terça-feira, 29 de julho de 2008
Enigmas
Tédio
Horas que se arrastam,
nas sandálias da velhice
Zuadas da natureza
Sol que alcança o pico ,
esfria meu olhar castanho ...
Rio de julho
Cabaceiras , Batateiras ,
Ingazeiras ...
A carroça passa
Os cachorros ladram
Os lobos uivam ...
Luna , luna ...
Ilumina a alma que me acha !
Luna das bruxas
dos gatos nos telhados
quebra-quebra de vasilhas
leite derramado
pensamentos viajantes
Um a um ,
respondem ,
instantaneamente !
Madrugada e neblina
Esperam o nascimento do dia.
Enquanto todos dormem,
preparo um sonho ,
mas ele brinca de esconde - esconde.
Foge do meu colo, do meu beijo ...
Dança num porto , num samba,
numa ciranda de roda ... Cigano !
Madrugada deseja ,
uma tinta de carinho
Energia do mel das abelhas
Doce de todas as frutas
Fogo azul e branco em labaredas
Festejando , saudando presenças
Expurgando ervas que chorei ...
Ontem eu viajei no destino
Desenhei com cipó
a trilha do caminho
Chamei-te em pensamento ...
Você e os meus segredos !
Ontem eu vi a Chapada pedindo Socorro
Senti o amor , num pé de pequi
O choro do vigia
A janaguba pingando seu leite
na boca que recebe a cura.
Ontem senti o desafeto
e me perdi em energia.
O álccol , o sal amargo ,
a cânfora do refazimento ...
Baby ,
vem cá ...
Quero o teu abraço de madrugada
Baby ,
É sagrada a família
Baby ...
Eremita da sabedoria !
Eu encontrei Da Vinci
nas suas Monalisas
Da Vinci
No dextro das agonias
Da Vinci
No meu descanso
No olhar que desanda ,
a alta sacerdotisa !
Encontrei o colo de Gaya
Senti as dores do parto
O pedido de clemência,
e a clemente oferta do amor,
que não passa !
Acorda , meu Planeta amoroso !
Estou ouvindo passarinhos ...
Vamos dançar na manhã
banhados das nossas essências
enxutos do sereno
molhados de poesia !
Pega meu carinho ,
no cálice da minha boca
Cala meus versos inaturos
Faz o parto da minha euforia
Embala meu choro com tapas de luz
Nasci e renasci mil vezes
pra te achar , menino !
Imperador e sol dos meus dias
Raio das minhas luas
Meu "Dom Juan" ,
gelado pela exaustão...
Estou seduzida !
Teu vento faz dançar as minhas folhas
me enraiza de amor
balança os sinos do meu corpo
Cria um mantra de nós dois.
Fios que nos unem não teiam
Não fiam a confusão de tantas vidas
Fios que nos unem se enrolam ,
no decifro dos nossos enigmas !
Baby ,
eu quase me declaro em todas as notas,
nas pautas dos desabafos ...
Mas o amor infinito
não cabe em qualquer balada
Socorro,
ResponderExcluirouço sua voz
entrecortada
a cada verso.
Abraços.
Socorro é uma poeta de primeiríssima linha, está nos devendo um livro há muito tempo...
ResponderExcluirTem uma delicadeza infinita ao tecer os temas e as palavras...E como têm surgido poetas sensíveis neste blog ! o Domingos Barroso, o Sávio, o Pachelly, o Carlos Rafael...
Nestas reticências do Zé , eu incluo a humanidade !A alma poética é inerente ao homem ... Alguns ousam expressar o que sentem , em palavras ... Outros apenas sentem... e , tão intensamente , que apenas choram ou calam ... Diante da beleza , principalmente !
ResponderExcluirUm elogio do Zé é pra gente nunca mais dormir de pabulagem ...Mas não é o caso ! Um elogio do Zé é um estímulo pra gente cuidar da nossa sensibilidade !
Abraço Domingos , Zé , e todos os amigos , que se irmanam na sensibilidade .
Grande balada que abala.
ResponderExcluirSua sensibilidade já nem falo mais, só sinto.
abraços
Vixe! Toda citação é perigosa pois termina fazendo a gente esquecer um ou outro ícone. Pois deixei de lado o mais irado poeta caririense o grande Marcos Leonel, ele, junto com Geraldo Urano bordam nossas mais delicadas tessituras poéticas. A benção Geraldo ! A benção Marcos !
ResponderExcluirZé Flávio, cê tem crédito sobrando, meu caro.
ResponderExcluirabraços