sábado, 3 de novembro de 2007
De novo "Matozinho..." Leiitura Dramática
Durante a Mostra Sesc Teatro faremos leitura dramática de alguns textos de "Matozinho vai "a Guerra", de JFlávio Vieira. Aguardem!
De Zé de Matos a Matozinho
Pelas ondas do rádio tomei ciência de “Matozinho”. Era sábado. A crônica da cidade - com fatos e notícias e etc. e tal que abre o noticioso das 12:30 h na Rádio Educadora, naquele dia não falava da nossa cidade mas de uma outra perdida no tempo e no espaço denominada Matozinho: seu prefeito se metera numa encrenca danada porque financiara com o erário municipal uma festa em resort bahiano a troco de receber das mãos de um promoter uma placa que lhe conferia o título honorífico de melhor prefeito do universo!! Parecia piada mas não era. O rico texto schakespeareano travestia a realidade e extraia do nosso cotidiano o cômico e o grotesco para fazer-nos rir de nossa miséria ignorada. Jogada de mestre e autor JFlávio Vieira.
A partir daí, com a proximidade e amizade que tenho com o autor JFlávio Vieira, sedimentada nos dois anos que dividimos a direção do espetáculo “ A terrível Peleja de Zé de Matos...” fui seduzido por estas “crônicas alegóricas” que ora compõem este “Matozinho vai a Guerra”.
Entretanto, o que é mais genial em “Matozinho Vai a Guerra” é que a gente pode costurar uma crônica com outra e mais outra (que foram escritas independentes e em tempos diferentes) e assim montar um colcha de retalhos que desvela um microcosmo paralelo desse nosso universo. É assim que nos deparamos com a nossa imagem que aparece refletida nesse espelho quebrado que nos deforma, mas não nos rouba a alma
As estripulias, peraltices, mungangas e irreverência dos personagens que desfilam nas páginas deste livro trazem a mesma essência tragicômica que alimentaram o “mito” Zé de Matos - tema da primeira obra do autor - o poeta analfabeto que soube extrair do seu cotidiano uma poesia essencial que nunca escreveu e que nos chegou pela oralidade que é o maior patrimônio da cultura nordestina, uma poesia até hoje reverenciada por intelectuais das mais distintas falanges. Seria Matozinho o berço natal do poeta Zé de Matos ou o poeta é seu elemento fundador, sua mais pura matriz? É uma questão que se apresenta espontaneamente quando da leitura de “Matozinho vai a guerra” de JFlávio Vieira.
Eu estou certo do aplauso do público caririense para esta obra que confirma JFlávio Vieira como um dos expoentes da nossa literatura.
Luiz Carlos Salatiel
cabelo de milho
ResponderExcluircabelo de trigo
Para Salatiel
cabelo de sol
cabelo que assanha o Crato
cabelo que o nosso vento
alvoroça
alvorece
enlourece!
cabelo que imanta irmãos...
que seca o pranto dos amigos...
Cá...
Belo...
é este blog contigo!