(De "O livro de Cesario Verde", editora Tiragem, Lisboa, Dezembro de 2005, mantida a grafia original).
Heroismos
Cesario Verde
Eu temo muito o mar, o mar enorme,
Solemne, enraivecido, turbulento,
Erguido em vagalões, rogindo ao vento;
O mar sublime, o mar que nunca dorme.
Eu temo o largo mar rebelde, informe,
De victimas famelico, sedento,
E creio ouvir de cada seu lamento
Os ruidos d'um tumulo desforme.
Comtudo, n'um banquinho transparente,
No seu dorso feroz vou blasonar,
Tufada a véla e n'agua quase assente,
E ouvindo muito ao perto o seu bramar,
Eu rindo, sem cuidados, simplesmente,
Escarro, com desdem, no grande mar!
7 de fevereiro de 1874
Armando: a poesia, como mostras nesta escolha que fizeste, não é uma mera escrita impressionista. A poesia é, como todas as manisfestações humanas, o próprio sujeito em ação sobre os predicados. Esta escolha vai no centro do ser Português, pelo menos desde aquele tempo em que Camões simbolizou. Que tinha a vastidão do Mar desde que se ultrapassou o Cabo Bojador. Ao Português mesmo ao mar tivesse horror, restava-lhe o escárnio sobre a origem do medo. Boa escolha fizeste nesta postagem.
ResponderExcluirTemos algumas rusgas que parecem
ResponderExcluirinsolucionáveis, enquanto intermitentes, mas a sua escolha poética é muito oportuna: Cesário Verde é um dos maiores poetas do mundo, com seu costumbrismo e sua urgência pelo cotidiano, muito atento, em suas temáticas, ao processo de coisificação do homem pela práxis.
Em tempo, sei que sua escolha foi proposital, mas dessa vez eu concordo.
Marcos Leonel,
ResponderExcluirNão temos rusgas insolucionáveis. Temos visões diferentes de ver os acontecimentos. O que é normal na convivência humana.
Eu não diria nem que temos nossas "verdades", pois a própria verdade tem várias faces. Recentemente, o Papa Bento XVI foi "desconvidado" de comparecer a Universidade romana "La Sapienza". Alegaram que o Papa nada tinha a acrescentar.
O pontífice, limitou-se, então, a enviar sua mensagem para ser lida para os que não concordaram com a proibição de sua ida. Nessa mensagem, Bento XVI convida a comunidade acadêmica a não perder "a coragem da verdade", a não desviar-se "da busca da verdade", mas a permanecer "em caminho, com os grandes que ao longo da história lutaram e procuraram, com suas respostas e com suas inquietações pela verdade, que remete continuamente, para além de cada resposta individual".
Continuemos a procurar resposta para nossas inquietações.
Armando
O tamanho do nosso sucesso terá a durabilidade de nossa humildade. Não temeremos os desafios dos ventos, porque ate os da morte alguém já os venceu por nos, (isso eu bem sei nobre filosofo). Nem as tragédias poderão deter o nosso poder de reação, pois se deixarmos que as perdas criem paredes de isolamentos a nossa volta o que será de nos? Não permitiremos que os nossos inimigos mesmo que sejam fenonimos da natureza contemplem o castelo que com luta construímos, sabemos que muitas são as causas das tristezas da vida, mas nosso poder de reação poderá nos levar para os braços da alegria. Sabemos que o segredo é a alma do negocio, mas digo lhes que a humildade e a bravura serão os corpos das nossas conquistas, e que os nossos conflitos jamais serão motivo de frustrações para os nossos sonhos, e se nos unirmos eternamente nossos pesadelos não farão sombras para nossos sonhos. Que passem como raios no cair da noite todas as tristezas e que nasça um amanhã de esperanças. Que toda luta possa fluir de nossos corações com a força das conquistas. Que o novo amanhã nos dê força para que nossos sonhos venham a cada noite se fortalecer. Que a cada tarde flua um novo jeito de seguirmos com força e que não seja apenas um sonho e os pesadelos passem como passam as paixões dos fracos. Não façamos de nossos medos a destruição das aldeias, pois somente a brisa em nossos dias será a flor do campo,( que audácia querida) com sua cor azul no sorriso, em cada folha de sua pele um perfume, em cada gota de orvalho que desce em seu corpo de mulher uma lagrima ao dar a luz ao amor pelos vales.( Estas palavras o cretino roubou –me querida).Que o senhor vento enxergue os seus defeitos com os olhos da humildade, para que não tateei a vida toda nas trevas da ignorância, e se queres obter de seu Deus alguma graça, pague por ela com a sua adoração, porque de graça nem benção. Não há graça sem preço, ate as dos Deuses são pagas com a moeda da adoração. ( Quem é ele para falar de graça)
ResponderExcluirNa natureza a primeira condição é respeitá-la e as demais serão conseqüências de nossos atos,--- ( ah a esta é boa um humano falando no bem estar da natureza; diz o vento)