sábado, 12 de julho de 2008

MPB (Muita Poesia Brasileira)

(Esta seção traz poemas de poetas brasileiros que foram musicados por mestres da música brasileira)

Solibar

Carlos Penna Filho/Alceu Valença

Eu sei dos pingos da goteira
Batucando no passado
E sei que as cinzas da fogueira
não recomporão os galhos
Dia sim e dia não
Dói a minha solidão
Eu tô ficando aperreado
São trinta copos de chopp
São trinta homens sentados
Trezentos desejos presos
Trinta mil sonhos frustrados
No bar Savoy na Sertã
No Luna bar no Leblon
Vejo a tristeza do gado

Nota

Carlos Penna Filho: filho de pais portugueses, Carlos Souto Pena, comerciante, e Laurinda Souto Pena. Em 1937, com a separação dos pais, mudou-se para Portugal, com sua mãe e irmãos, Fernando e Mário, indo morar na casa dos avós paternos. Lá viveu dos oito aos doze anos de idade quando então retornou para o Brasil. O pai permaneceu no Recife, onde era proprietário de uma sorveteria. Fez seu curso primário enquanto esteve em Portugal e o curso secundário no Recife.
Carlos Pena Filho foi um poeta político, interessado em cada aspecto da vida de sua cidade e do seu Estado, Pernambuco. Estudante de Direito, formou-se pela Faculdade de Direito do Recife, tendo participado ativamente da política universitária, empenhando-se em campanhas eleitorais.
Em 1954, ao chegar Parnamirim, município pernambucano, com outros estudantes universitários que apoiavam o então candidato a governador Cordeiro de Farias, foi baleado (31 perfurações no corpo), durante uma briga entre um morador do município e a Polícia Militar local.
Como advogado atuou em repartição do Estado e, em paralelo, trabalhou como jornalista no Diário de Pernambuco, Diário da Noite e Jornal do Commercio, onde fez reportagens, escreveu crônicas e publicou alguns de seus poemas. Casou com Maria Tânia Tavares Barbosa, com quem teve uma filha, Clara Maria de Souto Pena, que lhe deu três netos: Maria Joana, Maria Luiza e Carlos Souto Pena.
Durante a vida contou com a amizade e a admiração de muitos escritores e poetas de renome. Conviveu estritamente com Manuel Bandeira, Joaquim Cardoso, João Cabral de Melo Neto, Mauro Mota, Gilberto Freyre e Jorge Amado, dentre outros. Faleceu aos 31 anos, vítima de um acidente automobilístico, em 1º de julho de 1960, no Recife.

Fonte da nota: Wikipédia

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