sexta-feira, 30 de junho de 2023

DO “RUGIR” DO LEÃO AO “MIAR” DO GATINHO – José Nílton Mariano Saraiva 

Durante meses, antes da eleição presidencial de 2022, nos palanques da vida o então candidato à reeleição, Jair Bolsonaro, tal qual um leão ensandecido foi pródigo e incisivo em rugir desafiadoramente contra o constitucionalmente estabelecido, ao ameaçar colocar na rua o “meu exército” (sic), para quem ousasse desafiá-lo ou sequer contestá-lo.

 

Investindo sem qualquer escrúpulo contra tudo e contra todos, o psicopata que na oportunidade estava Presidente da República se detinha, entretanto, em dois alvos preferenciais: o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que, na sua versão, seriam os principais responsáveis por questionar os seus descalabros, as suas diatribes, os seus excessos, as suas irresponsabilidades.

 

Como integrantes das duas cortes citadas, os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes foram seus alvos prediletos, quando aventou, inclusive, a perspectiva de se mover um processo de impeachment contra os mesmos (embora sem nenhuma prova das acusações que proferira contra eles).

 

Já em particular, usando sua condição de Presidente da República, chegou a convocar e receber, em palácio, uma reunião extraordinária com os embaixadores de diversos países que detinham vínculos com o Brasil, onde mentiu desbragadamente sobre as urnas eletrônicas usadas em nossas eleições, já que, na sua opinião, seriam passíveis de fraudes ao final da apuração de cada uma delas (embora ele e os filhos mafiosos hajam sido eleitos com os votos advindos delas, em mais de uma oportunidade).

 

Enfim, enquanto estava no trono e cercado por uma camarilha de generais golpistas, reacionários, ultrapassados e comprovadamente mercenários, rugiu em alto e bom som (Braga Neto, Villas Boas Correia, Augusto Heleno, Pazzuelo, dentre outros).

 

Covarde de primeira hora, medroso, inconfiável e frouxo, ao perder uma eleição onde gastou bilhões de dinheiro público na tentativa de reeleger-se, abandonou a Presidência da República e fugiu do país na calada da noite para os Estados Unidos, onde assistiria de camarote o desfechar de um golpe de estado arquitetado por ele e seus medíocres generais reacionários, cujo objetivo seria reassumir na marra o poder (tanto que Braga Neto chegou a afirmar para os vagabundos acampados em Brasília, em frente ao quartel do Exército, que tivessem paciência que algo ia acontecer em breve).

 

E a prova disso tudo foi materializada quando a Polícia Federal achou com um dos seus principais assessores (Anderson Torres, então Ministro da Justiça) uma minuta detalhada de como se daria o golpe de estado (só que, após 04 meses preso, alegando depressão, saudades das filhas e saúde debilitada, foi incompreensível e esdruxulamente liberado pelo Supremo Tribunal Federal para cumprir prisão domiciliar).

 

Em resumo, agora que a tentativa de golpe foi definitivamente descoberta e esclarecida, Bolsonaro deixou de rugir feito um leão e passou a miar como um gatinho, alegando não ter feito nada de errado, mas que em algumas oportunidades simplesmente estava “brincando” ao incitar o seu “gado”.

 

Com o julgamento sobre a sua inelegibilidade em andamento (em razão das “cabeludas” mentiras e inverdades proferidas quando da reunião extraordinária com os embaixadores estrangeiros), espera-se que não pare por aí; assim, levando-se em conta que está incurso em diversas ações judiciais, é imperioso e necessário colocá-lo na prisão, se possível de segurança máxima (face a alta periculosidade que apresenta), a fim de pagar pelos muitos e graves crimes cometidos.

 

Afinal, e até prova em contrário, para quem atua à margem da lei o lugar apropriado, merecido e correto é mesmo uma prisão de segurança máxima.

sábado, 24 de junho de 2023

PORNOGRAFIA TEM NOME E NÚMERO: TAXA SELIC A 13,75% -  José Nílton Mariano Saraiva

Entre risos e aplausos dos comensais, numa conferência fechada do BTG Pactual, em 25.10.2021, com filhos de grandes empresários (future leaders), André Esteves, dono do BTG Pactual, afirmou de forma peremptória e categórica que sempre é consultado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre qual seria o limite (lower bound) para a queda da taxa de juros no Brasil, atualmente em 13,75% (qualquer dúvida, existe o vídeo na Internet, a quem interessar possa).

