Serra dos Órgãos - Travessia entre Petrópolis e Teresópolis
Lentamente os dois blogs coletivos do Cariri, ainda falta mais do Casa Grande de Nova Olinda, falta o nosso Juazeiro, Barbalha, Missão Velha, Santana, falta trazer mais ainda, se é possível, o pensamento rico desta região. Queria fazer reflexão coletiva.
Usando de metáforas. Quando frequentava a praça central da cidade, naqueles bancos, tínhamos opinião para tudo e para todos. Era um leque se abrindo ao redor do pino do mesmo assunto. Um dia pensamos ir em busca dos grandes pensamentos, das grandes mentalidades. Não mais ficar ouvindo tantas opiniões, mas finalmente o discurso definitivo sobre o mundo. A grandes narrativas, as amplas ideologias, os altos níveis da inteligência. Mas era uma busca inútil. Na quadra da civilização que vivemos, isso tudo estava na ampla rede de visões conflitantes, confluentes, divergentes, convergentes, um retorno à narrativa de opiniões da praça. Nem o monólogo se bastava, era preciso ir para o plenário e lá ouvir todas as cores do espectro de luz, ver todos os sons da escala auditível, tatear todos os sabores que as papilas gustativa costumam, cheirar todas nuvens inodoras em contínua mutação.
Isso ocorre nos dois blogs coletivos Caricult e Blog do Crato. A cada nova postagem uma cor, uma opinião é um sabor, um poema tateando, um conto cheirando, uma notícia pesquisando, um ensaio breve como uma enciclopédia. Ao final do ano de 2007 só um ponto álgico explica tanta meizinha para o caleidoscópio que confunde para depois confundir a confusão. O ponto sobre a dor, é o ponto do qual nos multiplicamos, do ventre de nossas mães e do gozo divino dos nossos pais sobre o mesmo território.
O território é uma dos conceitos mais precisos que conheci. Ele é a síntese do espaço e do tempo, ele é o elo entre ele mesmo e a fronteira do próximo território. O território é de fato um processo como dizia Milton Santos. É portanto o nosso código de identidade é a nossa dignidade de sermos nós entre outros é a nossa luta contra a intrusão que nos nega. É desse ponto, o território, com os mistérios "gozosos" dos nossos pais, a narrativa de tantas vozes que dizemos é isso mesmo. Está definido. É isso mesmo.
Por isso daqui desta janela da cidade que me abrigou do modo dadivoso, o Rio de Janeiro, nesta janela luminosa do computador e por esta conexão que nos refaz digo que este pedaço de meio ano foi bom me encontrar com vocês. Com os anônimos que promoveram nossos estranhamentos, enquanto eram, os anônimos, os mesmos que somos.
O Dihelson em sua vaidade racional de uma imensa chamada ao coletivo; o Carlos Rafael este coração apaziguador e rápido no ofício, o Salatiel que evolui rapidamente para a radicalidade de idéias materializadas em militâncias e campanhas, o Lupeu Lacerda no mais afiado corte sobre esta paz pequeno burguesa que não passa de uma luz angustiada de madrugada insone; Leonel desdobrando a alma esticada ao sol destes sertões numa chuva termos raros como um dicionário; o Barroso entre ele e ele mesmo com algo no meio, a morte e a vida; Armando que vai de um posicionamento anti-PT e monarquista a uma doçura de mestre que compreende o aluno num mesmo ato; a Socorro Moreira que verseja a si mesma e suas circunstâncias com as mesmas pétalas do mundo florado; Pachelly que é feito dos acordes do violão que um dia ouvi do velho Abidoral naquele horário em que a alma vaga indecisa com as seis horas que dizem noite; Bantim que não simplifico com importância que teve o pai para nós, mas o que click que resguarda a cultura do Cariri; Océlio Teixeira libertando o universo aprisionado aos muros que conservam o conhecimento universitário; José Flávio com quem naveguei em tantos barcos Viking na Lagoa do Gravatá e espero navegar outros tantos mares; Emerson Monteiro em seu cinema de janela, memorizando e recriando, sempre nas franjas dos bairros pobres da cidade, suas mazelas e vitórias; o Rosemberg Cariry cuja inteligência vai além do seu chapéu e convenhamos ser um cineasta na adversidade nordestina é de se tirar o chapéu; a Glória com seu otimismo inerente a estimular esta moçada com que faz crochê; o Leopoldo que já chegou dando lição de cidadania e reduzindo esta assimetria entre o direito e as pessoas comuns; George Macário que resiste na luta ambiental em seu blog e em outras trincheira na qual acho que já o achei.
