Mire veja: o que posso é falar que percorri o Sertão por outras Veredas. Um Sertão singular, um ser-tão que é mais de dentro que de fora. O de Guimarães Rosa. Terminei, finalmente, de ler o romance. Interessante foi perceber que a descrição espacial do sertão de Rosa não cansa, porque é mais um espelho da vida interior dos personagens que uma descrição externa, apartada de tudo o que é subjetivo: o sertão se constrói sob as lentes que cada um de nós coloca nos olhos: “Sertão não é malino nem caridoso, mano oh mano! – ... ele tira ou dá, ou agrada ou amarga, ao senhor, conforme o senhor mesmo.” E é terrivelmente arrebatador: o Amor, a Guerra, o Sonho, a Traição, o Ódio, a Força, o Medo. Deus e o diabo (na rua, no meio do redemoinho...). Tudo retratado com a intensidade e a beleza do Rosa. O Sertão dele é universal; naquelas páginas a gente fica com coração na mão. É comovente o modo como Guimarães Rosa descreve as oscilações de tudo o que há de mais íntimo em Riobaldo (e em todos nós). E é mágica a história de amor entre nosso Tatarana e Diadorim: uma história onde o amor transcende a tudo (ou quase?). Viver é muito perigoso.
Mire veja. Acho que todo o mundo tem que encontrar aquilo que existe de mais verdadeiro na vida. E um bom lugar para isso é o sertão.
O Sertão e suas tantas Veredas...
(Existe é homem humano. Travessia)
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imagem: do disco "Matita-Perê", do Tom Jobim. Disco que tem muito de Guimarães Rosa. guimarães rosa: nomezinho fantástico que tem que ser repetido o tempo todo, eternamente.
sertão
ResponderExcluirser
tão.
rosa?
no sertão?
tudo é possível
pra quem criou manuelzão e miguilin.
belo texto.
"A gente vê o impossível", Lupeu!
ResponderExcluirObservaçãozinha: Que bom você ter permanecido no blog!
Todos os Sertões dentro de nós:
ResponderExcluiro Sertão Rosa, o Sertão Cunha.
O Sertão de Graciliano Ramos também.
ResponderExcluirAh, sim. O de Graciliano Ramos sempre deixou meus olhos cheios d'água.
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=LEATY8xd1ao
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