidades, instintos e posses. Já, lá adiante, os que buscam ter a aceitação interna, dentro do mundo de valores e sonhos.
Conquanto alguns poucos descubram a interpretação de que vida e tempo correspondam a uma mesma coisa, pois tempo mostra a cara na saúde e nas condições do corpo, as suas decisões e atitudes levam a pensar que vida e tempo são coisas diferentes. E ignoram os resultados do que realizem.
Noutro bloco, grupo reduzido estuda, trabalha, controla os sentimentos. Graças a esses poucos heróis, o barco permanece vagando na superfície das perguntas, querendo respostas do movimento dos dias e do relógio.
A famosa corrida do vil metal, das intenções materialistas e conceitos ocidentais, contudo, conduz a história, esquecida desses valores, no salve-se quem puder da sobrevivência. Ética e os ideais viraram discursos das manobras eleitoreiras. A classe dominante dos países ocupa os palacetes da ilusão e são poucos os que, de verdade, mandam no pedaço, a gastar o suor do povo em mãos gananciosas. Notícias requentadas, no meio do tempo de televisão, entopem a consciência das gentes. O costume de fabricar bombas e balas acinzenta de gazes as folhas dos calendários. É o tempo, de novo, sendo perdido no vento. Pessoas querendo reverter a marcha dos acontecimentos com propostas pessoais e tomam a si o direito de errar, matar, sem respeito ou responsabilidade.
Por onde andaria o custo dessas ações, ninguém consegue calcular e dizer o nome dos que manipulariam os cordões políticos das manadas vagando perdidas, abandonadas à própria sorte. Depois, chegará o senhor do tempo a pedir satisfação da farra. Filas quilométricas, que vão e que vêm, catam o pão e misturam com as lágrimas. Sim, o tempo perguntará aos surdos e responderá aos mudos suas leis de Eternidade. Quem fez ou deixou de fazer, nos passos das horas, subirá, ladeira acima, qual aquele Prometeu da lenda, a conduzir, nas encostas de elevada montanha, um rochedo que escorregará e voltará ao começo, necessitando subir novamente o velho itinerário.
Há espécie de religiosidade nisso tudo. Elevar o sentido da condição humana aos níveis superiores. Esquecer o quase nada que escorrega pelos dedos e estabelece padrões maiores de compreensão às vulgaridades, que deixaram imaginar as mil alternativas e um só Deus a lhes administrar todo tempo as engrenagens.

domingo, 24 de abril de 2011

JUDAS "SUS" É MALHADO EM CRATO-CE

Com grande participação do povo, Sábado de Aleluia, no Centro Cultural do Araripe (antigo Largo da RFFSA), foi realizada a 11ª Festa Popular da Malhação do Judas, promovida pela Sociedade Cariri das Artes e Cia. Cearense de Teatro Brincante, com o apoio da Prefeitura Municipal do Crato, Secretaria de Cultura e Coletivo Camaradas.


Na edição deste ano o "SUS - Sistema Único de Saúde" foi eleito "Judas" por quase 5.000 votantes, num universo de mais de 13.000 eleitores, o que demonstra a significativa insatisfação popular com a saúde pública. "O que está sendo malhado não é o SUS da lei, do papel, que é maravilhoso, mas o da corrupção, desvio de verbas públicas, postos de saúde precários, irresponsabilidade, filas, humilhação, desprezo, abandono e morte", ressalta o dramaturgo e folclorista Cacá Araújo, idealizador e coordenador geral do evento.  

Duas Catirinas



Uma das mulheres do "Judas"

Personagens folclóricos abrilhantaram o cortejo

Mazé Luna, Cacá Araújo e Espedita Luna

Atores Márcio Silvestre e Franciolli Luciano. Ao fundo, os Irmãos Aniceto dão o tom da brincadeira.

Olhaí Everardo passeando de carroça...

Festa maravilhosa!

Carlos Ângelo, Diogo Stálin, Viúva do Judas e Cacá Araújo

Atores Josernany Oliveira e Kelvya Maia

Atores Felipe Tavares, Joana Neres, Maria Isaura Araújo e Tiago.