Os homens não entendem. Vêem nele apenas um bom compositor. Dizem que ele é machista. Dizem que a voz dele é ruim. Dizem que ele não pode ser um símbolo sexual aos 60 anos de idade.
Pois é. Os homens não entendem. E perdem, dessa maneira, a oportunidade de abarcar um mistério que somente Chico Buarque conhece: o universo feminino. Caetano já disse que a mulher “é um livro místico e somente a alguns a que tal graça se consente é dado lê-la”. Deus deu essa graça ao Chico.
A verdade é que só ele é capaz de sentir a dor de todas nós. Nenhuma mulher fica sem canção do Chico.
A mulher madura (valsinha, sem fantasia), a jovem (sentimental, flor da idade, bolero blues), a desencantada (trapaças, a história de Lily Braun), a prostituta (viver do amor, umas e outras), a que se apaixona por um cafajeste (choro bandido, o corsário do rei), a dona de casa amorosa (com açúcar, com afeto), a homossexual (mar e lua, Bárbara), a mulher livre (veneta, suburbano coração), a que domina sem que o homem perceba (bem querer, mil perdões, último blues), aquela que se deixa dominar (sem açúcar, Teresinha), a abandonada (soneto, atrás da porta), a que abandona (a Rita), a que humilha o homem (tira as mãos de mim, aquela mulher, olhos nos olhos, a Rosa), as que amam o mesmo homem (o meu amor) ou as que são amadas por um homem só (no barco de Lia, na ilha de Rosa).
Todas elas merecem a atenção de nosso mestre maior.
Os homens deveriam aprender com ele! Seria bom se vocês fossem capazes de vislumbrar o que há de essencialmente belo em cada mulher, compreendendo nossas ambigüidades e conflitos. Talvez desta forma vocês conseguissem aprender como ser um homem cobiçado aos 60 anos de idade. Garanto que trocamos 3 homens de 20 por um de 60 (desde que seja como o Chico). E garanto que o homem que escreve as coisas que o Chico escreve torna sua voz encantadora pelo simples fato de ter desvendado nossos mistérios.
Chico, acima de tudo, compreende a existência da mulher como algo imprescindível para a plenitude da vida do homem (sem você, moto-contínuo); ele nos vê como algo quase sagrado (Cecília, Beatriz) e, no entanto, extremamente carnal (tatuagem, caçada, amando sobre os jornais). Não, Chico não é machista. E as mulheres dele não são submissas. São apenas mulheres. Cada uma delas possui sua especificidade, como nós. Vocês, homens (e algumas feministas radicais) precisam perceber a sutil diferença que há entre ser submissa e se deixar submeter. A diferença que há entre ser machista e agir como um homem deve agir. A diferença que há entre ser um bom compositor e ser Francisco Buarque de Hollanda.
Por favor não leve como crítica negativa, e sim construtiva, mas quase todo mundo quando fala em Chico Buarque, só fala do POETA Chico Buarque. Como se a música dele não existisse!
ResponderExcluirDigo uma coisa: Rasguem todos os poemas de Chico, e mesmo assim, sua música é genial!
É música que se pode ouvir sem precisar estar atrelado à letra.
Pra que letra ?????
Quem precisa de letra quando se pode atingir o Universo pela música?
A letra é banal, mundana, humana e temporária.
A Grande Arte, a MÚSICA é atemporal, ela é parte da vibração do Cosmos, e está desde o início do Universo, e vai estar ainda quando a terra deixar de existir!
Então, o Chico é um cara que musicalmente se iguala em melodia e Harmonia às coisas dos grandes da sua geração. Depois da morte do Gênio chamado TOM JOBIM, temos dois caras que são igualmente fantásticos: Edu Lobo e Chico Buarque.
musicalmente, o chico possui uma propriedade basstante interessante, foi o cara que ousou fazer música com o baixo quase sempre invertido dentro da música popular. E há inúmeras inovações que ele ousou fazer em sua música.
Gênio, pelo conjunto da obra!
Detesto fazer esse tipo de comparação, para não incorrer no erro de outro escritor, que tentou fazer um paralelo entre Bach e os Irmãos Aniceto, mas digamos que Richard Wagner está para a música ( O Colosso de Bayreuth ), assim como Chico Buarque de Hollanda está para a música brasileira moderna.
Abraços.
