Ele admirava os golfinhos voejantes
E mergulhava com os Borbuletas.
Bebia luz e enamorava os Ateus,
Era como prosava com Deus.
Engarrafava vultos, espíritos e derivados.
Não discorria sobre mensagens psicografadas,
Viagens astrais, segredos de Fátima.
Apostava no final do juízo ao juízo final,
Não celebrava a igreja virtual,
Era um monge da ordem dos concretas,
Atiravam-lhe pedras e ele, era o louco,
Um poeta na certa!
A terra lhe era leve à carne.
Ah, a carne! A carne, o compreendia!
Mastigava helicópteros e vãs teorias,
Não entendia de guerras santas, não,
Não entendia de guerras santas,
Apenas rezava no que vivia!
Passeava sobre edições e radiodifusões sacrossantas,
Era imune ao estilo das retóricas.
Não adquiria mercadorias nos balcões de santos nomes
E maldizia a raça dos corretores celícolas.
O seu Deus não estava a preço de dízimos,
Nem o perdão, nem o amor, nem o prodízio,
Muito era aqui, algo, era agora, tudo era digno!
Por fim,
Era um anti-acadêmico, um ensaísta,
Um revolucionado, um espontâneo, um altruísta.
Alguém insólito, um Policárpico carregado de bem.
Como não traduziam e de razões descobertos,
Proferiam-lhe insultos e ele era um louco,
Um poeta por certo!
Louco e poeta ele nasceu para ser feliz e pasmem,
Sem as bênçãos do Deus atormentador dos homens!
É, deturparam deus, sem dúvida. Mas o meu, o que creio, é o poeta...
ResponderExcluirPachelly: sei até onde foste. Do anti-religião (institucional) ao transcendente que peregrina na vida com um bastão e apontando para o horizonte diz: "vês tanta beleza neste vale amplo e, no entanto, ele não é só isso". Mas sei que vês a beleza pura do olhar que busca uma visão por trás da imagem. É assim que teu ateu é um Deus teu (horrível de pronunciar mas quando a verdade precisa a beleza das frases se deixam ficar). A introdução é para dizer que o tempo todo fiquei lutando contra uma imagem que é mas não é o teu Deus que era ateu. Trata-se de um personagem que vi vagando pelas ruas do Rio de Janeiro, especialmente sob os viadutos na região final da Avenida Brasil e próximo da Rodoviária, naquele trevo monstruoso do qual chega a Linha Vermelha e se vai à ponte Rio Niterói. Ele vestia um camisolão de peregrino, barba e cabelos longos como um profeta, por vezes um cajado. Era um personagem tipicamente urbano, não se tratava dos profetas bíblicos das metáforas rurais. Havia sofrido um trauma terrível em sua família durante um incêndio num circo na sua cidade Niterói. Desde então, vivia pelas ruas carregando placas e escrevendo nas pilastras dos viadutos frases de amor e gentileza. Tinha o hábito de escrever multiplicando as consoantes. Era seu efeito de predicação. Todos na megalópolis o conhecia era: O PROFETA GENTILEZA. Gentileza gera gentileza. Foi tão importante que seus grafites virou patrimônio cultural da cidade.
ResponderExcluirSabe que já estava com saudades das tuas gentilezas aqui no Cariricult?
Zé, Aristides, já dizia o poeta Geraldo Urano "Eles disputam o espaço estrelado, como se merecessem está lá em cima e ao redor, os bebês agonizam"...
ResponderExcluirSob outro prisma, a humanidade ainda pode fazer muito por ela, sem esperar...
Gentileza de sua gentileza, a sua exposição converge diretamente e racionalmente sobre o que quis expressar! Homem-Deus, podem até caminhar juntos, rabiscando nas pilastra da vida, mas não este mercantilismo que só atrasa a real visão de humanidade inerente ao ser humano e ao alcance de todos!
Grande abraço meu futuro parceiro!
Manda poemas!
ResponderExcluirSacros! Sacrílegos! Santificados!
Pouco me importa!
Manda!
Um abraço, Pachelly.
Ei domingos,
ResponderExcluirQuando que vens pelo Crato homi? Temos saudade da tua pessoa!
Abração cara!