sexta-feira, 14 de março de 2008
O Espiritismo e a Mediunidade são Portas para Doenças Mentais ?
O Espiritismo e a Mediunidade são Portas para Doenças Mentais ?
Olá, amigos,
Trago hoje um assunto polêmico para discussão, mas que merece toda uma análise à luz da razão. Aos fanáticos, eu sugiro não ler esse texto, que é pesado.
Comecemos assim:
01 - Se eu te disser que converso com o Deus todo-poderoso, como você irá me chamar ? de louco, certo ? vc vai dizer que o sanatório está cheio de doentes mentais que falam com deus todo dia. Bem, saiba que assim como o sanatório, a Bíblia está cheia de homens que conversavam com deus todo-poderoso quase que diariamente e hoje são chamados de santos. A diferença está mais numa questão histórica do que numa resposta à luz da razão.
02 - E se eu te disser que eu falo com os mortos, vejo os mortos, entidades, etc ?
Conheces o termo ALUCINAÇÃO ?
Conheces os termos PSICOSE, DELÍRIO, MANIA ?
Pois bem, trago até vocês o meu testemunho vivo, colhido dentro da minha própria casa, para exemplificar e fornecer material à discussão. Possuo uma única irmã, que hoje mora em Campo Grande - MS, que há alguns anos, na sua juventude, começou a ter "visões". Ela via pessoas que se diziam já falecidas, conversavam com ela. Como eu tenho um passado de muita leitura na psiquiatria, e tendo para o lado científico das coisas, percebi logo que minha irmã talvez atravessasse um problema de psicose, ou mesmo de início de esquizofrenia. Na época, dávamos pouca importância a esses aspectos, pois se achava também que isso se devia a certos desequilíbrios temporários que muitos jovens passam, e que depois se arrumam com o tempo, até porque em todos os aspectos, minha irmã era totalmente normal, inteligente, e estudiosa.
Mas algumas pessoas ( muito mais desinformadas ), botaram na cabeça dela que isso era sintoma clássico do espiritismo, e que ela precisava "DESENVOLVER"... bem... desenvolver O QUÊ, doenças mentais ?? partiu minha irmã numa carreira por dentro do espiritismo, acreditando em inúmeras doutrinas, e se atolando até o pescoço de crendices.
Passados os anos, estamos aqui envoltos em graves problemas. Minha irmã está com graves crises psicóticas, desorientação, confusão, delírios, mania, já esteve internada em diversos hospitais de Campo Grande, uns deram diagnóstico de Esquizofrenia, outros de Mania, outros de Psicose reativa ao stress. O certo é que minha irmã em estado lastimável, vive a tentar expulsar espíritos de roupas, amarando-se com correntes, e dando banho de refrigerante nos animais domésticos, além de coisas tão absurdas quanto fazer pessoas de refém por achar que elas são espíritos maus. E nessa loucura ela não está sozinha. Todo um conjunto de pessoas igualmente crentes nessa psicose coletiva a amparam na sua loucura, tratando de se solidarizar e confirmar o quadro.
Vejo hoje com profundo desprêzo o quanto a fuga da realidade promovida por certas seitas e religiões podem ser danosas ao ser humano, na medida em que se pega pessoas fracas, pessoas que estão atravessando por problemas ( que na verdae, são as únicas pessoas susceptíveis às religiões, pois os abastados e contentes com a vida muito raramente se questionam se deus existe ), são captadas por essas seitas medonhas que prometem o céu e a verdade, mas encontram o inferno e a mentira aqui na terra.
Quantas vezes você vê aqueles depoimentos em todas as religiões de pessoas que começam dizendo: "Minha vida estava um inferno. Minha vida era horrível, tinha problemas disso e daquilo, até que um dia encontrei um obreiro que me fez entrar na igreja fulano-de-tal, e a partir daí, minha vida mudou..."
A vida pode mudar a qualquer tempo. Até um raio muda a vida de uma pessoa para sempre. Até uma dor-de-barriga, não precisa achar que foi "tocado" pela voz de Deus altíssimo. Será que Deus está mesmo assim tão disponível aos homens como alguns alegam CONVERSAR ( sentido duplo ) com ele tão frequentemente ? Ou será que isso tudo não é apenas mais um delírio das pessoas, acreditar que podem falar com os mortos, ver os mortos e conversar até com deus o criador de todas as coisas ?
