sábado, 31 de dezembro de 2011

Que as previsões dos Maias para 12/12/2012 seja tão somente para as maldades do mundo e que cheguemos a 2013 saudáveis e em Paz. Feliz 2012 para todos nós!


Mito 1 sobre 2012Previsão maia do fim do mundo em 2012
O calendário maia não termina em 2012, como alguns afirmaram, e esse povo antigo nunca considerou tal ano como o tempo do fim do mundo, dizem arqueólogos. Mas 21 de dezembro de 2012, (um dia a mais ou a menos) foi, todavia, importante para os maias.
"É a época em que o maior ciclo do calendário maia - 1.872.000 dias ou 5.125,37 anos - acaba e um novo ciclo começa", disse Anthony Aveni, especialista em povo maia e arqueoastrônomo da Universidade Colgate em Hamilton, Nova York.
Os maias registravam o tempo em uma escala que poucas culturas consideraram. Durante o apogeu do império, os maias inventaram a Grande Contagem - um comprido calendário circular que "transplantava as raízes da cultura maia desde a criação do mundo em si", Aveni disse.
Durante o solstício de inverno de 2012, encerra-se a era atual do calendário da Grande Contagem, que começava no que os maias viam como o último período da criação do mundo: 11 de agosto de 3114 a.C. Os maias escreveram essa data, que precedeu sua civilização em milhares de anos, como o Dia Zero, ou 13.0.0.0.0.
Em dezembro de 2012, a longa era termina e o complicado calendário cíclico volta ao Dia Zero, iniciando outro grande ciclo.
"A ideia é que o tempo se renova, que o mundo se renova novamente - muitas vezes após um período de estresse - da mesma forma que renovamos o tempo no dia de Ano Novo ou mesmo na segunda-feira de manhã", disse Aveni, autor de "The End of Time: The Maya Mystery of 2012."
Mito 2 sobre 2012
Continentes em ruptura vão destruir a civilização
Em algumas profecias do fim do mundo em 2012, a Terra se torna uma armadilha mortal ao passar por um "deslocamento de pólos".
A crosta e o manto do planeta irão de repente se deslocar, girando em torno do núcleo externo de ferro líquido da Terra como a casca de uma laranja gira em torno de sua suculenta fruta.
"2012", o filme, imagina um deslocamento polar previsto pelos maias, desencadeado por uma força gravitacional extrema sobre o planeta, graças a um raro ¿alinhamento galáctico" - e por uma radiação solar massiva que desestabiliza o centro da Terra ao aquecê-lo.
A ruptura de oceanos e continentes despeja cidades no mar, arrasta palmeiras para os pólos e gera terremotos, tsunamis, erupções vulcânicas e outros desastres.
Os cientistas descartam cenários tão drásticos, mas alguns pesquisadores têm especulado que um deslocamento mais sutil poderia ocorrer, por exemplo, se a distribuição de massa sobre ou dentro do planeta mudasse radicalmente, devido a, digamos, o derretimento das calotas polares.
O geólogo da Universidade de Princeton Adam Maloof, que estudou extensivamente os deslocamentos polares, disse que a evidência magnética nas rochas confirma que os continentes passaram por um rearranjo drástico, mas o processo levou milhões de anos - lento o bastante para a humanidade não sentir o movimento.
Mito 3 sobre 2012
Alinhamento galáctico revela perdição
Alguns observadores do céu acreditam que 2012 irá se encerrar com um "alinhamento galáctico", que ocorrerá pela primeira vez em 26.000 anos.
Nesse cenário, o trajeto do sol pelo céu pareceria cruzar o que, da Terra, é visto como o ponto médio da nossa galáxia, a Via Láctea, que em boas condições de observação aparece como uma faixa de neblina no céu noturno.
Alguns temem que esse alinhamento de alguma forma exponha a Terra a poderosas e desconhecidas forças galácticas que irão precipitar o seu fim - talvez através de um "deslocamento polar" ou movimento do supermassivo buraco negro do coração da nossa galáxia.
Outros veem o suposto evento sob uma luz positiva, como o prenúncio do despertar de uma nova era na consciência humana. Morrison, da Nasa, tem uma visão diferente. "Não existe nenhum 'alinhamento galáctico' em 2012", ele disse, "ou pelo menos nada fora do comum."
Ele explicou que um tipo de "alinhamento" ocorre durante todos os solstícios de inverno, quando o sol, visto da Terra, aparece no céu próximo do que parece ser o ponto médio da Via Láctea.
Astrólogos podem se entusiasmar com alinhamentos, Morrison disse. "Mas a realidade é que os alinhamentos não são de interesse para a ciência. Eles não significam nada", ele disse. Eles não modificam a força gravitacional, a radiação solar, as órbitas planetárias, ou qualquer coisa que tenha impacto na vida da Terra.
Mas a especulação sobre alinhamentos não é surpreendente, ele afirma. "Fenômenos astronômicos comuns são imbuídos de um senso de ameaça por pessoas que já acreditam que o mundo vai acabar."
Em relação aos alinhamentos galácticos, David Stuart, especialista em povo maia da Universidade do Texas, escreve em seu blog que "nenhum texto ou arte dos antigos maias faz referência a qualquer coisa do tipo."
Mesmo assim, a data final do atual ciclo da Longa Contagem - o solstício de inverno de 2012 - pode ser evidência da habilidade astronômica dos maias, disse Aveni, o arqueoastrônomo. "Não descarto a probabilidade de que a astronomia desempenhou um papel" na escolha de 2012 como o término do ciclo, ele disse.
Astrônomos maias construíram observatórios e, através da observação dos céus noturnos e usando a matemática, aprenderam a prever com precisão eclipses e outros fenômenos celestiais. Aveni observa que a data de início do atual ciclo foi provavelmente associada a uma passagem do zênite solar, quando o sol cruza diretamente sobre nossas cabeças, e sua data de término cairá no solstício de dezembro, talvez intencionalmente.
Essas escolhas, ele disse, podem indicar que o calendário maia está ligado aos ciclos sazonais de agricultura, centrais para a sobrevivência dos povos antigos.
Mito 4 sobre 2012
O Planeta X está em rota de colisão com a Terra
Alguns dizem que ele está por aí: um misterioso planeta X, também conhecido como Nibiru, em rota de colisão com a Terra - ou pelo menos a caminho de uma passagem de raspão destruidora.
Dizem que uma colisão direta iria destruir a Terra. Mesmo uma passagem de raspão, alguns temem, poderia gerar uma chuva de asteróides de impacto mortal, arremessados em nossa direção pelo turbilhão gravitacional do planeta.
Será que esse planeta desconhecido realmente poderia estar vindo em nossa direção em 2012, mesmo passando de raspão? Bem, não. "Não há objeto nenhum por aí", disse Morrison, o astrobiólogo da Nasa. "Essa provavelmente é a coisa mais clara a se dizer."
As origens dessa teoria na verdade antecedem o amplo interesse em 2012. Popularizado em parte por uma mulher que alega receber mensagens de extraterrestres, o fim do mundo relacionado a Nibiru foi originalmente previsto para 2003.
"Se houvesse um planeta ou uma anã marrom ou qualquer objeto que fosse estar no interior do sistema solar daqui a três anos, os astrônomos o teriam estudado na última década e ele seria visível a olho nu hoje." "Não há nada."
Mito 5 sobre 2012
Tempestades solares irão devastar a Terra
Em alguns cenários de desastre para 2012, nosso próprio sol é o inimigo. Nossa amigável estrela vizinha, segundo rumores, irá produzir erupções letais de labaredas solares, que aumentarão o calor sobre os terráqueos.
A atividade solar cresce e diminui segundo aproximadamente ciclos de 11 anos. Grandes labaredas podem de fato danificar as comunicações e outros sistemas da Terra, mas os cientistas não têm indicações de que o sol, pelo menos no curto prazo, irá lançar tempestades fortes o suficiente para fritar o planeta.
"Ao que parece, o sol não está seguindo a programação mesmo", afirmou Morrison, o astrônomo da Nasa. "Esperamos que esse ciclo provavelmente não seja concluído em 2012, mas um ou dois anos depois."
Mito 6 sobre 2012
Os maias tinham previsões claras para 2012
Se os maias não esperavam o fim do mundo em 2012, o que exatamente eles previram para esse ano? Muitos estudiosos que se aprofundaram na evidência dispersa em monumentos maias dizem que o império não deixou um registro claro prevendo que qualquer coisa específica aconteceria em 2012.
Os maias retrataram de fato um desagradável - embora não datado - cenário do fim do mundo, descrito na página final de um texto de aproximadamente 1100, conhecido como Códice de Dresden. O documento descreve um mundo destruído pela enchente, um cenário imaginado em muitas culturas e provavelmente vivenciado, em uma escala menos apocalíptica, por povos antigos. Aveni, o arqueoastrônomo, disse que o cenário não deve ser interpretado literalmente - mas como uma lição sobre o comportamento humano.
Ele associa os ciclos ao nosso próprio período de Ano Novo, quando a conclusão de uma era é acompanhada por atividades frenéticas e estresse, seguidas de um período de renascimento, quando muitas pessoas fazem uma reflexão e resolvem começar a viver de uma maneira melhor. Na verdade, Aveni diz, os maias não eram muito chegados a previsões.
"Toda a escala de registro do tempo é muito direcionada ao passado, não ao futuro", ele disse. "O que é lido nesses monumentos da Longa Contagem são eventos que ligavam os governantes maias a ancestrais e ao divino."
"Quanto mais você planta suas raízes no passado do tempo profundo, melhor você pode argumentar que é legítimo", Aveni disse. "E acho que é por isso que esses governantes maias usavam o tempo da Longa Contagem". "Não se trata de uma previsão fixa sobre o que vai acontecer."

