E SE O SER HUMANO TIVESSE
“PRAZO DE VALIDADE” ??? – José Nílton Mariano Saraiva
Nesses
últimos dias, as manchetes dos principais jornais do mundo anunciaram com
estardalhaço a verdadeira catástrofe que foi a participação do atual presidente
dos Estado Unidos, Joe Biden, no debate televisivo contra o exótico e fanfarrão
ex-presidente Donald Trump, já visando a próxima eleição presidencial americana,
em novembro próximo.
Claramente
“fora de tempo”, retardado, de raciocínio lento e com flagrantes lapsos de
memória, sem condição nenhuma de pôr as ideias em ordem, o agora “demente” Joe
Biden era o retrato doído, emblemático e cruel do desgaste físico e mental do
ser humano com a passagem do tempo (ele está prestes a completar 82 anos). Lucidez
e agilidade mental mandaram lembranças. A coisa foi tão vergonhosa e vexatória
(e com transmissão para todo o mundo), que os próprios integrantes do partido
democrata já se movimentam pra substituí-lo por um outro candidato que tenha
pelo menos condições de antepor-se ao adversário.
Ainda
a propósito, meses atrás causou estuperfação e deixou muita gente perplexa, a
imagem ao vivo, na TV, do senhor Calos Alberto Parreira, ex-treinador da
seleção de futebol do Brasil, quando do velório do amigo Zagalo.
Olhar
perdido, cadavérico, lento e balbuciante, aquele ex-falante poliglota e ex-atlético
senhor era a imagem perfeita e acabada da sofreguidão experimentada pelo ser
humano com o passar dos anos (e aí nos lembramos de uma nossa conhecida,
“religiosa-raiz” daquelas de rezar o terço todos os dias, assim como
diuturnamente frequentar a Igreja que, ao contrair um câncer super agressivo
no pâncreas, ao ponto de ter que receber
morfina todos os dias, literalmente urrava de dor no leito hospitalar e
perguntava por qual razão o Deus que ela tanto venerara, que ela tanto
difundira, em quem ela depositara tanta fé e tanto confiara, lhe impunha agora tamanho
sofrimento, impedindo-a, inclusive, de acompanhar o desenvolvimento dos filhos
menores).
Após
os dois exemplos encimados, dentre tantos outros, não há como não questionar:
por qual razão, lá nos primórdios da vida, quando tudo começou do zero, o
misericordioso e poderoso “criador” de tudo não contemplou o ser humano com um
“prazo de validade”, definitivo e improrrogável (a fim de evitar tanto
sofrimento, a posteriori, já que podia antever o futuro ???).
Por
qual razão submeter sua própria criatura a penosos e, aí sim, prorrogáveis
martírios (Alzheimer, câncer, Parkinson, demência, impotência, depressão,
encurtamento da visão, dificuldade de locomoção, perda a audição, e por aí vai)
fazendo-o, em meio à dor e ao sofrimento, perder paulatinamente o próprio
sentido da vida e, até descrer de tudo que praticara ao longo da existência (e
aqui, o ator francês Alain Delon é a “bola da vez”, porquanto mudou-se da
França para a Suíça com o firme intuito de pôr fim à própria vida, quando
quiser – lá é permitido por lei – já que cansou de viver e não ver mais sentido
em continuar sofrendo).
É
evidente que a “morte” é uma parte inevitável da condição humana, pelos padrões
estabelecidos lá no alvorecer da vida (já que contempla a questão biológica)
mas, e se houvesse a certeza que o fim definitivo seria num dia determinado (por
exemplo, na data que completasse 85 anos, que presumivelmente é a partir de quando
as mazelas se fazem recorrentes), não seria mais racional e aceitável, já que
nesse interregno o vivente aproveitaria a plenitude da vida, porquanto sabedor da
extinção do seu “prazo de validade” e, portanto, dali não passaria ???
Afinal,
qual o sentido de se viver literalmente em “estado vegetativo” ou tornar-se um inútil
“zumbi”, em sendo um ser humano semimorto ???
No decorrer da própria vida, já não terá passado por agruras mil,
capazes de pagar todos os pecados certamente cometidos ???
No
mais, entendemos não passar de mera masturbação sociológica ou pseudo
exibicionismo intelectual (fajuto, evidentemente) a manifestação extemporânea
de alguns poucos, ao afirmarem (acreditamos que muito mais na base da gozação),
que a velhice é o melhor período da vida e o apogeu da existência; quanto
despropósito, quanto cinismo, quanta desfaçatez, quanta hipocrisia, quanta
lengalenga.
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Post
Scriptum:
Dada a
complexidade do tema, e em contraponto a tudo que está exposto acima (sobre a
origem do homem), em 1871 o respeitado naturalista/cientista britânico Charles
Darwin publicou sua teoria sobre “A Descendência do Homem e Seleção em Relação
ao Sexo”, onde revolucionou a compreensão cientifica da vida na Terra ao contundentemente
argumentar que... “os humanos
compartilham um ancestral comum com outras espécies de primatas”; para tanto, baseou-se
nas evidências anatômicas e embriológicas, como semelhanças na estrutura do
corpo e no desenvolvimento do embriões.
Daí, em
razão da credibilidade do dito-cujo, caberia a pertinente e oportuna indagação:
seria o homem, em verdade, um “melhorado/marombado” descendente do macaco ???
Será
???