Criar "mitos" pode ser um exercício saudável, desde que o objeto ilustrado deste mito seja capaz de nos "arrebatar". Poucas coisas em Arte podem nos tomar completamente a alma. Se Chico-mito atende maravilhosamente ao pathos feminino em Amanda, pode quase absolutamente dignificar a maestria de sons em Dihelson. De minha parte, observo que o cancioneiro de Chico é essencialmente humano, explorando, além do universo da alma feminina, uma miríade de temas do tempo e da modernidade, diga-se brasileira e universal. Entretanto, mais que um mito ou um bardo wagneriano da MPB, ouço Chico quase sempre para voltar ao chão (será por isso que ele inverteu a hamornia do baixo?) Vai ver que sim. Sou então completamente "chicófilo" quando é necessário ver o céu olhando do inferno. E o inferno é a vida que todos temos dentro nós, bem entendido: vida inquieta de sonhos e poesia. Chico é até mesmo dantesco por isso, "vida, minha vida, olha o que é que eu fiz...", e mesmo assim busca incansavelmente Beatriz.
ResponderExcluirNa falta de um príncipe encantado a Branca de Neve ficou com os sete anões(sete pecados, um de cada vez)! O Chico é único!
ResponderExcluirO que é isso Dihelson, você está negando todos os poetas do mundo?
ResponderExcluirPirou de vez? Uma imagem poética (como as Ezra P,Baudelaireri, Ferando Pessoa, Carlos Drummond e zilhões de poetas) podem ser grandes aliadas da música. Chico não teria chegado ao povo se não fosse sua poedia. A identificação de Amanda e de muitas mulheres desse Brasil afora é com a poesia de Chico, não é com a música. Edu Lobo, por exemplo, por não ter a veia poética do Chico não chegou tão longe.
Admito que você, como músico, leve a brasa prá sua sardinha. E respeito!
Um grande abraço,
Salatiel
Adorei o comentário do Dihelson!
ResponderExcluirEu, que não entendo nada de música, só posso falar da poesia do Chico. Mas fico feliz quando vejo que ele é considerado um gênio não somente pelas belas letras que escreve.
De qualquer forma, a música dele também nos toca muito. 'Suburbano Coração' e 'Sonhos sonhos são', por exemplo, são belíssimas. E as canções dele com o Edu Lobo e com o Tom são as coisas mais lindas do mundo. Valsa Brasileira, Beatriz e Imagina estão aí pra comprovar.
Quis falar um pouquinho do lado "homem" do Chico só pra ver a reação dos homens do blog. Mas é claro que o cancioneiro dele vai muito além disso, como disse o Glauco.
Sim, Salatiel, Chico é único!
E ponto final.
Não, amigo Salatiel, estou adicionando valores à obra de Chico normalmente não vista pelas pessoas.
ResponderExcluirNão estou a negar como um louco seria, a beleza da criação poética. Mas Chico Buarque mesmo afirma que há um abismo entre letra e poesia, e que as pessoas confundem... bem...
Estou apenas colocando um contrapêso nessa coisa toda quando se fala a palavra MÚSICA no Brasil.
A maioria das pessoas confunde:
Música com letra
Música com dança
Letra com poesia
Jornal com letra
Ruído com Música
Lixo cultural com música
...
A MÚSICA mesmo, cara é um negócio tão lindo, que só vi poucas pessoas descreverem bem o que é a música e escreverem bem também sobre ela, uma delas foi Schoppenhauer, no seu clássico: "O mundo como vontade e representação", como a forma mais pura de todas as artes, que não precisa de tradução, ela é a própria vontade assimilada pelo intelecto, sem precisar das palavras para descrever o objeto. Ela não é o meio, é o fim. Carece de qualquer adjetivos, de conceitos. Entra no homem com linguagem inefável, num mundo onde qualquer conceito se torna indefinível.
Quem poderá descrever em palavras porque Chet Baker é belo ??
Porque o Azul é azul ?
Por mais que se reúnam adjetivos, palavras que tentem descrever a natureza da luz, e a beleza que há em um solo do Chet Baker, se esgotarão as palavras de todo o idioma sem sucesso...e quem não for dotado da capacidade de perceber essa beleza, palavra alguma há de substituir, porque diferentemente das palavras, em que se representa o objeto a ser descrito, a música chega ao entendimento como o próprio objeto.
Ou seja, não há como fazer alguém que não "sente" pela alma, compreender essas coisas. Seria uma analogia aquele texto bíblico em que Jesus diz a Nicodemos "quem não nascer de novo, não verá o reino de Deus!" ...
Ao que não sente, resta nascer de novo! senão está morto...
Bravos, todos os poetas que tentam traduzir o indefinível. A música faz isso com a emissão de apenas UM som. Agora... quem há de entender ?