fonte: National Geographic

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Pouso complicado - José Nilton Mariano Saraiva

Estamos no Crato a fim de curtir as "passagem/chegada" de ano.
Como só decidimos vir aos 45 do segundo tempo, evidentemente que não mais encontramos passagem na privatizada e sofrível empresa "Guanabara", daí a opção obrigatória pela empresa aérea Avianca.
Já na saída, quando a aeronave era empurrada pra trás por um daqueles carrinhos que se prestam para esse tipo de serviço, notamos um barulho estranho na parte inferior do avião, como se alguma coisa estivesse emperrando as rodas. Já no ar, no momento do recolhimento do conjunto do trem de pouso/decolagem, novamente o barulho estranho.
Com decolagem às 08:55 hs e previsão de pouso às 09:45 hs, o voo foi uma tranquilidade e de uma pontualidade britânica.
Anunciado o pouso, todos se postaram como recomendam os manuais, com relação à posição do poltrona, uso do cinto de segurança, aparelhos eletronicos e por aí vai. E aí pintou o imprevisto, aquilo que nenhum passageiro de avião quer que aconteça, porquanto apavorante; na hora em que as rodas traseiras tocaram o solo, provocando o atrito com o asfalto, decorreram alguns milésimos de segundos e o avião arremeteu, com força, e paulatinamente ganhou altura (isso depois da aenonave ter tocado o solo).
O silêncio foi sepulcral, e nas faces dos passageiros imediatamente instaurou-se um misto de surpresa e horror; e haja gente rezando, outros com cara de choro, outros com os olhos fechados como se estivessem pressentindo algo desagradável.
Depois de dois ou três angustiantes minutos sem nenhuma comunicação, eis que ressoa a voz do comandante pedindo desculpas, que houvera tido um pequeno problema, mas que dentro de dois minutos a aeronave faria o pouso.
Quando finalmente a terra firme se fez presente, o alívio foi generalizado e todos se perguntavam entre si o que teria havido. Como ninguém indagou nada a tripulação (falta de coragem, medo de permanecer mais uns segundo ali dentro ???) na passagem ousamos encará-los, e aí, indagamos: "O que houve no pouso, causando o arremate; algum problema mais sério ???" (lembram do barulho estranho ao qual nos referimos, quando da saída de Fortaleza ??? Será que o avião da Avianca voou com problemas, só pra cumprir horário ???).
O "sorriso amarelo" dos mesmos denunciava que sim, tanto que a resposta foi aquela que também deve constar dos manuais: problemas com o vento e por questão de segurança preferimos arremeter.
A pergunta é: aqui, na Região do Cariri, nessa época do ano as correntes de vento são tão fortes assim, capazes de impedir o pouso de uma aeronave que pesa toneladas ??? Ou teria havido alguma mancada, algum erro de avaliação dos pilotos ??? Ou será que o trem de pouso dianteiro emperrou na hora do pouso ??? (particularmente entendemos que sim). E o "estado de espírito" dos passageiros que se dirigiam a São Paulo, e que tiveram que ficar na aeronave, como ficou ??? A Avianca emitirá algum "comunicado" relatando para o público a ocorrência ???
De nossa parte, estamos a cumprir a nossa cidadania, colocando publicamente o terror experimentado por todos os passageiros do voo 6377, da Avianca, no percurso Fortaleza-Juazeiro, no dia 30.12.2011.
Estamos tentando manter contato com a TV Verdes Mares e Jornal O POVO a fim de que cobranças sejam feitas à empresa. Se alguém puder nos ajudar, fornecendo e-mail ou telefone, agradecemos desde já.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Esperança significativa - Emerson Monteiro

Sob as irradiações do ano que se aproxima há tendência de falar palavras doces a quem resistiu incólume os derradeiros 365 dias que, pouco a pouco, mergulharam no silêncio do passado. Contraditórios, entretanto, qual esta raça aventureira que habita as léguas deste chão desde o início. Tintos de sangue, troados de canhões, sacudidos de fenômenos naturais. Idos e vividos, transcorrem esses dias no coração das pessoas. Nalgumas, porres homéricos; noutras, fervorosas preces da contrição mais fiel. Raça esquisita, às vezes calculista, supersticiosa. Lava as mãos aos desmandos de elites dominantes, porém chora aos barris quando seu time sofre as derrotas dos campeonatos suburbanos. Ri às gargalhadas diante dos... Ih! quase esquecia que o bom humor anda em baixa e não caberia bem numa comparação. Chora e ri de tudo, ainda que o riso custe caro lá adiante. Bom, isso compõe o enredo das peças encenadas nos palcos dos dias acinzentados ora sofridos. Ninguém queira mover uma palha, pois reagiríamos a ferro e fogo na busca dos direitos negados.

No entanto, vamos nós pelos caminhos do mundo na busca firme dos novos períodos legislativos, novas possibilidades de lucro, outros jornais de manchetes parecidas na relação dos séculos, ruas esburacadas, carros reluzentes, descidas e subidas dos ídolos de barro, flores vivas nos jardins das praças, progressos e civilizações armadas.

