quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Eremita

Passou 2007
Os últimos dias resolveram mudar o rítmo
Fizeram coreografia com um bando de tartarugas...
Céu nublado,tardes quentes,tudo mudo

Comida com cheiro de festa
doce, acastanhada...
Em algumas janelas do tempo
o dia esqueceu a neve, o saco de Papai Noel,
e a renas não fôram importadas...

Em algumas janelas , existe apenas uma vela!
Ninguém chegou, nem partiu
As bolsas ficaram vazias,
e as sacolas... repletas de plástico,
de fios, de futuros descartáveis.

Um pote de balas vazio,
um vestido surrado no armário,
um sapato apertado...
um perfume de amêndoas, quase enjoativo...

Um coração em saltos...
Aflição dentro do carro
Falta de um riso largo,
e de um chôro comovido.

Próxima semana é 2008
sem prata e sem ouro no bolso
Contas na farmácia
carrinho vazio, no supermercado
arroz, feijão e pão!

E o vinho espera abril
o milho espera S.João...
Até dezembro voltar
com cestas de intenções.

Há uma possibilidade de felicidade no ar...
Resgatar o coração,perdido na contra-mão

Há uma possibilidade de alegria
no final do dia, quando o sol esfria...
Uma bola prateada, que se chama lua,
enche de volúpia a nossa vida!

Há uma possibilidade de viver bem
E que Deus permita!

3 comentários:

  1. A poesia permite,
    Socorro,
    a poesia permite.
    Um abraço,
    Cintilante 2008!

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  2. Belo poema!
    Linguagem sua renovada.

    Feliz 2008, poetiza!

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  3. Obrigada, Marcos!
    Um 2008 cheio de rimas e cores pra nós todos!


    Abraços!

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