O caso é que enquanto se discute isso aqui, porque alguns conversam com deus e estão no manicômio, outros conversam com os mortos e estão soltos, outros mais enriquecem ilicitamente contemplando a miséria alheia que é universal, de todos, uma pessoa que se envolveu com essas coisas está nesse momento em Campo Grande, fazendo-se passar por uma pessoa normal junto a outras igualmente insanas, vendo espíritos, rindo sozinha, falando aos mortos e se recusando a qualquer tipo de tratamento psiquiátrico, mesmo sem dormir há vários dias sem ninguém que a ampare.
E é nessas horas em que se faz a inevitável pergunta:
As religiões e as seitas não seriam apenas um grande delírio dos povos para preencher o grande vazio da alma, o desamparo de não conhecer o seu criador, a paranóia de achar-se perseguido num mundo tão cruel e desumano ?
Comecei o artigo questionando: O Espiritismo e a Mediunidade são Portas para Doenças Mentais ? mas não seria correto se questionar se: Não são as religiões e seitas já uma grande Doença Mental coletiva ?
Pense nisso!
Por: Dihelson Mendonça
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Ou a porta de saída para um tanto de doenças mentais e outras? Ficam os questionamentos ainda distante das grandes e definitas respostas.
ResponderExcluirAbraços.
Quem possui algum tipo de doença mental pode obter resultados positivos em relação à doença. Meu transtorno de ansiedade e depressão não me afastou de Deus. E tenho amigos(um esquizofrênico, inclusive) que se deram muito bem em suas igrejas ou crenças. Particularmente não freqüento nenhuma, porém, para minha pessoa, é indispensável ter fé em algum ser superior. Tem auxiliado-me nem que seja como "válvula de escape", entretanto sem qualquer fanatismo ou fuga da realidade.
ResponderExcluira corrigir: não me afastaram*, na quarta linha.
ResponderExcluirRealmente a falta de informação e ignorância impede pessoas de procurarem tratamento adequado. Vejo isso mais como uma questão de esclarecimento educacional. Como em nosso país a desinformação e preconceito ainda atigem esse tipo de doença, as religiões e suas explicações por vezes podem tomar o lugar que era(e é) de um tratamento médico. Agora daí apontar seitas e Igrejas como agravantes penso que é um exagero. O que vocês pensam?
ResponderExcluirDepois postarei aqui um artigo de FREUD acerca das religiões que vem corroborar a idéia inicial do tópico. Aliás, Freud possui bons argumentos no que se refere às religiões quando trata das obsessões e compulsões do ser humano. Ele chega a afirmar que: A neurose obsessiva e compulsiva é uma religião pessoal, cheia de rituais que só o paciente compreende e acredita, e que a religião seria o inverso, uma neurose obsessiva e compulsiva universal.
ResponderExcluirAbraços,
Dihelson Mendonça
Mas ao mesmo tempo, no seu livro: O Mal-Estar na civilização ele diz que a religião seria uma espécie de mal necessário, servindo como válvula de escape para inúmeros problemas que de outra forma seriam muito mais graves, e é uma espécie de contentor, de freio moral para os povos.
ResponderExcluirAbraços,
DM
Notícia sobre o caso da minha irmã:
ResponderExcluirParece até irônico e engraçado, mas lá no "centro", baixou um caboclo nela, e ele pediu que ela tomasse a medicação que se recusava para iniciar o tratamento, coisa que há semanas estávamos tentando fazer e nao conseguíamos. Espero que ela possa iniciar o tratamento com HALDOL o mais rápido possível, para que esses e outros delírios possam se dissipar da cabeça dela.
Abraços,
DM
Meu caro amigo Dihelson, você realmente tocou em um assunto polêmico. A respeito do aspecto sociológico das religiões, recomendo, como ponto de partida, o livro "Sociologia das Religiões", de Max Weber, não que ele represente a palavra final, mas que represente uma outra abordagem sobre esse tabu mais do que renovado: a palavra revelada.
ResponderExcluirOlá, Marcos Vinícius,
ResponderExcluirObrigado pela dica, amigo. Vou procurar esse livro, que sem dúvidas será de grande referência para se meditar acerca dos conceitos, dos mitos, e do comportamento religioso do homem.
Abraços,
Dihelson Mendonça