Nada melhor, por isso, do que palavras férteis, ricas das fortes doses de imaginação positiva. Florescimento de amores. Luzes de revelações agradáveis. Descobertas de medicamentos poderosos para vencer males do corpo e do espírito. Gostos refinados em músicas inspiradas, ritmos animando as ruas dos movimentos revolucionários. Justiça aprimorando costumes a toda velocidade. Governantes honestos das janelas dos palácios comandando as coletividades em fases incríveis de intensa felicidade; boas administrações públicas afinal. Trabalho envolvente das massas na construção de cidades bonitas, sonhos de morar e passear. Jovens estudiosos a substituir, com sabedoria, os avós e os pais, na festa coletiva da renovação, plena de tranquilidade e paz. Tudo prenúncio, portanto, deste ano que começa cheio de transformação verdadeira na mentalidade humana rumo aos valores brilhantes que adquirimos nas horas anteriores, com sobra de mantimentos. Só a esperança da virtude que supera os erros abandonados. Só o amor em todos, nos dias e meses desta data que logo envolverá de bênçãos o futuro e a história, assim desejo a todos, comigo aqui também.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

O que se fala da policia?




Desde pequeno vi e ouvi falarem mau da policia, seja ela qual for,militar, civil, federal, parece-nos até que o próprio nome polícia vira sempre mote para alguma piada de mau gosto ou mesmo de desprestígio sarcástico nas rodas sociais e nos seriados de TV, nos filmes americanos , a visão que se tem de policia é sempre a de que ou o cara é burro, ou é preguiçoso ou é bandido quando muito é louco como na LOUCADEMIA DE POLICIA, as mídias sempre repassam esse estereótipos para nossa população. Se fizermos um paralelo do que se é produzido no Brasil em termos de cinema, basta-se remeter a TROPA DE ELITE 1, no entanto, para não nos estendermos, quero aqui fazer a defesa desses profissionais de segurança.

Vou falar com propriedade da Policia Militar, instituição a qual servi por 10 anos, é isso mesmo!!, antes de ser professor do estado , comandar greve, estive do lado de lá, não vou me ater aos motivos que me fizeram sair, mas basta dizer que o que fiz foi trocar uma arma que não corrige por outra que evita a correção pelo estado “ o Pincel”. Os policiais militares seguem a mesma ótica do estado burguês criado para garantir a segurança e a ordem das instituições políticas do próprio Estado. A percepção de se garantir a ordem e a segurança para quem depende do estado, ou seja, a população, é repassado para policiais que estão na ponta como a única missão. Enquanto que os coronéis, majores e o auto oficialato da policia se locupletam do poder de policia para fazê-lo de poder político, eles sim sabem usufruir das benesses do poder do estado, salvo as Raríssimas exceções como um Deputado Capitão Wagner Sousa desses, que honra a policia Militar em sua defesa intransigente pela categoria miliciana. Os policiais militares são verdadeiros heróis que inebriados pelo sentimento altruísta insistem em abandonar suas famílias, sua própria segurança em favo de outros que sequer conhecem, saindo de suas casas sem hora e dia para voltar. Esses heróis anônimos são marginalizados por uma sociedade que muitas das vezes comporta-se de forma desdenhosa em não reconhecerem o verdadeiro valor desses servidores públicos da segurança , abnegados pelo que fazem. É preciso, no entanto, cortar na própria carne quando militares se envolvem em desvios de suas condutas.

Vivemos ainda resquícios da ditadura, as academias que deveriam forma profissionais de segurança com uma visão holística da sociedade,compreendendo sua formação e problemas como situação sine qua nom para uma melhora na prestação do serviço essencial de segurança publica, não a fazem por estarem ligadas a um regulamento arcaico e portanto obsoleto de policia. Esse mesmo regulamento militarizado que aprisiona o homem física e ideologicamente, destrói a humanidade existente nele , vira uma maquina e o resultado disso nos já conhecemos. Na última conferência Nacional de Segurança Publica se aprovou uma resolução que traz um indicativo para a desmilitarização e a unificação das policias, creio que seja um avanço, mas muito distante de virar realidade. Por fim, enquanto tivermos uma subcultura nos órgãos de segurança impedindo o reconhecimento desses profissionais como cidadãos que são, com direitos como tantos cidadãos, viveremos esse APARTHEID coordenada pelo TACÃO DO MEDO.

Prof. Samuel Duarte Siebra

Presidente do PC do B-Crato/CE

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Jó, Galileu e Darwin

Da série, "coisas curiosas da Bíblia". Todo mundo conhece a história de Jó, seu sofrimento e resignação, seu amor por Deus, sua fidelidade.

Jó, capítulo 1:
"Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e era este homem íntegro, reto e temente a Deus e desviava-se do mal. "
Jó 1:1

"Estando ainda este falando, veio outro, e disse: Estando teus filhos e tuas filhas comendo e bebendo vinho, em casa de seu irmão primogênito,
Eis que um grande vento sobreveio dalém do deserto, e deu nos quatro cantos da casa, que caiu sobre os jovens, e morreram; e só eu escapei para trazer-te a nova. "
Jó 1:18-19

O Jó resistiu, comeu o "pão que o diabo amassou", depois, tudo se resolveu. Mas aí, eu pergunto, o que é que os filhos de Jó tinham a ver com isso?

Para não dizer que fiquei só na lógica da Bíblia, vamos agora para a lógica da Igreja Católica Apostólica Romana:

Meu Olho de Vidro: albúm de fotos de Jackson Bantim

O fotógrafo e cineasta Jackson "Bola" Bantim está lançando o álbum fotográfico Meu Olho de Vidro.

O álbum foi publicado com a finalidade de presentear os amigos que, por sinal, são muitos, cultivados em mais de 40 anos de atividades culturais desenvolvidas por Bola.

O livro reune imagens clicadas ao longo desta trajetória, incluindo fotos do  meio ambiente e da biodiversidade presente na região do Cariri e de outras paragens, e ícones da cultura local, passando pela culinária, patrimônio edificado e artistas regionais, além de pessoas do povo.

A apresentação do álbum é de Luiz Carlos Salatiel.