Com o barco (Brasil) literalmente à deriva e aparentemente “perdido” sobre o rumo a tomar sobre, o presidente do Banco Central, teria perguntado: “Pô, André, o que você está achando disso, onde você acha que está o lower bound (limite inferior) ???  Ao que o André Esteves sarcasticamente respondeu: “Olha, Roberto, eu não sei onde que está, mas eu estou vendo pelo retrovisor, porque a gente já passou por ele” (ipsis litteris).

Prepotente e arrogante, pra delírio da seleta plateia de endinheirados André Esteves também afirmou que teria recebido uma ligação do todo poderoso Presidente da Câmara Federal, Arthur Lira, procurando saber qual fora a repercussão no mercado sobre a saída de quatro (04) dos principais assessores do Mistério da Economia, por discordarem das decisões do então ministro Paulo Guedes.

Consultado posteriormente, Roberto Campos Neto não só reconheceu as afirmações do dono do BTG Pactual, Luiz Esteves, ao tempo em que argumentou ser essa uma atitude absolutamente “normal” no mercado (ou seja, um “abutre” e potencial beneficiário dos juros altos sugerir ou ditar qual a taxa que quer para as suas aplicações e da sua corriola, inclusive banqueiros internacionais).

Não satisfeito, André Esteves afirmou também ter conversado com Ministros do STF, os quais teriam sido “educados” por ele sobre a importância de um Banco Central independente, ao tempo em que ainda exercitou sua veia humorística ao dizer que “afinal, ninguém é obrigado a nascer sabendo” (ou seja, os senhores ministros do STF eram jejunos no trato da questão e, pois, influenciáveis pelo papo furado de qualquer espertalhão atuante no tal “mercado”).

Fato é que, se fosse séria e quisesse realmente desvendar o mistério da teimosa manutenção de uma taxa de juros pornográfica (já que com a inflação em queda), a mídia tupiniquim não mais deveria dirigir-se ao Roberto Campos Neto, mas, sim, ao André Esteves, sobre qual a política do Bacen em relação à Selic (deixemos de intermediários).

Aliás, também seria interessante e por demais aceitável, procurar se saber quantos BILHÕES de reais o BTG de André Esteves e sua corriola do mercado financeiro têm investido em títulos do governo federal, já que a taxa Selic é determinada por ele (André Esteves) e, pois, quanto mais alta, mais ele e os seus são beneficiados (ou o Brasil seria um país tão surreal que os pobres também detêm portentosas aplicações no mercado financeiro ???).

Alfim, e definitivamente, é chegada a hora de acabar com tanta hipocrisia: André Esteves para a presidência do Banco Central, já.    

sábado, 10 de junho de 2023

 O BANDIDO ERA O JUIZ - José Nílton Mariano Saraiva

Dada à cristalina obviedade, não é necessário que aqueles inseguros e que guardam uma certa reserva no trato da língua pátria recorram aos dicionários da vida a fim de concluírem que, entre outras referências, a palavra “marginal” cognomina ou batiza aqueles que atuam à margem da Lei (elementar, meu caro Watson).

Partindo de tal pressuposto, não há como desconsiderar que a procuradora da república Monique Cheker desde sempre considerou Sérgio Moro um potencial marginal, ao peremptoriamente afirmar, sem papas na língua, que... "Moro viola sempre o sistema acusatório e é tolerado por seus resultados; desde que eu estava no Paraná, em 2008, ele já atuava assim e alguns colegas do MPF do PR diziam que gostavam da “proatividade” dele, e que inclusive aprendiam com isso" (ipsis litteris).

