A Banda Nacacunda está de volta aos palcos. Ontem, foi atração na programação do SESC Crato. Que bom!
É muito bom saber que esta rapaziada “cretácea” está de volta, pois, se considerarmos o embrião da Nacacunda - a banda Pombos Urbanos- então, temos 20 anos bem curtidos de rock’n’roll caririense.
Tudo começou com a banda Pombos Urbanos, criada no segundo semestre de 1987, por mim e Nicodemos, e dela também fizeram parte Marcos Lobisomem, Sergestes Tocantins e Cacheado, baterista, recentemente falecido.
O nome surgiu quando eu e Nico atravessávamos a Praça Cristo Reis, em Crato, em meio aos pombos, que naquela época, faziam parte da paisagem do logradouro. Nico, então, disse a frase mágica: “somos todos pombos urbanos”. E eu: “pombos urbanos? Isso é nome de banda de rock”. E ele: “então, vamos fazer uma”.
Foi um caso incomum de uma banda que surgiu depois do nome, pois até, naquele momento, não tínhamos tramado nada neste sentido.
No dia seguinte começamos a... compor. E compomos, de cara, o maior hit da banda: Marinalva (“...uma boa moça, uma grande alma. Trabalhava na LBA como assistente social. Católica militante, virgem filantrópica. Queria salvar o mundo...”). Foi mais um caso incomum de uma banda que emplacou o seu maior sucesso logo com a primeira composição.
Os Pombos Urbanos tiveram vida efêmera, da sua estréia até a despedida, foram somente oito meses, de outubro de 1987 a maio de 1988. Nico foi embora e do que restou da banda (eu, Sergestes Tocantins e Marcos Lobisomem) formou-se o Fator RH, incorporando Lupeu, Calazans e Júnior Balu. O Fator durou dois anos, até 1990, quando, depois de mudanças de membros (saíram Marcos e Sergestes e entraram Leonardo Leo, Igor Arraes e João Eymard), transformou-se no Lerfa Mu, com participações esporádicas de Manel D’Jardim, como guitarrista e arranjador. Com essa formação, o Lerfa Mu gravou uma fita demo no ProAudio Studio, em Fortaleza,.
De 1991 a 1995, houve um interregno. Lupeu foi para Petrolina. Calazans para Recife. Leonardo Leo para Boa Viagem (onde ainda hoje mora, sendo maestro da banda de música daquela cidade cearense). Igor deu um tempo. João Eymard sumiu. Eu me casei e fui ser professor para sustentar a família.
Mas, em 1995, com o retorno de Marcos Lobisomen, que passou a morar em Juazeiro, onde abriu uma loja de móveis para crianças, voltamos a nos reunir para fazer um som, de noite, na dita loja. Eu, Marcos, Luís Carlos Saraiva, Roger e Rubinho. E, com essa formação, foi criada a banda Nacacunda que, na esteira do sucesso de Chico Science & Nação Zumbi, seguiu a fórmula do momento, incorporando ritmos nordestinos à batida roqueira. A nova banda estreou em show no Sesc-Juazeiro.
Depois, novas mudanças. Igor e João Eymard voltaram. Antonio Carlos, percursionista, entrou. Eu e Marcos permanecemos. E, com esse “team”, conseguimos o nosso maior feito até então: classificar uma música para um festival de porte nacional: o Skol Rock. Tocamos na primeira noite da eliminatória norte-nordeste, no Centro de Convenções de Olinda, PE, em julho de 1996. Foi o Auge.
Em seguida, não dando mais para conciliar a vida de roqueiro com a profissão e a família deixei a banda e fui substituído por Hugo Arraes, irmão de Igor. Calazans, mesmo morando em Recife, foi o maior responsável pela continuidade e atividade da banda. Assim, hospedou a rapaziada (agora, com Miguel Batera, também falecido, Nivando Ulisses e Paulo Lobo) em seu apartamento, e bancou, praticamente sozinho, a gravação do primeiro (e até então único) CD da banda, lançado em julho de 2006, em show na Expocrato.
Faço, por fim, uma promoção: os dez primeiros comentários, desde que indiquem um contato, farão jus ao CD desta histórica banda. Para os que moram em outras cidades, eu envio pelos Correios. Após postarem o comentário, se preferirem, podem mandar o endereço para o e-mail rafacrato@gmail.com.