Confira alguns momentos eternizados pelo "olho de vidro" de Bola Bantim.











segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

"Suave aperitivo" - José Nilton Mariano Saraiva

Abaixo, um "suave aperitivo" do que você encontrará em "A Privataria Tucana", livro que todo brasileiro deveria ler a fim de tomar consciência da monstruosidade dos crimes de "lesa-pátria" perpetrados pela "tucanhalada" corrupta, sob a égide FHC.
É ladroagem que não acaba mais, com destaque para José Serra, FHC e o "operador-mor" Ricardo Sérgio de Oliveira. E, como dito acima, trata-se apenas de um "suave aperitivo"; no livro tem mais, muito mais, inclusive dezenas de cópias de documentos de há muito em poder da Justiça.
Justiça ??? Justiça ??? Justiça ???
Bom apetite e... cuidado pra não se engasgarem.
********************

“Pensando “vender tudo o que der pra vender”, o governo do PSDB projetou tocar adiante, por exemplo, o BANCO DO BRASIL e a CAIXA ECONOMICA FEDERAL. Ou apenas apequena-los, deixando-os do tamanho de “bancos de segunda linha”. Registrado nos anais do Ministério da Fazenda, o Memorando de Política Econômica, de 8 de março de 1999, no alvorecer do segundo mandato de FHC, descreve um plano de privatização parcial do BB e da CEF. Está no item 18 do documento e consiste na “venda de componentes estratégicos” ou na transformação das duas instituições em “bancos de segunda linha”. (página 37)

“Alguns cases clássicos do processo ajudam a esclarecer o que se passou. Na privatização da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) dos R$ 1,05 bilhão pagos pela maior siderúrgica da América Latina e marco da industrialização nacional no pós-guerra, R$ 1 bilhão era formado por moedas podres. Nos cofres públicos só ingressaram, de verdade, R$ 38 milhões... E como se o incrível habitasse o inacreditável, as moedas podres foram leiloadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social,o BNDES. Nesta matrioshka, nas quais as aberrações brotam uma do interior da outra, o BNDES ainda financiou a aquisição das moedas podres com prazo de 12 anos para pagá-las”. (página 38)

“O controle acionário da Vale foi vendido em maio de 1997, com direito a financiamento oficial subsidiado aos compradores e uso de moedas podres... Custou a bagatela de US$ 3,3 bilhões. Hoje o mercado lhe atribui preço 60 vezes maior, ou seja, rondando os US$ 200 bilhões. A companhia foi privatizada de forma perversa, ATRIBUINDO-SE VALOR ZERO às suas imensas reservas de minério de ferro, capazes de suprir a demanda mundial por 400 anos. Além disso a matéria prima registrou elevação substancial de preço na primeira década do século 21”. (página 70)

“Mostra que a offshore Infinity Trading depositou US$ 410 nil em favor da Franton Interprises do MTB Bank, de Nova York. Dito desta maneira ninguém se dá conta de que estes muitos milhares de dólares significam, de onde vieram e para onde foram. É que os nomes das empresas servem como biombo para seus controladores. O homem atrás da Franton é Ricardo Sérgio de Oliveira. E agora se sabe que quem se esconde atrás da Infinity Trading é o megaempresário Carlos Jereissati, irmão do cacique tucano e ex-senador Tasso Jereissati (PSDB/CE)”. (página 64)

“A comprovação de que Jereissati é o dono da Infinity Trading está estampada em documento oficial. Consta do Relatório 369, da Secretaria de Acompanhamento Econômico, do Ministério da Fazenda, também encaminhado à Justiça. Oculto até agora nos porões do Tribunal de Justiça de São Paulo, o relatório e outros papéis inéditos da CPMI do Banestado confirmam a vinculação. A Infinity Trading, de Jereissati, favoreceu a Fronton, de Ricardo Sérgio, com dois depósitos. O primeiro, de 18 de janeiro de 2000, somou precisamente US$ 246.137,00. E o segundo, no total de US$ 164.085,00, aconteceu em 3 de fevereiro do mesmo ano”. (página 66)

domingo, 25 de dezembro de 2011

Sexta de Rock & Blues (2)




Cariri Blues tocou Luiz Gonzaga, Raul Seixas & Roberto Carlos


 Ranier: Deu os tons do Nordeste no show do Cariri Blues

Guitar man dos Los The Os

Crooner esperto dos L.T.O.

Reprise ampliada do guitar man dos L.T.O.

Nós lá in foto esmaecida

Orlando "Caril" Rafael: tranquilidade a prova de chuva

Sexta de Rock & Blues (1)

Foi no Terraço, espaço de entretenimento cultural que está deixando sua marca na região do Cariri. Produção competente de Kaika. Rapaziada alegre, extrovertida e leve. Por lá estavam Micaelson (Sétimo Selo), Antonio Queiroz (Night Life), Orlando Rafael, Martin Afonso Laet, Estevão (Ex banda Vinil), Fernando Pinto & Marta Freitas e tantos & outros mais.

A seguir, a primeira rodada de foto:

Aquiles Sales, crooner e guitar's heroes da banda Cariri Blues

Los The Os:  Banda boa Pra C#$%&*

Los The Os: Animou mesmo

Doutor Micaelson and me

Escancarando a “CAIXA-PRETA” do Judiciário – José Nilton Mariano Saraiva

Há, sim, embora que tênue e quase se esvaindo, uma luz no fim do túnel. E objetivando que não se apague precocemente, levando de roldão esperanças e sonhos urdidos ao longo de anos de luta, urge e é conveniente que a sociedade avoque pra si a tarefa de dela cuidar com carinho e desvelo. Sim, porque agora a briga é entre “cachorros-grandes” e faz-se necessário que todos nós, cidadãos cumpridores dos seus deveres para com o Estado, tomemos partido por um dos lados, manifestando-nos veementemente e de forma peremptória.
O cenário é o seguinte: de um lado, perfilados estão aqueles sobre os quais não deveria, teoricamente, recair nenhuma sombra de suspeita, quaisquer espécie de dúvida, porquanto presumíveis guardiões da ética, da moralidade, do respeito e dos bons costumes: as “intocáveis excelências” que compõem o pleno do Supremo Tribunal Federal (STF); na trincheira oposta, enfileirada se encontra a turma do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), representado pela sua “desassombrada corregedora”, ministra Eliana Calmon, uma mulher corajosa e desprovida dos velhos vícios que caracterizam as “intocáveis excelências” do Supremo. Com um adendo: aqui, Cézar Peluso acumula as duas presidências, do STF e do CNJ, o que, trocando em miúdos, significa dizer que a ministra Eliana Calmon simplesmente está “batendo de frente” com o próprio superior hierárquico.
A verdade é que, espécie de “estranha no ninho”, a ministra Eliana Calmon começou a tirar o sono de boa parte das “intocáveis excelências” do STF ao sugerir a existência de um "corporativismo ideológico perigosíssimo" nas corregedorias do Poder Judiciário, que favoreceria a infiltração de "bandidos de toga" (que os mortais-comuns já sabíamos existir, mas não podíamos verbalizar, ou receio tínhamos de). Assim o tempo fechou, literalmente, quando ela anunciou que era mais fácil “o sargento Garcia prender o Zorro” do que a sua corregedoria conseguir auditar as contas do tribunal de São Paulo.
É que, nas tais cortes superiores, habituados ao exercício de um corporativismo exacerbado, a jogarem confetes uns nos outros, a se elogiarem mutuamente, a usarem aquela linguagem rebuscada e difícil de ser entendida pelo cidadão-normal (mas propícia à blindagem ou acobertamento de possíveis escorregões internos), eis que as “intocáveis excelências” do STF acusaram o golpe quando a ministra Eliana Calmon declarou que "...o corporativismo é uma visão ideológica. Ideologicamente você parte para defender o Poder Judiciário, e você começa a não ver nada que está ao seu redor. Você não vê sequer a corrupção entrando nas portas da Justiça, porque você acha que, para defender o Judiciário, você tem que manter o magistrado imune às críticas da sociedade e da imprensa. À medida que nós continuamos com o corporativismo, nós estamos favorecendo que as pessoas venham se esconder nessa grande arrumação que fizemos: ''Aqui é muito bom, eu posso fazer e estou fora do alcance da lei''".
É bom lembrar que todo esse movimento começou quando a Corregedora Nacional de Justiça determinou uma devassa em 22 tribunais (o do todo poderoso Estado de São Paulo incluído), objetivando apurar a evolução patrimonial e um possível enriquecimento ilícito de seus integrantes (dentre os quais Ricardo Lewandowski e Cezar Peluso, hoje membros do STF), que teriam recebido verbas que outros não receberam (um milhão de reais, individualmente), por conta de uma ação trabalhista ganha lá atrás (além do que, se dando o privilégio de “cortar a fila”, já que se pondo à frente de outros colegas em melhor colocação).
A varredura provocou a reação indignada da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), que acusa o conselho de quebrar ilegalmente o sigilo bancário e fiscal dos integrantes do Judiciário. Assim, a entidade pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) que anulasse as inspeções, tendo o seu pedido aceito pelo próprio ministro Ricardo Lewandowski, que concedeu liminar suspendendo a investigação iniciada pelo conselho (lembremo-nos que tal decisão beneficiou-o diretamente, porquanto, implicitamente, Lewandowski também suspendia uma investigação sobre pagamentos feitos a vários juízes por conta daquela antiga dívida trabalhista, sob a alegativa de que “ministros de tribunais superiores e do Supremo não podem ser investigados pelo CNJ” - olha aí como eles sempre encontram uma brecha, o tal “pulo do gato”).
Fato é que, a evolução do imbróglio gerou um mau-cheiro tão intenso, assumiu proporções tão delicadas e sérias, que a Presidenta da República Dilma Rousseff resolveu corajosamente manifestar-se, ordenando à Advocacia Geral da União que acione o Supremo Tribunal Federal visando cassar liminar da própria corte que proíbe o órgão de controle externo do Judiciário (Corregedoria) de apurar a conduta de juízes. Segundo o mandado de segurança impetrado pela AGU, investigar é de “interesse direto do povo”.
Disso tudo, a lição que fica é que, alvo dos holofotes de uma sociedade cada vez mais antenada e partícipe, que tem, sim, o direito de saber sobre a veracidade ou não da distribuição irregular de processos, do favorecimento em concursos públicos, das fraudes e até mesmo indícios de enriquecimento ilícito, assim como sobre a venda de sentenças judiciais, as “intocáveis excelências” do STF claramente se mostram incomodadas com a perspectiva de que a “caixa-preta” do Poder Judiciário seja, enfim, escancarada.

