segunda-feira, 21 de abril de 2025

O "CONCLAVE" - José Nílton Mariano Saraiva

Com a morte dolorosa e sofrida do Papa Chico, dentro de semanas se realizará o encontro dos cardeais de todo o mundo, objetivando a escolha do seu sucessor. Tal reunião é conhecida por CONCLAVE.

Coincidentemente, dias atrás foi exibido nas telonas dos cinemas o filme com o mesmo nome – CONCLAVE - onde nos é apresentado de forma detalhada e realista o jogo sujo pelo poder, a corrupção desenfreada, a traição e as intrigas entre os cardeais, à busca de serem urgidos. Haja rasteiras e jogo sujo nas suntuosas dependências do Vaticano.

A coisa chega a um ponto tal, que depois de diversas votações que não alcançam nunca o foro necessário, a briga se intensifica de uma maneira intensa, fazendo com que um desconhecido cardeal, oriundo do México, mas atuante no distante e conflagrado Afeganistão, finde levando o cetro. E reinará sine die.

Sem dúvida, tal modus operandi ocorrerá daqui a alguns dias.

Assim, toda vez que da cafona chaminé do Vaticano não emergir a fumaça branca (sinalizadora do “temos Papa”), e em seu lugar pintar no pedaço uma fumaça negra, a certeza é que o “pau tá comendo de esmola, lá dentro” (o jogo tá violento e do pescoço pra baixo é tudo canela).

A dúvida, é: será que, tal qual no filme, algum desconhecido cardeal (um africano, por exemplo), se beneficiará do vale-tudo entre os arrogantes e favoritos europeus (tendo em vista que na eleição passada um argentino nunca dantes mencionado findou passando todo mundo pra trás, se registrando na história como o Papa Chico) ???   

 


domingo, 13 de abril de 2025

ESTADÃO DIZ QUE ANISTIA SÓ INTERESSA A BOLSONARO E ATRAPALHA O BRASIL
O jornal conservador considera que as forças políticas deveriam se preocupar com a crise global e deixar a Justiça cuidar do ex-presidente. “O Brasil tem mais o que fazer”
por Iram Alfaia
Publicado 12/04/2025 13:08 | Editado 12/04/2025 13:33
“Está na hora de deixar a Justiça cuidar de Bolsonaro e seguir adiante. O Brasil tem mais o que fazer”, diz o editorial do Estadão deste sábado (12). O jornal conservador considera que as forças políticas deveriam se preocupar com a crise global, e não com “anistia” do ex-presidente.
O Estadão considera que Bolsonaro, que está internado num hospital do Rio Grande do Norte, já demonstrou que sua preocupação não são os golpistas do 8 de janeiro, mas sua própria absolvição.
“Bolsonaro chegou a minimizar a importância de uma eventual revisão da dosimetria pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Disse que só lhe interessa a ‘anistia ampla, geral e irrestrita’ – obviamente uma piada de mau gosto”, diz a publicação.
Para o Estadão, o tema da “anistia não deveria nem sequer ser discutido por pessoas serias frente não só às turbulências globais do momento, mas aos problemas brasileiros incontornáveis que afetam de fato a população”.
De acordo com o jornal, “enquanto o mundo derrete em meio à confusão escabrosa criada por Trump, aliás ídolo de Bolsonaro, o ex-presidente mobiliza forças políticas para encontrar meios de driblar a lei e a Constituição e libertar da cadeia os que conspiraram para destruir a democracia depois das eleições de 2022, sob sua liderança e inspiração”.
O jornal também critica a reunião, fora da agenda, do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), com o ex-presidente. “Embora esteja resistindo, o presidente da Câmara iniciou conversas com membros do governo e do STF, pregando uma solução negociada entre os poderes para reduzir a pena dos condenados”.
Confira o editorial na íntegra do jornal O Estado de São Paulo (vulgo ESTADÃO):

BOLSONARO ATRAPALHA O BRASIL
As forças políticas deveriam se preocupar com a crise global, e não com “anistia” de Bolsonaro. Está na hora de deixar a Justiça cuidar do ex-presidente. O Brasil tem mais o que fazer.
Jair Bolsonaro – aquele que é, segundo seus bajuladores, o “grande líder da direita no Brasil”, timoneiro do PL, o maior partido da Câmara – não tem nada a dizer sobre a profunda crise mundial deflagrada pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Nada. Seu único assunto é o tal de “anistia” para os golpistas do 8 de Janeiro – e, por extensão, para si mesmo. Enquanto o mundo derrete em meio à confusão escabrosa confusão criada por Trump, aliás ídolo de Bolsonaro, o ex-presidente mobiliza forças políticas para encontrar meios de driblar a lei e a Constituição e livrar da cadeia os que conspiraram para destruir a democracia depois das eleições de 2022, sob sua liderança e inspiração.
Admita-se que talvez seja melhor mesmo que Bolsonaro não dê palpite sobre o que está acontecendo, em primeiro lugar porque ele não saberia o que dizer nem o que propor quando o assunto é relações internacionais. Recorde-se que, na sua passagem vergonhosa como chefe de Estado em encontros no exterior, ele só conseguiu falar com os garçons. Mas o ex-presidente poderia, neste momento de graves incertezas, ao menos mostrar algum interesse pelo destino do país que ele diz estar “acima de tudo”. No entanto, como sabemos todos os que acompanhamos sua trajetória política desde os tempos em que era sindicalista militar, o Brasil nunca foi sua prioridade.
Mas o Brasil deveria ser prioridade de todos os demais. O tema da “anistia” não deveria nem sequer ser discutido por gente seria frente não só às turbulências globais do momento, mas a problemas brasileiros incontornáveis que afligem de fato a população – como a inflação, a violência, a saúde pública, os desafios educacionais, os caminhos para garantir o desenvolvimento em bases sustentáveis ou os efeitos das mudanças climáticas sobre a vida nas florestas e nas cidades.