Mãos à obra...
Olá,
ResponderExcluirLembro-me muito bem dessas bandas todas, pois convivi com os meninos. Todos empolgadíssimos com o som do Rock....... algumas vezes chegamos a gravar uns trecos aqui no meu estúdio, quando ainda era lá na sala de fora, ainda era um quarto. Hoje a coisa por aqui está bem diferente...
Mas Rarinalva nunca saiu da minha cabeça. Acho a letra dela uma obra prima de alguma coisa que não sei dizer bem o que é...é assim uma letra debochada, que mostra o ridículo das coisas. Ela traduz uma verdade clara, que acontece com muitas moças que experimentam a adolescência, começam sendo a "virgem filantrópica", católica militante, mas dizem que o sonho de toda mulher é ser uma dama na sociedade e uma puta na cama ( O portuga estava triste porque a mulher dele era o contrário, rs rs ), então é isso, não sei mais o que eu tava falando.
Mas eu gostaria de compartilhar da alegria da evolução dessas bandas todas, que formam a história ( Rafael sempre historiador e estoriador ), recebendo ou comprando mesmo esse CD aí dos meninos.
Eu acho que precisa haver mais músicas como Marinalva, sem ser pornográfica, mas que seja marcante, que fira a sociedade hipócrita em que a gente vive, como "O Discurso" de Abidoral também fere com o ferro que te quero ver-te...
Bem, meu contato posso passar por e-mail. Aqui é perigoso fornecer endereços.
Abraços.
Dihelson Mendonça
Muito legal. Me lembro de toda a trajetória como tiete. Endereço: Urca, Assessoria de Comunicação. Fica mais fácil você me entregar por lá.
ResponderExcluirUm abraço e diga para a Fran que ainda quero conversar sobre "bem"....rsrsrs.
obs: acho Marinalva a cara de Valdete, ex de Lupa, lembra ?
Eu estava morando , em Bela Vista-MS, quando Nicodemos chegou do Ceará com a novidade...E a novidade era a "Marinalva". Apresentou-nos faceiramente...a mim e ao APA.Claro que , implícita e explicitamente, a história de "Pombos Urbanos" veio à tona...Adorei!
ResponderExcluirRafa,
ResponderExcluirQue fim levou a fita-demo gravada no studio Pró-Audio? Aquelas gravações (para mim) são os melhores momentos sonoros e criativos da Banda, porque antecipa uma tendência do rock nacional.Da época, gostava muito de uma música: Cassetetes Elétricos. MARINALVA é "hours concours"!
Rafa, se lembrar, publica a letra de Cassetetes Elétricos.
Rafael: me habilito a ouvir o som desta juventude tinindo de novo. Não quero impor despesa a você, pois moro no Rio e sendo assim se ainda estiver na promoção você poderia entregar o presente ao Zé Flávio que ela dar um jeito de chegar até aos meus ouvidos. O Armando Rafael tem meu endereço e presenteou-me com dois trabalhos do esforço intectual dele. Abraços.
ResponderExcluirEstive lá e vi a semente crescer:
ResponderExcluirUivos,Desmaios.
rafa
ResponderExcluirhostoriador poe excelência.
cultor da saudade nunca finda.
long live rock com pequi.
calazecaSó você mesmo poeta, para fazer voltar o tempo. Saudosos ensaios, na sala da oca, no sítio macacos, do nosso janque guitarrista Segestes tocantins. Como tenho saudades dos shows etílicos e divertidos. Éramos verdadeiros representantes do rock no cairi cearense. Não esqueçamos de Luiz o Salatiel, que sempre esteve presente na trajetória desse som.
ResponderExcluirRafa, eu só não posso é perder a oportunidade de ter essa rapaziada na minha discografia!
ResponderExcluirdeixe lá na Caixa, pode ser?
Abraço
Excluindo Saletiel e Calazans (que já têm o cd), ainda faltam três felizardos. A todos os que atenderam o apelo, nosso obrigado e tenham certeza que disco chegará intacto ao destino, seja no Crato, Petrolina ou Rio de Janeiro.
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