sábado, 13 de outubro de 2007

A Cena Teatral Brasileira perde Paulo Autran!




1969. Eram lentos os dias nos negros anos impostos pela ditadura. Adolescentes, ainda, não imaginávamos os horrores que se passavam nas prisões militares. De tardinha, a gente se encontrava na praça Padre Cícero e, quebrando todos os paradigmas, falávamos de arte ouvindo as músicas clássicas (Bach, Chopin, Lizt, etc.) em som monofônico das cornetas do CRP (Centro Regional de Publicidade) mantido pelo Darim na coluna da hora. O programa tinha o nome muito sugestivo: “Música Clássica para quem não gosta de Música Clássica”. Éramos dois, três ou quatro garotos que gostavam de poesia, música, teatro e cinema. Tudo muito perigoso!
Foi numa bela tarde que um deles chegou com o LP “Liberdade, Liberdade” (veja box abaixo), peça de teatro do Flávio Rangel e Millor Fernandes, gravação ao vivo com Tereza Rachel, Nara Leão, Vianinha e Paulo Autran! Foi na audição de “Liberdade, Liberdade”que ouvi a interpretação do PAULO AUTRAN ao recitar: - “Eu sempre fui e serei um homem de teatro...”. Desde então, eu decidi: EU SEMPRE SEREI UM HOMEM DE TEATRO.


(*) Gravação ao vivo de espetáculo idealizado e dirigido por Flávio Rangel e Millôr Fernandes e estrelado por Nara Leão, Paulo Autran, Oduvaldo Vianna Filho e Tereza Rachel. O espetáculo estreou no dia 21 de abril de 1965, no Rio de Janeiro, numa produção do Grupo Opinião e do Teatro de Arena de São Paulo.

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