Pois foi assim, sempre atuando ousada e irresponsavelmente à margem da Lei, que Sérgio Moro aterrorizou o Brasil durante anos, ao encaminhar às calendas gregas a presunção de inocência, ao não considerar a obrigatoriedade da existência de provas para se condenar qualquer pessoa, ao ignorar a necessidade de preliminarmente se notificar alguém antes de conduzi-lo coercitivamente, ao banalizar as prisões temporárias para os infelizes que presumivelmente houvessem cometido algum ato ilegal (mesmo sem qualquer prova mas, tão somente, por convicção do Juiz), ao, enfim, autorizar a escuta telefônica ilegal (inclusive da Presidenta da República) e seu posterior vazamento para a mídia, e por aí vai.

Em resumo, e em português curto e grosso, a intimidade da república foi, sim, devassada e estuprada por um oportunista e megalomaníaco juiz de primeira instância no curso da tal Operação Lava Jato, onde, comprovado restou, a posteriori, que O BANDIDO ERA O JUIZ.

Para tanto (e é duro, mas absolutamente necessário reconhecer), Sérgio Moro e seus comparsas (Dallagnol à frente) contou com a covardia e incompreensível omissão do Supremo Tribunal Federal, porquanto,   desde o nascedouro da Operação Lava Jato, ele (Moro) foi useiro e vezeiro em – valendo-se do apelo popular propiciado pelo tema “corrupção” – ousada e conscientemente transgredir diuturnamente o que reza a Constituição Federal, sem que nossa Corte Maior (em tempos outros galhardamente conhecida como guardiã da Constituição Federal), sequer tenha ensaiado alguma admoestação ao próprio (simplesmente porque receosa em desagradar a população, àquela altura embevecida pela propaganda morista).

Foi preciso, então, que uma escuta telefônica clandestina (tantas e tantas vezes usada pelo próprio Sérgio Moro e demais integrantes da quadrilha), e agora captada por um hacker, fosse divulgada na Internet por um blog independente, para que tomássemos conhecimento, atônitos e perplexos, que na 13ª Vara Federal da cidade de Curitiba fora instalado um perigoso ajuntamento de pessoas de índole duvidosa, que, num conluio imoral, promíscuo e ilegal (embora integrantes do Judiciário), objetivavam a tomada do poder (tendo à frente, repita-se, Sérgio Moro e procuradores de justiça adeptos do seu modus operandi, naquilo que ficou conhecido como a “República de Curitiba”).  

Descoberta a falcatrua, e presumivelmente já antevendo um futuro um tanto quanto complicado quando eclodisse a sujeirada da qual foram os “atores principais”, Sérgio Moro e Deltan Dallagnol trataram de fazer o que antes disseram que jamais fariam: ingressar na política (aqui, o Moro na condição de Ministro da Justiça do governo Bolsonaro, que ele houvera ajudado a eleger) tendo, para tanto, renunciado (ambos) aos anos de vínculo no poder judiciário (na verdade, preventivamente buscavam se escudar na tal “imunidade parlamentar”).

Na realidade, e isso o próprio Bozo confirmou posteriormente (ao bateram de frente), o ousado e sonhado “objeto de desejo” de Sérgio Moro seria queimar etapas e “pular” da primeira instância para ministro do Supremo Tribunal Federal.

Fato é que hoje, eleitos Senador e Deputado Federal por alienados eleitores paranaenses, Sérgio Moro e Deltan Dallagnol estão sob os holofotes: Dallagnol teve seu mandato cassado por tentar obstruir a Justiça, renunciando ao Ministério Público mesmo antes de candidatar-se, a fim de fugir das diversas ações em curso contra ele (é, pois, um FICHA SUJA); e Sérgio Moro está às vésperas de ter o mesmo destino, percorrer o mesmo caminho, porquanto seríssimas e múltiplas (com provas) são as denúncias contra seu modus operandi quando no comando da tal Lava Jato.

Alfim, o que se espera é que, ao entardecer desse imbróglio, não tenhamos que se contentar apenas com a sumária cassação dos dois; A CADEIA, SIM, SERÁ O JUSTO E MERECIDÍSSIMO PRÊMIO QUE DEVEM RECEBER por parte do Supremo Tribunal Federal (para o bem de todos e felicidade geral da nação).