E aí, vale ou não a pena você, aí do outro lado da telinha, se manifestar ???

O sangue dos pobres - Emerson Monteiro

Consta na relação dos fenômenos extraordinários atribuídos a São Benedito, o Mouro, santo católico de origem árabe, que, quando administrava a cozinha do Convento dos Capuchinhos onde morava, e após a ceia dos monges eremitas, ele sempre oferecia aos pobres que habitavam as comunidades próximas sopa por demais substanciosa. Famintos, saciariam a fome diante da boa vontade daquela refeição caritativa dos inícios de noite. O meio que religioso utilizava era reaproveitar as sobras que ficavam da preparação dos alimentos principais, restos de verdura, gorduras de carnes, caldos de fervuras, substâncias que de comum seriam jogadas fora.

Os noviços responsáveis pelas rotinas do estabelecimento, no entanto, nutriam pouca disposição de, além dos afazeres regulares, ainda pegarem as sobras para constituir a sopa dos necessitados, e dificultavam o trabalho que resultaria no sustento da longa fila andrajosa dos mendigos.

Com isso, aos seus modos humildes, São Benedito, repetia com insistência que eles, os auxiliares, indiferentes, derramavam o sangue dos pobres. Inúmeras vezes aconteciam os conselhos sem clara manifestação de produzirem os devidos frutos.

Até que, belo dia, o frade, utilizando a estopa de limpeza do balcão onde preparavam os pratos, nela recolheu os mantimentos que iriam a caminho da lixeira e, em seguida, com força, espremeu o tecido, às vistas de todos em volta, reafirmando o sempre dizia:

- Meus irmãos, vejam, na verdade, que o que fazem é derramar o sangue dos pobres – enquanto, na mesma hora, escorria sobre a bancada o mais puro e expressivo sangue humano, razão de espanto dos presentes, passando esta a ser uma das ocorrências analisadas com mérito quando da canonização do virtuoso santo.

sábado, 24 de dezembro de 2011

FELIZ NATAL AOS AMIGOS DO CARIRICULT!


 O Natal é a festa das crianças e da divina Criança que se esconde dentro de cada adulto. É altamente inspiradora a crença de que Deus se acercou dos seres humanos na forma de uma criança. Assim ninguém pode alegar que Ele é apenas um mistério insondável, fascinante por um lado e aterrador por outro. Não. Ele se aproximou de nós na fragilidade de um recém-nascido que choraminga de frio e que busca, faminto, o seio materno.  Precisamos respeitar e amar esta forma como Deus quis entrar no nosso mundo. Pelos fundos, numa gruta de animais, numa noite escura e cheia de neve “porque não havia lugar para ele nas pousadinhas de Belém”.
 Mais consoladora é ainda a ideia de que seremos julgados por uma criança e não por um juiz severo e esquadrinhador. Criança quer brincar. Ela se enturma imediatamente com todas as outras, pobres, ricas, japonesas, negras e loiras. É a inocência originária que ainda não conheceu as malícias da vida adulta.
 A divina Criança nos introduzirá na dança celeste e no festim que a família divina do Pai, do Filho e do Espírito Santo prepara para todos os seus filhos e as suas filhas, não excluidos  aqueles que, um dia,  foram desgarrados.

Frei Leonardo Boff

GERALDO JUNIOR: Lançamento Virtual do CD Geraldo Junior - Warakidz...

GERALDO JUNIOR: Lançamento Virtual do CD Geraldo Junior - Warakidz...: O disco foi gravado no Estúdio Making OF Records no Rio de janeiro com Fábio Mesquita e também, no Ibbertson Estúdio no Crato CE e no Estúd...

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Então é natal


O natal é a maior festa da cristandade. Cristãos do mundo inteiro se reunem para festejar o nascimento de Jesus Cristo  o salvador do mundo. È  tempo de alegria, reconciliação, e demonstração de gestos de solidariedade. É tempo de encantamento, magia e realizações de sonhos. É tempo em que a estrela que guiou os reis magos até o menino Jesus, também nos guia para olharmos para dentro de cada um de nós e enxergar o que há de melhor. Enxergar que Jesus está presente dentro de nós e no coração de cada ser humano.

O natal é uma das épocas que mais encanta. São luzes que acendem e se apagam num movimento frenético, apresentando-nos um mundo maravilhoso onde se possa sonhar. As árvores  e casas das cidades estão repletas de todas elas. Os simbolos natalinos estão por todos os lugares. Pinheiros, esculturas de papai noel, guirlandas que enfeitam as portas das casas, os presépios montados no interior ou exterrior das igrejas e nas casas dos povos cristãos, no intuito de relembrar o dia do nascimento de Cristo. As estrelas, bonecos de neves, meias sobre as janelas, iennas, trenós... uma infinidade simbólica que traduz os sentimentos e saudações natalinas. Mas afinal, qual a origem e significado desses artefatos? Por que eles têm o poder de traduzir tanta magia, tanto encantamento? Então vamos conhecer um pouquinho da existência e significados dos principais objetos natalinos e o por que da comemoração do Natal.

