AS CASTRAÇÕES DE FIDEL
Fidel não é fiel. Nunca foi. Desde que se pense em uma irmandade fetal. Como também Fidel não é o fiel da balança das revoluções. É puro maniqueísmo oportunista evidenciar uma lista de feitos e desfeitos, a história caminha por outras ruas, além dessas óbvias, alimentadas pelos corredores de ônibus, que levam e trazem os subterfúgios supremos dos homens demasiadamente humanos.
Não creio que agora, em Fidel, Malone Morre, na fidelidade de Samuel Beckett ao vazio existencial dos homens, das coisas e das revoluções. Muito menos acredito que não há mais a dizer, embora nada tenha sido desdito, sobre as castrações da ditadura cubana. Hoje os dias são poucos para Fidel, mas ininterruptamente eles se alongam para história e para os julgamentos. Não há mais espaço para os sonhos de juventude, a mesa está posta e a fome dos justiceiros já se impacienta diante da falência.
Os urubus que rondam o teu enterro Fidel, são os carcereiros da tua alma, eles já vêm de longa data, são apenas travestis siliconados, pura alegoria da realidade, são eles que recebem os ingressos dos que pagam para viver. Devidamente alimentados pelas ruínas da humanidade, eles percorrem religiões, órgãos de imprensa, livros de autoajuda, entidades politicamente corretas, as quinquilharias do cotidiano, o domínio cretino das tecnologias, todas as ideologias e todos os embustes da ciência, para dali retirarem dados, proscrições, conceitos e restrições, e entalharem secularmente na oliveira sagrada dos cânones a ficha indelével da grande culpa.
Todo revolucionário se alucina com a sombra do poder e com as sobras da dignidade. Para livrar o povo das forças opressoras, logo, logo, a rebeldia aprisiona a liberdade. Extermina a sangue quente e a ferro frio. Mas o poder hodierno também faz isso, com muito mais requinte e pompa, com a meticulosidade do especialista, com a complexidade das grandes teorias. E o que é pior, sem ter um ideal para lutar, além de usurpar legitimamente, para manter a família, a propriedade e a tradição, essa prostituta elegante, prenha de datas memoráveis e vazia de feitos.
Se existem aqueles que abandonaram e abandonam Cuba, não importa de que classe, da mesma forma existem aqueles que ficam e ficariam sempre. Se a Revolução Cubana tem seus mortos e seus espólios, seus absurdos e seus panegíricos, qualquer outra revolução também tem, inclusive as religiosas, as reveladas e as veladas. Só saberíamos todas as vertentes dessa dialética se aqui uma verdadeira revolução empenasse o retilíneo dessa saga branca de roubalheira e domínio, que contamina todos os recantos desse Brasil varonil.
Se Hugo, Lula, Fidel, Bush e a rainha da Inglaterra são caricaturas do poder, nós também somos enquanto público e publicáveis. O que não se pode esperar é justiça ao se debulhar olhares sobre a história. Mas se deve esperar, sim, que os fiéis e os infiéis de Fidel não castrem nossos olhares sobre a revolução.
Marcos Leonel
Fidel não é fiel. Nunca foi. Desde que se pense em uma irmandade fetal. Como também Fidel não é o fiel da balança das revoluções. É puro maniqueísmo oportunista evidenciar uma lista de feitos e desfeitos, a história caminha por outras ruas, além dessas óbvias, alimentadas pelos corredores de ônibus, que levam e trazem os subterfúgios supremos dos homens demasiadamente humanos.
Não creio que agora, em Fidel, Malone Morre, na fidelidade de Samuel Beckett ao vazio existencial dos homens, das coisas e das revoluções. Muito menos acredito que não há mais a dizer, embora nada tenha sido desdito, sobre as castrações da ditadura cubana. Hoje os dias são poucos para Fidel, mas ininterruptamente eles se alongam para história e para os julgamentos. Não há mais espaço para os sonhos de juventude, a mesa está posta e a fome dos justiceiros já se impacienta diante da falência.
Os urubus que rondam o teu enterro Fidel, são os carcereiros da tua alma, eles já vêm de longa data, são apenas travestis siliconados, pura alegoria da realidade, são eles que recebem os ingressos dos que pagam para viver. Devidamente alimentados pelas ruínas da humanidade, eles percorrem religiões, órgãos de imprensa, livros de autoajuda, entidades politicamente corretas, as quinquilharias do cotidiano, o domínio cretino das tecnologias, todas as ideologias e todos os embustes da ciência, para dali retirarem dados, proscrições, conceitos e restrições, e entalharem secularmente na oliveira sagrada dos cânones a ficha indelével da grande culpa.
Todo revolucionário se alucina com a sombra do poder e com as sobras da dignidade. Para livrar o povo das forças opressoras, logo, logo, a rebeldia aprisiona a liberdade. Extermina a sangue quente e a ferro frio. Mas o poder hodierno também faz isso, com muito mais requinte e pompa, com a meticulosidade do especialista, com a complexidade das grandes teorias. E o que é pior, sem ter um ideal para lutar, além de usurpar legitimamente, para manter a família, a propriedade e a tradição, essa prostituta elegante, prenha de datas memoráveis e vazia de feitos.
Se existem aqueles que abandonaram e abandonam Cuba, não importa de que classe, da mesma forma existem aqueles que ficam e ficariam sempre. Se a Revolução Cubana tem seus mortos e seus espólios, seus absurdos e seus panegíricos, qualquer outra revolução também tem, inclusive as religiosas, as reveladas e as veladas. Só saberíamos todas as vertentes dessa dialética se aqui uma verdadeira revolução empenasse o retilíneo dessa saga branca de roubalheira e domínio, que contamina todos os recantos desse Brasil varonil.
Se Hugo, Lula, Fidel, Bush e a rainha da Inglaterra são caricaturas do poder, nós também somos enquanto público e publicáveis. O que não se pode esperar é justiça ao se debulhar olhares sobre a história. Mas se deve esperar, sim, que os fiéis e os infiéis de Fidel não castrem nossos olhares sobre a revolução.
Marcos Leonel
Fidel é sim fiel, sempre foi no início de seu mandato em 1959 deteve-se a impedir a influência estadunidense em Cuba e muito antes, enquanto um mero estudante de direito, buscou em revoluções derrubar toda perspicácia política que já afrontava a sua pátria. Consagrou seu estado vital ao país em que depositou todo personalismo político. Dedicou-se até o último suspiro pela miserável faixa de terra, assim nomeada, Cuba. Confrontar uma potência mundial e assumir um caráter diligente tornou o profundamente idolatrado por muitos cubanos assim como por muitos estudiosos. A coragem em enfrentar a influência da superpotência, para época é o ápice para muitos covardes, mas para Fidel Castro um homem de sumo caráter foi preciso realizar mais pelo seu povo. Em período do governo "Fidel", muitos foram beneficiados com suas propostas e feitos, agora com sua renúncia e com a incumbência ter sido transposta para Raúl Cortez acredito que o governo não venha a tomar drásticas decisões e siga a linha ditada pelo ETERNO FIDEL.
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