E eu, como qualquer um que tem o privilégio de freqüentar uma turma dessa, ainda me dei ao luxo de criar orações sobre eles como se fosse possível agarrar este seres em permanente mutação em apenas um toque de mão. Então isso é o espírito de natal. O desejo de ano novo repito, que em 2008 se ajunte a este território os membros que faltam: Juazeiro, Barbalha, Missão Velha, Brejo dos Santos, Milagres, Santana, Nova Olinda e o povo do Pernambuco Exu, Bodocó e Ouricuri.
Lentamente os dois blogs coletivos do Cariri, ainda falta mais do Casa Grande de Nova Olinda, falta o nosso Juazeiro, Barbalha, Missão Velha, Santana, falta trazer mais ainda, se é possível, o pensamento rico desta região. Queria fazer reflexão coletiva.
Usando de metáforas. Quando frequentava a praça central da cidade, naqueles bancos, tínhamos opinião para tudo e para todos. Era um leque se abrindo ao redor do pino do mesmo assunto. Um dia pensamos ir em busca dos grandes pensamentos, das grandes mentalidades. Não mais ficar ouvindo tantas opiniões, mas finalmente o discurso definitivo sobre o mundo. A grandes narrativas, as amplas ideologias, os altos níveis da inteligência. Mas era uma busca inútil. Na quadra da civilização que vivemos, isso tudo estava na ampla rede de visões conflitantes, confluentes, divergentes, convergentes, um retorno à narrativa de opiniões da praça. Nem o monólogo se bastava, era preciso ir para o plenário e lá ouvir todas as cores do espectro de luz, ver todos os sons da escala auditível, tatear todos os sabores que as papilas gustativa costumam, cheirar todas nuvens inodoras em contínua mutação.
Isso ocorre nos dois blogs coletivos Caricult e Blog do Crato. A cada nova postagem uma cor, uma opinião é um sabor, um poema tateando, um conto cheirando, uma notícia pesquisando, um ensaio breve como uma enciclopédia. Ao final do ano de 2007 só um ponto álgico explica tanta meizinha para o caleidoscópio que confunde para depois confundir a confusão. O ponto sobre a dor, é o ponto do qual nos multiplicamos, do ventre de nossas mães e do gozo divino dos nossos pais sobre o mesmo território.
O território é uma dos conceitos mais precisos que conheci. Ele é a síntese do espaço e do tempo, ele é o elo entre ele mesmo e a fronteira do próximo território. O território é de fato um processo como dizia Milton Santos. É portanto o nosso código de identidade é a nossa dignidade de sermos nós entre outros é a nossa luta contra a intrusão que nos nega. É desse ponto, o território, com os mistérios "gozosos" dos nossos pais, a narrativa de tantas vozes que dizemos é isso mesmo. Está definido. É isso mesmo.
Por isso daqui desta janela da cidade que me abrigou do modo dadivoso, o Rio de Janeiro, nesta janela luminosa do computador e por esta conexão que nos refaz digo que este pedaço de meio ano foi bom me encontrar com vocês. Com os anônimos que promoveram nossos estranhamentos, enquanto eram, os anônimos, os mesmos que somos.