Os simbolos e comemorações natalinas estão agregados as festas pagãs da antiguidade, mas precisamente as festas greco-romanas.  No ano de (227 – 275 d.C) no dia 25 de dezembro um imperador romano de nome Aureliano estabeleceu este dia como o dia do nascimento do Sol Invencivel ou simplesmente “Natalis Solis Invcti”, uma das suas principais divindades que era representada pelo sol. Potestade que pelos povos romanos era conhecido por Mitra  e na Grécia por Apolo  deus da luz que representava o sol. Em outras civilizações a data festejava outros seres divinos como Baal, Rã, Utudos, Surya entre outros. No calendário cristão a data foi oficializada como o nascimento de Jesus Cristo por Costantino (317-337 d.C), também  imperador de Roma. Consagrado ao cristianismo Costantino  impôs a doutrina cristã como religião oficial de Roma. 

A ilustre figura do bom velhinho que todas as crianças conhecem por Papai Noel, relembra um generoso senhor de vida e família abastarda, que gostava de ajudar as pessoas com maiores necessidades. Anonimamente o magnânimo senhor, deixava de presente  nas portas de algumas casas saquinhos de moedas de ouro.  Seu nome era Nicolau e a igreja católica o canonizou como são Nicolau por haver sido concedidos alguns milagres em menção do bom velhinho. E  a explicação do seu sucesso com o público infantil é que Nicolau tinha um apreço especial por crianças e as presenteva.

A árvore de Natal ou  pinheiro, ou ainda carvalho, representa a vida e passou a ser simbolo de natal quando ainda no século XV um monge de nome Martinho Lutero, andando pela cidade numa noite de inverno e de céu estrelado vendo a belíssima paisagem exposta, e em meio a tanta neve percebeu a resiliência daquele vegetal que permancia verde mesmo exposta a uma temperatura tão baixa e as estrelas ainda a deixava mais bela. O então religioso cortou-lhe um dos pinheiros levando-o para casa o enfeitou com capuchos de algodão e colocou sobre ela uma estrela para celebrar a vida. 

As guirlandas postas sobre as portas das casas na verdade é de origem pagã e foram introduzidas pelos drúidas antigos sacerdotes que acreditavam na influência dos maus espíritos sobre a vida das pessoas. Para se proteger dessa maldição os sacerdotes drúidas faziam guirlandas com ervas que ajudavam a afastar os maus espíritos. Com as guirlandas postas sobre as portas, aquela casa estaria protegida de qualquer entidade espiritual perversa.

O tão famoso presépio de Natal é para recordar o nascimento de Jesus em meio a uma mangedoura cercado de animais na presença de Maria sua mãe e José seu pai. Ainda compõem o cenário os pastores e três reis magos. A tradição da montagem do cenário do nascimento de Cristo surgiu no meio cristão através de São Francisco de Assis que mandou confeccionar para rememorar que o maior dos reis de todos o s reinos – Jesus – havia nascido em meio a pobreza e simplicidade. 

Os presentes que são postos em baixo da árvore representam os presentes que o menino Jesus recebeu dos três reis magos que eram incenso, ouro e mirra. E a estrela posta sobre a árvore é a grande guia, que representa o nascimento do salvador, a luz do mundo.

 As comemorações de natal são repletas de significados  e deveras rico em simbologias, pois expressa a gênese de todo o bem, representado na imagem humano divina do Menino Jesus na simplória Manjedoura de Belem. 

A todos do blog um Natal de Paz, esperança e magia.
Ana Cássia!!!




"Sobre deuses, pássaros e gaiolas" (Rubem Alves)

