terça-feira, 1 de julho de 2008

POEMA 21


São nos olhos pousados sobre teu corpo
como o sol que pousa sobre a terra,
que perco meus raios sobre tí.
Como as folhas correntes nos ares do outono,
Como as pedras dolentes nos rios, nas águas de março...
Que assim surjo para tí e tu somes no vazio do espaço
Utopias que corro como Apolo, pelos céus, que roubo as asas de Ícaro e grito teu nome do alto da torre de babel
Dos alto de todos os píncaros.
Deste modo correm meus dias vendo as flores nascerem como alguém, fonte de sonhos, quimeras e utopias. Ver cada pétala invadir-se de cor como tí que infesta de vida ao chegar...
Mais uma vez debruço minhas retinas sobre o prado e vejo as ervas daninhas olharem o viço das flores aspirando matar...
E eis que as lágrimas caídas do rachar do céu não somente inspiram os crimes das ervas, não inspiram somente o bradar de trovões...
Agoam sim seu corpo, e a água toma-se em veios, suas veias, nutre-as e assim torna novamente a teu viço impecável, o teu exalar letárgico de perfumes e teus olhos negros a furar-me a alma.
É assim que também sangro e me faço etéreo, agora não mais para te buscar...
Torno-me híbrido, um tiro de festim, a perfurar-lhe o peito e em você misturar-me.

4 comentários:

  1. Associo esse poema ao Arcano 21 do Tarot . A dança do mundo . Representa a alma universal. Vai da Terra até a lua.Parece o último amor, mas na verdade é o único :O que se idealiza ! Consciente e inconsciente , perfeitamente integrados !
    Colha o seu amor Antonio , com esse poema !

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  2. Beleza Antônio, e que venham os outros, depois do 21.
    abraços

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  3. Que venham o 22... 32... 1002... Bom poeta, que faz brilhar mais ainda a aura poética do Cariri.

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  4. Obrigado a todos por te-los por perto do que escrevo. Sempre é muito bom ser lido, melhor ainda ter a oportunidade de também conhece-los por meio de seus escritos.
    Um abraço a todos.

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