Infelizmente, num Congresso que se mobiliza de verdade quase sempre apenas para assegurar verbas e cargos, Bolsonaro está em seu meio. Parece intuir que a liderança que exerce sobre sua numerosa base popular basta para submeter os políticos pusilânimes a seus caprichos pessoais, e é por isso que o ex-presidente dobrou a aposta, lançando repto às instituições, reafirmando-se como candidato à Presidência – apesar de sua inelegibilidade – e convocando os potenciais herdeiros políticos para se tornarem cúmplices de seus ataques à democracia.
Bolsonaro está a todo vapor: além de mobilizar parlamentares da oposição e fazer atos públicos e declarações quase diárias sobre o tema, reuniu-se fora da agenda oficial com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para pressioná-lo a colocar em votação a tal “anistia”. Embora esteja resistindo, o presidente da Câmara iniciou conversas com membros do governo e do Supremo Tribunal Federal (STF), pregando uma solução negociada entre os Poderes para reduzir a pena dos condenados pelo 8 de Janeiro com o objetivo de “pacificar” o País. Como demonstra não se preocupar de fato com a massa de vândalos do 8 de Janeiro e sim com a própria absolvição, Bolsonaro chegou a minimizar a importância de uma eventual revisão da dosimetria pelo STF. Disse que só lhe interessa a “anistia ampla, geral e irrestrita” – obviamente uma piada de mau gosto.
Já que a maioria dos brasileiros é contra a anistia, segundo pesquisas recentes, as patranhas do ex-presidente seriam apenas irrelevantes caso se resumissem a ele e ao clã Bolsonaro. Mas é perturbador observar que algumas das principais autoridades do Brasil estão realmente se dedicando ao tema. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, por exemplo, encontrou tempo em sua decerto atarefada rotina para ligar pessoalmente a todos os deputados do seu partido com o objetivo de convencê-los a comunicar o requerimento de urgência para o projeto de anistia, como se isso fosse de fato relevante para os paulistas.
Não é. Se Bolsonaro for condenado e preso, e se os golpistas forem todos punidos, rigorosamente nada vai mudar no País. No entanto, se as forças políticas do Brasil não se mobilizarem rapidamente para enfrentar o novo e turbulento mundo que acaba de surgir, aí, sim, os brasileiros sofrerão todos. Está na hora de deixar a Justiça cuidar de Bolsonaro e seguir adiante. O Brasil tem mais o que fazer.

quarta-feira, 2 de abril de 2025

 

O “BANANINHA” CONSPIRADOR – José Nílton Mariano Saraiva

Arrogante e pavio curto desde sempre, o então Vice-Presidente da República, Hamilton Mourão, que o conhecia na intimidade e sabia das suas “qualidades” (éticas e morais), o premiou com a alcunha de “bananinha” (insignificante, pequeno, sem importância).

Na realidade, frouxo e covarde, como o próprio pai, seu exemplo maior, o é, Eduardo “Bananinha” Bolsonaro pelo menos honrou tal conceito ao, agora, se mandar (fugir) do Brasil, às pressas, ao imaginar que seria enjaulado (preso) por determinação do Ministro Alexandre de Moraes, do STF.

É que, tal qual o pai, que havia em ato público chamado o ministro e “canalha” e também dito que, na condição de Presidente da República, a partir daquele instante não mais obedeceria a qualquer determinação do STF, para, depois, suplicar clemência e perdão ante a perspectiva de ser preso (o que acontecerá muito em breve) o indigitado “bananinha”, que lá atrás chegara a afirmar que bastaria um cabo e um soldado para fechar o STF e que o ministro não passava de um “ditador”, hoje assumiu a condição de perigoso conspirador e, traindo seus eleitores, foi morar na terra que o clã Bolsonaro tanto admira.

Fato é que, aqui e alhures, devido à morosidade que envolve o processo, já começa a ser questionada esta leniência do ministro Alexandre de Moraes para com os Bolsonaro (pai e filho), com a população desconfiada se medidas efetivas vão ser tomadas.

Porque, se não forem, se houver um mínimo recuo do STF em relação a essa questão tão emblemática (tentativa de golpe de Estado), este (STF) restará desmoralizado ad aeternum, até porque a impunidade não pode se estender para sempre.

Alguma dúvida sobre ???