EU NÃO TENHO RELIGIÃO. Não vou a igrejas, não participo de rituais, não acredito nos seus dogmas. Preciso não ter religião para amar a Deus sem medo, com alegria e, principalmente, sem nada pedir. Não tenho religião porque não concordo com as coisas que elas dizem de Deus. Deus é um Grande Mistério. Está além das palavras. Diante do Grande Mistério a gente emudece. Fica em silêncio. Discordo a partir do pronome “ele”. Deus “ele”, masculino? Onde foi que aprenderam sobre o sexo de Deus? Deus tem sexo? Se tem sexo, por que não ela, Deus mulher? Como a mulher do Cântico dos Cânticos? A Igreja Católica não conhece a mulher. Conhece apenas a “mãe” que foi mãe sem ter sido mulher. Deus: por que não uma flor, a mais perfumada? Por que não um mar sem fim onde a vida navega? Místicos houve que disseram que Deus é uma criança que nos convida a brincar... Mas pode ser também que Deus seja música, como pensaram os místicos pitagóricos.
Ter uma religião é falar as palavras sagradas daquela religião e acreditar nelas. AS RELIGIÕES SE DISTINGUEM E SE SEPARAM PELAS DIFERENÇAS DAS PALAVRAS QUE USAM PARA SE REFERIR AO SAGRADO. SE ELAS NADA FALASSEM, SE HOUVESSE APENAS O SILÊNCIO DIANTE DO GRANDE MISTÉRIO, A BABEL DAS RELIGIÕES NÃO EXISTIRIA. Diante do Grande Mistério apenas uma palavra é permitida, a palavra poética, porque a poesia não o diz, mas apenas aponta para ele. O Grande Mistério está além das palavras.
Se tenho uma religião e ela se chama poesia. Por isso, amo a Cecília Meireles, sacerdotisa profana, que quando queria se referir a Deus falava sobre um mar sem fim, misterioso e selvagem. Quem em silêncio contempla o mar sem fim ouve vozes em meio ao barulho das ondas. Também Fernando Pessoa sabia disso. Mas, prestando bem atenção, é possível ver, a voar sobre o mar sem fim, um pequeno pássaro que canta: “Leve é o pássaro: e a sua sombra voante, mais leve. E a cascata aérea de sua garganta, mais leve. E o que lembra, ouvindo-se deslizar seu canto, mais leve...”
Os poetas escrevem em transe: não sabem sobre que estão escrevendo. Faz muitos anos, escrevi um livro para minha filha. Ela tinha 4 anos. Eu iria fazer uma demorada viagem pelo exterior e ela ficou com medo de que eu morresse e não voltasse. Apareceu-me, então, uma estória, “A menina e o pássaro encantado”. Resumida, era assim: era uma vez uma menina que amava um pássaro encantado que sempre a visitava e lhe contava estórias; o pássaro a fazia imensamente feliz. Mas sempre chegava um momento quando o pássaro dizia: “Tenho de ir”. A menina chorava porque amava o pássaro e não queria que ele partisse. “Menina” - disse-lhe o pássaro - aprenda o que vou lhe ensinar: EU SÓ SOU ENCANTADO POR CAUSA DA AUSÊNCIA. É NA AUSÊNCIA QUE A SAUDADE VIVE. A SAUDADE É UM PERFUME QUE TORNA ENCANTADOS A TODOS OS QUE O SENTEM. QUEM TEM SAUDADES ESTÁ AMANDO. TENHO QUE PARTIR PARA QUE A SAUDADE EXISTA E PARA QUE EU CONTINUE A AMÁ-LA, E VOCÊ A ME AMAR..." E partia. A menina, sofrendo a dor da saudade, maquinou um plano: quando o pássaro voltou, lhe contou estórias e, quando ele foi dormir, ela o prendeu numa gaiola de prata dizendo: “Agora ele será meu para sempre”. Mas não foi isso que aconteceu. O pássaro, sem poder voar, perdeu as cores, perdeu o brilho, perdeu a alegria, não mais tinha estórias para contar. E o amor acabou. Levou tempo para que a menina percebesse que ela não amava aquele pássaro engaiolado. O pássaro que ela amava era o pássaro que voava livre e voltava quando queria. E ela soltou o pássaro que voou para longe. A estória termina na ausência do pássaro e a menina se enfeitando para a sua volta.
Minha intenção, ao escrever esta estória, era simples: consolar a minha filha. Mas quando foi publicada ganhou um sentido que não estava nas minhas intenções: começou a ser usada em terapia, com casais possuídos pela ilusão de que, engaiolado, o amor seria posse eterna...
Desde então, passei a presentear noivos com uma gaiola da qual eu arrancava a porta. Mas, passado algum tempo, uma pessoa me disse: “Que linda estória você escreveu sobre Deus!” “Sobre Deus ???”, eu perguntei sem entender. “Sim”, ela me respondeu.
“O PÁSSARO ENCANTADO NÂO É DEUS ??? E AS GAIOLAS NÃO SÃO AS RELIGIÕES NAS QUAIS OS HOMENS TENTAM APRISIONÁ-LO ??? Aprendi, então, da minha própria estória, algo que não sabia: Deus como um Pássaro Encantado que me conta estórias. Amo o Pássaro. Odeio as gaiolas. O Pássaro Encantado não pousa em galhos para cantar. Não é possível fotografá-lo. Canta enquanto voa. Dele, o que temos é apenas a sua leve sombra voante e a cascata aérea de sua garganta... Quando ouço o seu canto, ele já passou. Só é possível vê-lo em seu vôo, por trás. Vai-se o pássaro. Fica a memória do seu canto.
Um pássaro voando é um pássaro livre. Não serve para nada. Impossível manipulá-lo, usá-lo, controlá-lo. Pássaro inútil. E esse é, precisamente, o seu segredo: a sua inutilidade; ele está além das maquinações dos homens. Sua única dádiva é o seu canto. Só faz um milagre, um único milagre: quando, chorando, lhe peço “Passa de mim esse cálice”, ele canta e o seu canto transforma a minha tristeza em beleza. Por isso eu nada lhe peço. Sei que ele não atende a pedidos. O seu canto me basta: ao ouvi-lo transformo-me em pássaro. E vôo com ele...
MAS AÍ VÊM OS HOMENS COM AS SUAS ARAPUCAS E GAIOLAS CHAMADAS RELIGIÕES. E CADA UMA DELAS DIZ HAVER CONSEGUIDO PRENDER O "PÁSSARO ENCANTADO" EM GAIOLAS DE PALAVRAS, DE PEDRAS, DE RITOS E MAGIA. E CADA UMA DELAS AFIRMA QUE O SEU "PÁSSARO ENGAIOLADO" É O ÚNICO "PÁSSARO ENCANTADO" VERDADEIRO...
POR QUE PRENDERAM O PÁSSARO ??? PORQUE O SEU CANTO NÃO LHES BASTAVA. NÃO LHES BASTAVA A BELEZA. NA VERDADE, NÃO O AMAVAM. O QUE OS HOMENS DESEJAM NÃO É A BELEZA DE DEUS. O QUE ELES QUEREM É MANIPULAR O SEU PODER. O QUE ELES QUEREM É O MILAGRE.
O CANTO DO PÁSSARO PODERIA LHES DAR ASAS PARA VOAR. MAS NÃO É ISSO QUE QUEREM. O QUE DESEJAM É O PODER DO PÁSSARO PARA CONTINUAR A RASTEJAR; DEUS, TRANSFORMADO EM "FERRAMENTA". Ferramenta é um objeto que se usa para se atingir um fim desejado. Assim são os martelos, as tesouras, as panelas... O que as religiões desejam é transformar Deus em uma ferramenta a mais. A mais poderosa de todas. A ferramenta que realiza os desejos. Como o gênio da garrafa. POIS NÃO É ISSO QUE É O MILAGRE, A REALIZAÇÃO DE UM DESEJO POR MEIO DA MANIPULAÇÃO DO SAGRADO ??? SÓ É CANONIZADA SANTA UMA PESSOA QUE REALIZOU MILAGRES: O MILAGRE É O "ATESTADO" DO SEU PODER PARA MANIPULAR O DIVINO.
E é assim que as religiões se multiplicam, porque os desejos dos homens não têm fim, e os seus santuários se enchem de santos de todos os tipos, os santos milagreiros são nossos despachantes espirituais, todos eles a serviço dos nossos desejos, atenderão nossos desejos a preço módico, se rezarmos a reza certa e prometermos publicar o milagre em jornal, e pela televisão se anunciam fórmulas, sessões de descarrego, águas bentas milagrosas, exorcismo de demônios, os DJs de cada religião têm uma música na fala que lhes é própria...
Assim, a poesia do canto do "Pássaro Encantado" se transforma em manipulação do "pássaro engaiolado". E não percebem que aquele pássaro que têm dentro de suas gaiolas não é o Pássaro Encantado, que não se deixa engaiolar, porque é como o vento, e voa como quer, e tem uma única dádiva a oferecer aos homens: a beleza do seu canto.
À TRANSFORMAÇÃO DA POESIA EM "MANIPULAÇÃO MILAGREIRA" OS PROFETAS DERAM O NOME DE IDOLATRIA.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

"Tudo pelo poder" - José Nilton Mariano Saraiva

Jovem, sólida formação acadêmica, com “fôlego” pra dar e vender, unanimemente reconhecido (até pelos adversários) como um profissional competente na função que exerce (assessoria de comunicação), mas um tanto quanto ingênuo e romântico para a intensidade e o tipo de desafio lhe anteposto, o vibrante idealista Gosling (Stephen Meyers) sofre um “choque de realidade e desencanto” ao bater de frente com a trapaça, a corrupção, o jogo sujo e a deslealdade do seu superior hierárquico, Hoffman (Philip Seymour), no decorrer da campanha política do governador Mike Morris (George Clooney), candidato do Partido Democrata à Presidência dos Estados Unidos.
Matreiro, experiente, passado na casca-do-alho e essencialmente um mau caráter, Hoffmam é aquele tipo desprovido de quaisquer escrúpulos, desconhecedor do que seja padrões morais e, até por isso mesmo considerado um gênio para aquela espécie de “sujeirada”, onde a palavra dita agora não vale no minuto seguinte e a “ética” mandou lembranças. O tal do “rolo compressor”, na completa acepção do termo, já que capaz de passar por cima da própria genitora, se necessário.
Sua influência é tamanha, que até o próprio governador-candidato a presidente (Clooney), aparentemente detentor de rígidos padrões morais e comportamentais, paulatinamente vê-se obrigado a passar por uma metamorfose impressionante, sob pena de não conseguir chegar lá. E haja concessões, e tome desdizer o que dissera antes, e haja benevolência e esquecimento pra aceitar aliar-se a figuras renegadas há pouco, tudo em nome da vitória final.
Pois bem, lá pras tantas (no auge da campanha), bastou que o idealista Gosling tivesse aceitado encontrar-se (sem maiores compromissos) com o coordenador do comitê do adversário, para que o mundo desabasse sobre ele, já que acusado por Hoffmam de ser um “traíra”, um entreguista e de se achar interessado em "ocupar o meu lugar”. Demissão sumária, sem choro nem vela.
Como houvera se envolvido com uma jovem e bela estagiária, atuante no comitê do candidato, quase que por acaso Gosling descobre a “fórmula mágica” de reverter tal situação; grávida... do governador-candidato a presidente e por ele desprezada, a jovem opta pelo suicídio, devidamente abafado pelo candidato e Hoffman.
Esta a senha para que, a partir de então, Gosling renuncie a toda sua ingenuidade e romantismo e, como bom aluno, passe a adotar o mesmo jogo sujo de que houvera sido vítima: exige do governador-candidato à presidência a demissão imediata de Hoffman (sob pena de “abrir o bocão” para a imprensa, acusando-o da gravidez indesejada e do suicídio da jovem), se auto-nomeia coordenador-chefe em seu lugar e assume as rédeas da campanha a partir dali.
Por essa razão, o bem ritmado e atualíssimo “Tudo pelo Poder”, recentemente lançado, é um desses filmes que marcam e, certamente, deverá ser laureado pela Academia. Se faz merecedor (George Clooney, Stephen Meyers e Philip Seymour têm atuação irrepreensíveis).
Vale a pena conferir.

