sexta-feira, 10 de agosto de 2007

BlogPoem - Monólogo VIII - Dihelson Mendonça


Monólogo VIII

Dedicado à Luiz C. Salatiel

O Eu, aquele que fala contigo,
não é mais o eu que dentro de mim reside
porque a essência daquilo que me revelo,
não releva a minha própria existência...

Já não sou mais o gigante impune que assombrava
as planícies de um coração morno e terno,
nem tenho as pálpebras cerradas à dor da monotonia

Dias vulgares...
Me tornei íngreme!
Tão terrivelmente íngreme!
Como uma montanha de cacos de vidro
Estilhaçados por tantos sonhos malfadados

Não sei. Não fui.
Não Sou. Serei ?

Ah!
Vida, mar de lama belo... azul e âmbar,
Que me deixou assim, para ser
Tão terrivelmente homem...
...
Tão incrivelmente mortal !



* * *


(gravura que ilustra a postagem: imagem do filme:
Goya in Bordeaux - Sony Pictures )

Um comentário:

  1. Que rapaz talentoso!
    Quando faltar a música
    a poesia lhe proverá.
    Sinceramente, obrigado pela dedicação de tão inspirado monólogo.
    Um abraço amigo,
    Salatiel

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