quarta-feira, 9 de abril de 2008

NÃO NA SUPERFÍCIE

O meu modo secreto de suportar a minha própria solidão?

Contenha a sua dor. Viver, morrer, quem se importa.
Parte de mim tem esperança. Agora eu sei como seria.
Sentimos coisas aos 37 que não podemos saber aos 22.
Acho que sei de um modo. Acho que sei...
Posso lhe falar antes que saia. Quero lhe fazer uma proposta!
Tratarei o seu corpo se você tratar da minha mente: me curar de desespero.

Eu perdi a noção do por que estar vivo - tenho horror da morte.
Bizarra criatura em sua dor, sou agradecido a você mais do que a qualquer uma.
Acomode-se... Anotei suas queixas.
Preso num mundo não escolhido por mim. Não há mais tempo.
Palavras não me atingem. Você viu os desejos inconscientes?
Fizemos um trato, - era o delírio falando: quer prosseguir?

Consegue imaginar como é terrível isso!?
Você é responsável por todos os seus pensamentos e ações.
Quem prejudicou quem? Convenhamos: seja mais prático.
Opte entre o conforto e a verdade,
Não se preocupe com que os outros pensem de você.

Ela está honrando o seu trato. Já passou da meia noite.
Você nunca vai se arrepender disso. Suas metas...
Elas eram como um acidente, um sinal da sua recusa.
Você respira isso?
Acho que acabou-se o tempo de desculpas... Por toda a eternidade!

Imagina a sua vida... Agora quero que fale para ela...
Então, chorou e com o sal das suas lágrimas escreveu uma vida.
Estamos esquecendo algo, algo que não está decidido.
Mas ela me agradece, veja de novo.
Escapar da armadilha do tempo, viver apesar disso.
Onde está seu pensamento agora?
* ** * **** * * *** ** ***** * * **** ** * * **...

E nesse momento eu Sou!
Poder entrar num lugar onde ninguém esteve.
O objeto desejado contido no desejo,
A superfície muito menor do que os elementos que ela guarda.
O alívio da revelação? Não mais!!!!
E isso pesa sobre você.
É a coisa mais real da minha vida,
Suspeito que seja o meu próprio medo,
Nesses braços, nesse leito.
Não posso mudar... É tarde demais.
A mesma sucessão, a mesma seqüência, para sempre, por toda eternidade.

Quero coisa simples! Feche os olhos.
Exalando o horror de sua existência... sua insignificância.
Está remexendo o lixo para encontrar respostas a suas preces.
Abra os olhos! Fale comigo, este é o meu modo.

Uma cortina atrás da qual se esconde. Essa sensação...
Uma idéia que me enche de terror. Fizemos um pacto
E você está livre, não na superfície.
Não na superfície...
Como você é tola... não há escolha!!!!
Há somente a minha vida, uma única vida. Ela estava certa!
Para ser homem há que primeiro se libertar de Deus.
Eu repito: para ser homem há que primeiro se libertar de Deus.
Então, chorei a minha mais profunda compreensão.
O meu modo secreto de suportar a minha solidão.
Agora eu sei como seria:
Não na superfície...
Não na superfície!

2 comentários:

  1. Bem-vindo, Micaelson!

    Com sua participação o Cariricult se aproxima mais ainda de seus príncipios norteadores: o livre exercício do pensamento, com referência na arte.

    Sua primeira postagem, uma longa e instigante poesia, - bem demonstra a moral que você tem em todas as esferas dessa vida.

    Um abraço,

    Carlos Rafael
    Co-administrador do CARIRIcult

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  2. Este rapaz promete.
    Tem talento, tanto quanto o prof. José do Vale. A propósito deste último, embora tenhamos divergência em relação ao governo do "Nosso Guia", gosto dos escritos dele e da forma respeitosa como diverge, sem o ranço fanático tão característico dos petistas.
    Quem sabe, vamos concordar noutros pontos de vista?
    Outra coisa, por e-mails, meus amigos do Cariri informam que a nova administraação da Urca é um marasmo. Confere a informação?

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