Texto de Geraldo Urano para o jornal "Nação Cariri", ano I, nr. 01
O “fundão” é um território de calma onde mora o velho Jéferson com seus cabelos brancos e sua barba bonita. Aqui a caça é proibida e a mata não foi vencida e transformada em dinheiro onde os pássaros jamais poderão construir os seus ninhos. O velho Jéferson tem protegido essa área como uma vaca cuida do seu bezerro. Com seus 82 anos, nos surpreende, agradavelmente, pela sua gesticulatória e pensamento vivo, lembrando a independência dos adolescentes aquarianos. Sua voz é rica de nuanças. Às vezes torna-se baixa e engraçada, com um gosto de natureza. De vento sussurrando entre folhas secas. E quando ele silencia, ainda que haja sorriso em seu silêncio, sentimos o protesto, não contra uma nem duas coisas! Um silêncio que parece dizer: É urgente! Algo contenha a fúria dessa civilização.
Amigos que lêem e escutam que o Cariri é Verde! Lembramos-lhes que já foi bem mais!
Quando o velho Jéferson falou pra nós que não gosta de padre, simplesmente nos interrogamos: é justo os padres continuarem com os sermões iguais aos dos anos passados, quando já não há abundância de frutas e a sua qualidade vai de mal a pior? Será que o que ouvimos na igreja passa a nossa fome ao redor da mesa? Será que uma construção de pedras é mais importante do que uma horta ou pomar? E está fora disso insuflarmos que para o homem basta o pão. Tal absurdo não nos pertence.
O Templo que precisamos é o templo vivo da universalidade, fraternidade e justiça a ser erguido nos corações.
O terror está solto. O terror é a nossa prepotência intelectual. E um sistema ensombrado pela prepotência não confere prestígio a não ser a quem tenha mais por qualquer meio. Nesse quadro, tudo o que está fora de lugar, exige para si o tratamento de filho da verdade.
É isso que enxergamos olhando para o velho Jéferson. E apressamo-nos a dizer: o olhar dele nos faz bem. Até logo, velho Jéferson!
Iniciamos o retorno com a tarde à beira do crepúsculo. Paramos à entrada da cidade, na zona alta do Seminário. E ficamos os cinco a contemplar a Lua Cheia em angulação com a grande antena da Rádio Educadora, compondo, singelamente, um visual futurista. O Crato é como uma taça que o Cruzeiro do Sul brinda todas as noites com o seu vinho.
Amigos que lêem e escutam que o Cariri é Verde! Lembramos-lhes que já foi bem mais!
Quando o velho Jéferson falou pra nós que não gosta de padre, simplesmente nos interrogamos: é justo os padres continuarem com os sermões iguais aos dos anos passados, quando já não há abundância de frutas e a sua qualidade vai de mal a pior? Será que o que ouvimos na igreja passa a nossa fome ao redor da mesa? Será que uma construção de pedras é mais importante do que uma horta ou pomar? E está fora disso insuflarmos que para o homem basta o pão. Tal absurdo não nos pertence.
O Templo que precisamos é o templo vivo da universalidade, fraternidade e justiça a ser erguido nos corações.
O terror está solto. O terror é a nossa prepotência intelectual. E um sistema ensombrado pela prepotência não confere prestígio a não ser a quem tenha mais por qualquer meio. Nesse quadro, tudo o que está fora de lugar, exige para si o tratamento de filho da verdade.
É isso que enxergamos olhando para o velho Jéferson. E apressamo-nos a dizer: o olhar dele nos faz bem. Até logo, velho Jéferson!
Iniciamos o retorno com a tarde à beira do crepúsculo. Paramos à entrada da cidade, na zona alta do Seminário. E ficamos os cinco a contemplar a Lua Cheia em angulação com a grande antena da Rádio Educadora, compondo, singelamente, um visual futurista. O Crato é como uma taça que o Cruzeiro do Sul brinda todas as noites com o seu vinho.
Foto que ilustra a postagem: Sr. Jéferson da Franca Alencar, clicado por Jackson (Bola) Bantim
Bola,
ResponderExcluirdispensador de peróla,
grato!
Geraldo Urano,
grande poeta, alma sensível,
homem antenado,
salute!
Seu Jefferson,
flâmula de brilho eterno,
salve!
Bola,
ResponderExcluirExcelente matéria. Parabéns!