Um grande abraço,
Dihelson Mendonça
Caros Amigos,
ResponderExcluirLá vou em colocar tb a brasa na sardinha de todos. Imagino que o Dihelson ( músico por excelência) se sensibilize mais pela melodia/harmonia do que pela poesia. Sei que ele usa, inclusive, critérios muito técnicos que ele como profissional da área, possui.A música me toca a alma de forma mais intuitiva.Assim o noturno no. 2 de Chopin, em si bemol, me enternece profundamente sempre que ouço e, eclético, me sensibilizo, também, com a Primavera de Vivaldi, com o Reggae, com os Aniceto, com a música Armorial.Como a palavra me é muito forte, no entanto, se a música não é meramente instrumental, a Letra sempre é quem me puxa para dentro dela e a música vem junto, mas um pouco mais distante.Assim não concordo com Dihelson neste ponto, até porque Letra de Chico, de Cartola, de Caetano , de Gil , não é letra simplesmente mas poesia e a poesia é o alicerce básico de qualquer arte, sem poesia não haveria nada neste mundo, nem a música.
J. Flávio
Meu caro Zé Flávio, taí um ponto em que a gente discorda, eheheh
ResponderExcluirAcho muito legais os fóruns de internet pelo fato de haver essa pluralidade de idéias muitas vezes contrastantes. Veja a minha mensagem anterior à sua em que refiro à Schoppenhauer.
Na realidade, antes das palavras a música É. Ela chega com o entendimento, ela não representa o sentimento, ela É o sentimento. Há música na poesia. na métrica, na fluidez das palavras, mas a música não precisa de tradução, ela faz parte de qualquer cultura, e as pessoas se comunicam com essa linguagem, mesmo não tendo palavras, mesmo não havendo poesia ainda.
Ela, sem dizer uma só palavra em qualquer língua, expressa ao mesmo tempo a Dor, a religiosidade, a angústia, a vaidade, a tristeza, a alegria, o amor, a nobreza, a elegância, sem ter de recorrer às palavras para isso, o que tornaria entediante ter que traduzir ( muitas vezes sem êxito ) para outros idiomas, onde palavras muitas vezes não há formas equivalentes.
Onde a palavra pára, a música penetra. A palavra é sólida, a música é líquida, quiçá gasosa e é atemporal.
Pode ser entediante ter de ouvir os Lied de Schumann, ou os duetos para Voz e Piano do Liszt, porque as palavras com o tempo perderam o sentido, envelheceram, caíram em desuso, pertenceram a um tempo em que os costumes eram outros, retratam um tempo diferente. É como calça boca-de-sino.
Mas embora as cantatas de um Bach, a parte poética se torne banal, antiquada, por tratar muitas vezes de um período, de uma era, a música que levou essa poesia sobrevive e vai pelas naves espaciais pela imensidão do cosmos.
Eu precisei dizer todas essas palavras para tentar traduzir isso tudo, quando em apenas uns poucos compassos já teriam dito. ( rs rs )
Mas, vejo o seu ponto de vista. Tente ver pelo meu?
Um grande abraço,
Em tempo: Gostaria de passar lá no consultório...
Dihelson será que precisam de música, por exemplo, Grande SertÕes: Veredas, de Guimarães Rosa, ou de letra(palavra)o Concierto de Aranjuez, de Joaquim Rodrigo , ou de música e letra as fotos do Sebastião Salgado (?) Cada arte é completa em si.
ResponderExcluirPra mim, a letra de Chico Buarque é poesia e a prosa de Guimarães Rosa é música.
ResponderExcluirE agora?
O Aurélio (Buarque de Hollanda) diz:
poesia
[Do gr. poíesis, 'ação de fazer algo', pelo lat. poese, + -ia1.]
S. f.
1. Arte de escrever em verso.
2. Composição poética de pequena extensão.
3. Entusiasmo criador; inspiração.
4. AQUILO QUE DESPERTA O SENTIMENTO DO BELO.
5. O que há de elevado ou comovente nas pessoas ou nas coisas.
6. Encanto, graça, atrativo.
________________
música
[Do gr. mousiké, pelo lat. musica.]
S. f.
1. ARTE E CIÊNCIA DE COMBINAR OS SONS DE MODO AGRADÁVEL AO OUVIDO.
2. Qualquer composição musical.
3. Música (2) escrita; solfa.
4. Execução de qualquer peça musical.
5. Conjunto ou corporação de músicos.
6. V. orquestra (11).
7. Filarmônica (2).
8. Fig. Qualquer conjunto de sons. [Deprec.: musiqueta. Cf. musica, do v. musicar.]
Meu caro Salatiel,
ResponderExcluirSeu último comentário veio exatamente corroborar o que eu havia dito em outra mensagem.