O Dihelson em sua vaidade racional de uma imensa chamada ao coletivo; o Carlos Rafael este coração apaziguador e rápido no ofício, o Salatiel que evolui rapidamente para a radicalidade de idéias materializadas em militâncias e campanhas, o Lupeu Lacerda no mais afiado corte sobre esta paz pequeno burguesa que não passa de uma luz angustiada de madrugada insone; Leonel desdobrando a alma esticada ao sol destes sertões numa chuva termos raros como um dicionário; o Barroso entre ele e ele mesmo com algo no meio, a morte e a vida; Armando que vai de um posicionamento anti-PT e monarquista a uma doçura de mestre que compreende o aluno num mesmo ato; a Socorro Moreira que verseja a si mesma e suas circunstâncias com as mesmas pétalas do mundo florado; Pachelly que é feito dos acordes do violão que um dia ouvi do velho Abidoral naquele horário em que a alma vaga indecisa com as seis horas que dizem noite; Bantim que não simplifico com importância que teve o pai para nós, mas o que click que resguarda a cultura do Cariri; Océlio Teixeira libertando o universo aprisionado aos muros que conservam o conhecimento universitário; José Flávio com quem naveguei em tantos barcos Viking na Lagoa do Gravatá e espero navegar outros tantos mares; Emerson Monteiro em seu cinema de janela, memorizando e recriando, sempre nas franjas dos bairros pobres da cidade, suas mazelas e vitórias; o Rosemberg Cariry cuja inteligência vai além do seu chapéu e convenhamos ser um cineasta na adversidade nordestina é de se tirar o chapéu; a Glória com seu otimismo inerente a estimular esta moçada com que faz crochê; o Leopoldo que já chegou dando lição de cidadania e reduzindo esta assimetria entre o direito e as pessoas comuns; George Macário que resiste na luta ambiental em seu blog e em outras trincheira na qual acho que já o achei.
E eu, como qualquer um que tem o privilégio de freqüentar uma turma dessa, ainda me dei ao luxo de criar orações sobre eles como se fosse possível agarrar este seres em permanente mutação em apenas um toque de mão. Então isso é o espírito de natal. O desejo de ano novo repito, que em 2008 se ajunte a este território os membros que faltam: Juazeiro, Barbalha, Missão Velha, Brejo dos Santos, Milagres, Santana, Nova Olinda e o povo do Pernambuco Exu, Bodocó e Ouricuri.
Nesse mar de idéias, a gente encontra um tesouro, quando nele mergulha!
ResponderExcluirEu digo, essa é a idéia, hoje mesmo tem um poema afirmando um olhar inodoro em relação à religião, logo embaixo tem uma postagem messiânica, bem aos moldes da nossa parva herança portuguesa, aquela coisa devotada ao extremo, apesar dos meus comentários, não condeno nem um e nem outro, apenas caio em deleitos sobre essa cama de possibilidades, que você, meu caro, soube muito bem identificar. O prazer é todo meu.
ResponderExcluirUm abraço
irmão
Como eu frisei lá no Blog do Crato nessa mesma postagem, a separação de estilos entre os dois Blogs é inexorável e benigna. Os tópicos PRECISAM ser diferentes. Os poucos tópicos que merecem ser duplicados são os relativos à divulgação de eventos culturais. Até para realizarmos a estória da Rede de Blogs.
ResponderExcluirO Blog do Crato é um Blog de Fatos, de Notícias de contecimentos, e das causas urgentes do Crato e do Cariri. QUASE UM JORNAL. É também um local de divulgação de eventos e ponto de encontro da Sociedade Cratense na internet para bate-papos.
O CaririCult é um Blog de Idéias em movimento, como bem diz Salatiel. São propostas muito diferentes. Hoje estamos batalhando por uma diferenciação muito maior.
Por exmeplo:
- Notícia de Incêndio de Fábrica => Notícia blog do Crato.
- Dissertação sobre a natureza do homem - CaririCult.
- Campanhas em defesa do patrimônio histórico, logradouros, reportagens sobre a cidade e entrevista com personalidades: Blog do Crato
- Poemas da modernidade caririense: CaririCult
- Crônicas sobre a cidade: Blog do Crato
- Crônicas sobre o pensamento: CaririCult.
- Política: Ah! aí deveria ser no Blog do Tarso Araújo... rs rs
Vale lembrar que no Crato há muuuuitos outros Blogs além desses. Tem o DemoCrato, tem o Blog do Tarso, tem o Blog do valdir, tem o NewsCariri, etc, etc...
Falow!
Dihelson Mendonça
Oi Zé do Vale
ResponderExcluirSempre tive vontade e até tentei aprender essa arte das agulhas mas as linhas sempre deram pequenos nó no meu já pouco juízo. Adorei o texto e gostei de ser vista como pessoa otimista (sou mesmo).
A diversidade dos dois blogs é fantástica, democrática e mostra a riqueza de idéias das pessoas da nossa região.
Tenha um bom dia !
José do Vale, um psicólogo da alma do Crato, que escreve como quem reza, agradecendo e pedindo mais.
ResponderExcluirComo diria Geraldo Urano: é bom demais!