Vovô Natalino e Natal de Trevas em Matozinho


A notícia chegou em Matozinho ainda pela manhã, quando os burros dos leiteiros ainda cruzavam as ruas, enchendo os bules, de porta em porta. A cidade ficou consternada. Padre Andrelino falecera na capital. Fora pároco de Matozinho , por uns onze meses , em substituição ao Padre Arcelino que adoecera gravemente . A tristeza que se abateu sobre a Vila tinha muitas razões para se multiplicar. Andrelino mal varara os quarenta anos e, na sua passagem meteórica por Matozinho, tinha se irmanado tanto com a cidade que se tornara um matozense honorário, desses que nem precisam receber o título na Câmara Municipal. Por polêmicas ações do seu apostolado, terminara afastado da paróquia e, depois, tido por louco, soube-se ter sido interno em hospital psiquiátrico na capital. O povo nunca se conformou com o triste destino do nosso Arcelino , ainda mais agora quando se divulgou, por baixo dos panos , o motivo do falecimento : suicídio por enforcamento. Caiu, por sobre a cidade, um clima pesado, como todos se sentido atormentados por um novo pecado original. Parecia impensável o trágico fim do sacerdote. Logo ele? Tão alegre , sempre com um sorriso pendente dos lábios, tão repleto de esperanças e idéias novas ! Tão dinâmico e confiante na possibilidade de mudar o curso das coisas e tornar o mundo mais respirável! Por que desistiu de forma tão trágica e categórica?

As rodinhas de praça, as mesas do Bar do Giba e a assembléia da Botica de Janjão até que tentaram trazer uma resposta. As versões, no entanto, são desencontradas e múltiplas , passeiam pelo terreno do homicídio, da psiquiatria, da terapêutica errada e até de uma suposta trama envolvendo grupos de comerciantes e sacerdotes no sentido de por fim à vida dele. Quem sabe , o leitor, não poderia dar uma ajudazinha em desvendar o enigma?

Andrelino assumiu a paróquia de Santa Genoveva e, rapidamente, percebeu-se que era um padre diferente. Criou um Projeto chamado “A Deus o que é de Deus”, administrado pelos próprios diocesanos. Arrecadavam donativos e óbolos que eram doados aos mais carentes, sem qualquer interferência da Diocese. Os administradores descontavam apenas um pequeno valor para manutenção do sacerdote e da Igreja. Acabou com as procissões intermináveis, afastou as beatas do templo e pediu-as se envolverem em movimentos sociais sob pretexto de que ajudar aos mais desfavorecidos já era uma oração. Dispensou, ainda ,as confissões, pedindo aos fiéis que se confessassem diretamente com Deus e suas consciências. Proibiu o corte anual de árvore para montar a bandeira da Santa Genoveva na Festa do Pau da padroeira, aquilo era uma agressão à natureza: montem em cano de PVC! Acabou, também, com as regalias que tinham os matozenses mais ricos: missas domésticas, encomendações especiais, concelebrações em aniversários e solenidades. Vários imóveis doados para Santa Genoveva foram vendidos também , com fins de ajudar às vítimas da inundação do Rio Paranaporã. Cristo não faria isso, perguntou o sacerdote ? Ou ele preferiria ser latifundiário e assistir ao sofrimento e abandono do seu povo ?

No entanto, a gota d´água que entornou o copo do Pe Andrelino, veio no Natal. Taí um consenso , arrancado das rodinhas de bar, praça e botica. É que as mudanças propostas foram enormes, se comparadas aos Natais da tradição. Andrelino brigou com o prefeito Sinderval Bandeira, pois esse criara o que ele chamou de “Natal de Trevas”. Nenhuma iluminaçãozinha na cidade, para lembrar a data, era demais! Em plena época de luzes da China, aquilo era inadmissível! Depois, Andrelino pediu a todos que construíssem árvores de Natal com espécies da própria região : pau d´arco, faveiras, timbaúbas, coração de negro. Pinheiro e Cipreste não tem nada a ver com Matozinho , minha gente ! E mais, não cortassem as árvores que aquilo era uma afronta à vida e a Deus. Desbancou, também, a figura do Papai Noel, um velho broco e cego que só avista criança rica e mais: anda num trenó, puxado por umas tal de rena, no meio da neve. Quem já viu esse tipo de condução? Quem já viu neve? Quem conhece rena, meu povo ? Pode um desgraçado desse vir bater num lugar seco como Matozinho? Mandou buscar, então, uma figura em barro construída por Zé do Carmo, um artesão de Goiânia em Pernambuco, chamada de Vovô Natalino, com cara de nordestino e olhar afável e carinhoso: a partir de hoje, esse é nosso Papai Noel ! O padre, ainda, acabou com o tal de amigo secreto: a partir dali todos os amigos seriam visíveis e declarados. E mais: pediu ( para desespero dos comerciantes )para que a troca de presente cessasse, que aquilo não era coisa de Deus. Trocassem por alimentos e distribuíssem com os pobres, aquilo sim era bem mais condizente com o espírito de Natal. Andrelino lembrou ainda do falso clima de solidariedade quase compulsória desse período. Que as pessoas se tornassem caritativas, mas com espírito libertário: lutassem para que um dia a caridade já não fosse necessária e se substituísse por justiça social. Pediu ainda que a ceia fosse servida na Praça da Sé, numa mesa enorme, lembrando que todos somos irmãos e devemos dividir a mesma mesa. E mais: nada de Panetone, de uvas, de Passas , de Nozes, de vinhos. Vocês acham que foi isso que Cristo comeu na manjedoura? Tragam à nossa mesa o nosso maná do dia a dia : passa-raivas, sequilhos, quebra-queixos, muncunzá, macaúbas, araticum, siriguelas e aluá. É com esse maná que devemos regar o nosso Natal.

O Natal de Trevas , dizem todos, foi o mais iluminado de Matozinho. Logo depois, sabe-se lá porque, Andrelino foi afastado e depois interno no hospício. Aos que lamentaram o enforcamento de Andrelino, alguém lembrou que aquilo nada tinha de estranho: o próprio aniversariante , autor de tantas idéias parecidas, não fora crucificado ? Não era apenas a mesma história que se recontava?

J. Flávio P. Vieira