No Brasil, diferentemente dos países mais civilizados, a música vem A REBOQUE da poesia, não como arte independente e soberana. Praticamente nos meios populares não há música de forma independente de letra. Aqueles que se aventuram a fazer música de forma plena ( ou seja, instrumental ), não obtém o devido respeito, consideração e entendimento por parte da grande massa. Podem até ter o respeito: "Ah! o Villa-Lobos é um gênio" mas ninguém sabe porque...só de ouvir falar...
Mas a poesia sim.
Por ser uma forma de arte mais acessível e direta, bem como as artes cênicas ( esta, por sua vez ainda mais acessível ), possuem bastante empatia aos que possuem menos sensibilidade musical.
Não é à toa que a Música é chamada de "A Grande Arte".
É muito fácil se fazer entender quando se usam palavras. Muito fácil de se fazer entender quando se faz mímica, gestos, dança, movimento. Atraem multidões. Não me admira que as artes cênicas têm tanto impacto na população, bem como as letras das "músicas" populares.
O Brasil é um país de poetas, não de músicos, como na Alemanha, onde as coisas são mais equilibradas. Aqui, como já dizia o grande Haroldo Ribeiro, é muito Carlos Drummond para pouco Tom Jobim.
Uma das coisas mais indignantes que ouço, é quando falam:
A Música de Chico Buarque, quando normalmente se referem à letra do Chico.
Dizem: Esta música do Tom Jobim, quando na verdade reverenciam a letra do Vinícius de Moraes.
Dizem: Esta música do João Bosco, quando na verdade se referem à letra do Aldir Blanc...
Nada contra as artes literárias, mas essa análise do comportamento eminentemente "tupiniquim", precisa ser feito. Digam: ADMIRO A LETRA DO VINÍCIUS DE MORAES... não falem em Tom Jobim, porque música mesmo, é outra coisa!
Se jogar a letra do Vinícius em outro compositor, a coisa funciona do mesmo modo. A letra SEMPRE funciona.
O que tem Cazuza? Letra ou Música?
Ele é reverenciado pela letra ou pela música ?
O que tem Zé Ramalho de musical?
Mas veja o que ele escreve!
Veja por exemplo, em uma ruazinha como esta minha, se for contar de casa em casa, deve ter muuuita gente que escreve "poemas". As garotinhas do colégio escrevem "poemas". Quem não é poeta ? Até o João Arraes se diz poeta! rs rs
No entanto, pessoas que conseguem entender a música na cidade, no estado, são tão poucas! olha, vc há de convir que música em relação à imensidão de poetas está lonnnnnge.
Mesmo aqueles que se dizem fãs do Jazz, muitas vezes admiram apenas os cantores. Conheci muita gente que quando se fala em Jazz, dizem; Ah, eu gosto da Ella Fitzgerald, da Sarah Vaughan, do Chet Baker, do George Benson... todos cantores... é raro vc ouvir alguém dizer: Admiro e compreendo a música do Coltrane, do Charlie Parker, do Dizzy Gillespie.
No Brasil, o que tem empatia com o público, tem que ter letra! outro dia eu estive mostrando umas composições a uma pessoa que se considera "inteligente" e esta me perguntou: "Já tem letra?"
"E porque deveria ter letra?"
"Não pode existir música sem letra?"
Tem que ter os aspectos descritivos da palavra para funcionar ?
Porque esta falta de sensibilidade acústica ?????
PORQUE ESSA SURDEZ GENERALIZADA?
Com quantas notas se tem que escrever para que seja ouvido como deve ser ouvido?
Até o Tom Jobim tem muitas músicas que por decisão própria, ele não quis que tivesse letra.
Talvez, se vc montar um Blog de Música, onde as pessoas conversassem através de sons, o impacto seria infinitamente menor, e praticamente seria um enorme insucesso, mas, do contrário, quem NÃO é poeta nesta geração ???
Até EU...
Até EU...
Veio-me à lembrança um comentário do Lamar Oliveira, que detestava a "música" do Chico Buarque de Hollanda, porque estava tão nauseado com as reuniõzinhas boêmias da universidade, onde todos são Chico Buarque, ouve-se e devora-se Chico Buarque ( diga-se novamente: a letra ), que ele pegou uma espécie de Ojeriza à Chico. Mesmo um cara letrado como Lamar Oliveira, professor da universidade, um cara que tem uma bagagem intelectual incrível, estava atônito com os "pseudos" de plantão.
