terça-feira, 3 de junho de 2008

Ela percorreu...



Ela percorreu minhas esperanças com a luminosidade de incandescentes auroras/
Ela assentou a minha tristeza nos fundos dos copos da minha embriaguez de obscenidades ressequidas/
Ela destilou com fulgurante beleza essas tristezas que se amarram no coração transformando o sangue fumarento/ de breu temeroso/ em seiva de papoulas e açucenas/
Ela desceu ao fundo desses oceanos ineludíveis onde estão afundadas múltiplos de singelas exultas necessárias/ para me resgatar/ ainda que por uma ocasião/ da ocasião que não mais se fazia/
Ela dissolveu a negra noite nas cores da sua íris de mil matizes e me tingiu indeléveis alentos e acalentos/
Ela descreveu promessas vibrantes de broqueis brilhantes/ cheias de eterno-devorante lume/ aplacando diáforas orquestrações de opacos abismos irresolutos/
Ela avançou pelas margens do imenso vácuo e me alcançou nos céus de diáfanas campinas para me despojar dos sons sangrados arrancados das minhas nervuras maculadas/
Para me dar a posse desses novos reinos/ muito mais belos que a fulgurante aurora/ muito acima dos mais altos tronos/ estendeu sua ausência quente - lânguido bramido de irresistível convite - cheia(os) de orvalhos e magnólias...

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