Foi muito difícil convencê-lo a voltar a gostar da "MÚSICA" do Chico Buarque, e só consegui com muito esforço, após mostrar por diversos modos como até independente da letra, o Chico é musicalmente genial.
Aproveito para saudar o pianista Edsel Gomez, que gravou recentemente um disco somete com músicas do Chico Buarque ( instrumental ), e é belo!
Meu caro Salatiel, vc tem tradição de poeta, é difícil que eu possa te convencer de algumas coisas que aqui expus, o máximo a se fazer é refletir, não quero depreciar nenhuma outra arte, mas simplesmente alertar para esse simples fato de que no Brasil, quando se fala em música, normalmente se fala em "letra". Música vem a reboque de letra. Se nisso concordarmos, já temos algo em comum.
Um grande abraço,
Dihelson Mendonça
Meu amigo,Cristiano Cãmera, musicólogo, ex colega do BB, disse-me uma vez:"Música é a linguagem universal da emoção".Isso foi explicativo, em definitivo, para mim.
ResponderExcluirUma música bonita, prescinde de letra...( a letra é impositiva, e atrapalha a conecção com a nossa essência, enquanto ponte!).Mas, se está casada com a poesia, que seja um casamento feliz! A gente tem um tempo, que precisa da poesia pra memorizar a melodia...Outro, que a gente precisa do verso,que fala por nós! Chico é um músico completo! Corri pra ver "A BANDA" passar; sorri pra "Januária" na janela; me comovi com os olhos tristes de "Carolina", e fiquei atenta aos sequentes lançamentos do seu trabalho.Tudo pertinente com o momento amoroso e político do País...Tudo como um punhal na ferida das dores, que leva todo mundo ao analista.E por tanto cantar e cantar, as letras de Chico, fui entendendo e exorcisando a dor feminina, a dor humana, aquela que nos acomete, porque estamos vivos! Penso até em Marieta(eita mulher faladeira!):contou para o Chico os segredos da nossa alma, até por nós desentendidos?
Eu sou compulsiva por música.Fico danada, se a letra não fizer jus à melodia.A poesia e melodia de Chico é perfeita...e quando precisa, escolhe bem os parceiros!A gente solfeja, gagueja, mas canta!Devo-lhe todas as homenagens, em conta-partida com as emoções que me arranca!
E ele nem precisava ter aqueles "olhos de ardósia", ser fluminense, gostar da Mangueira, e ser o sessentão mais charmoso da Música Popular Brasileira!
Amandinha....Você arrasouu!!!
Meu amigo,Cristiano Cãmera, musicólogo, ex colega do BB, disse-me uma vez;"Música é a linguagem universal da emoção".Isso foi explicativo, em definitivo, para mim...Uma música bonita, prescinde da letra....Mas, se está casada com a poesia, que seja um casamento harmonioso! A gente tem um tempo, que precisa da poesia pra memorizar a melodia...Quando a memória musical fica adulta, aí...a gente cantarola...e só absorve o verso poético com um qual a gente se identifica ou gosta! Chico é um músico completo! Corri pra ver "A BANDA" passar; Sorri pra "Januária" na janela, me comovi com os olhos tristes de "Carolina", e fiquei atenta aos sequêntes lançamentos...Tudo pertinente com momento amoroso e político do País...Tudo como um punhal na ferida das dores, que leva todo mundo ao analista.E por tanto cantar e cantar, as letras de Chico, fui entendendo e exorcisando a dor feminina, a dor humana, que nos acomete, porque estamos vivos! Penso até em Marieta...Eita mulher danada...Contou para o Chico os segredos do nosso infinito particular, tão lindo e desentendido, até por nós...até por nós!
ResponderExcluirEu sou compulsiva por música.Fico danada, se a letra não fizer jus...A letra de Chico não tem erros.A gente decora, encantadamente...pra todos os fins...até pra cantar no banheiro!Devo-lhe todas as homenagens...rendo-lhe todas as minhas emoções, em todas as cantadas! E ele nem precisava ter, aqueles olhos de ardósia, ser fluminense, gostar da Mangueira,, e ser o sessentão mais charmoso da música popu7lar brasileira!
Amanda, concordo com quase tudo com você no que tange a perfeição de Chico. Franscisco é a reecarnação do Espírito Absoluto. Mas, como um simples mortal posso lhe assegurar que ele usa samba-canção branquinha e fica mais belo. Virgínia Soares.
ResponderExcluirAh, finalmente os comentários de mulheres!
ResponderExcluirMelhor: de amigas que concordam com esses devaneios! rs