A Rádio Suíça Romanda afirmou nesta sexta-feira que a franco-colombiana Ingrid Betancourt e os outros 14 reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) não foram libertados através de uma complexa operação de inteligência militar, como foi divulgado pelo governo de Álvaro Uribe, mas através do pagamento de um "resgate" de US$ 20 milhões.
A rádio cita uma fonte de alta confiança, que já deu informações privilegiadas confirmadas em seguida.
Segundo a emissora, um número indeterminado de soldados e dirigentes das Farc recebeu o que se poderia chamar de suborno político: cerca de US$ 20 milhões para entregar Ingrid e o restante do grupo ao governo colombiano.
A fonte cita nomes e sobrenomes, esclarecendo que a articulação secreta entre Bogotá e os guerrilheiros teria sido protagonizada pela mulher de Gerardo Aguilar Ramírez, guerrilheiro colombiano e carcereiro-chefe das Farc. Segundo as revelações, foi sua esposa quem conseguiu abrir um canal de negociação: Ramírez foi convencido, comprado e trocou a camisa.
Conhecido como comandante César, Ramírez foi preso junto a outro guerrilheiro na quarta-feira e apresentado à imprensa internacional com marcas de escoriação do rosto. Ambos acompanhavam o grupo de reféns que, em seguida, foi resgatado pelas tropas de Uribe sem nenhum disparo de armas de fogo.
Os Estados Unidos também estariam envolvidos na origem da transação, segundo informa a rádio suíça, já que o governo de George W. Bush estava altamente interessado na libertação dos três agentes do FBI seqüestrados há anos.
Mas, acima de tudo, Bush perseguia a força política e a visibilidade internacional de uma grande vitória contra a guerrilha latino-americana (já que o presidente não conseguiu o sonhado tratado de paz entre Israel e Palestina ou a vitória nas guerras do Iraque e Afeganistão). Agora, obtém importante vitória na maior zona de influência norte-americana dentro da América Latina -- com Uribe como principal aliado.
Em ano eleitoral, o governo republicano de Bush também esperava uma grande notícia como o resgate de Ingrid para justificar o Plano Colômbia, os altos investimentos militares na zona e o endurecimento do discurso norte-americano. E se Uribe procurava estabelecer definitivamente sua reeleição -- apesar das confirmações de compra de parlamentares e indícios de outros crimes --, Bush também sabe que a libertação dos reféns é um trunfo para os republicanos e para a campanha do candidato John McCain, cada vez mais longe do democrata Barack Obama.
Segundo a versão da rádio, portanto, o resgate não passou de uma encenação, e as suspeitas ganham força justamente porque não houve enfrentamentos no momento da libertação (o comando militar colombiano estava fortemente armado) e porque não foram divulgadas imagens do processo de resgate (segundo a fonte, em operações do tipo, tudo vem filmado do início ao fim).
Segundo a versão da rádio, portanto, o resgate não passou de uma encenação, e as suspeitas ganham força justamente porque não houve enfrentamentos no momento da libertação (o comando militar colombiano estava fortemente armado) e porque não foram divulgadas imagens do processo de resgate (segundo a fonte, em operações do tipo, tudo vem filmado do início ao fim).
Com a suposta ficção, Uribe garante a manutenção de sua linha militarista e intransigente no que diz respeito à guerrilha na Colômbia. Além disso, segundo rádio suíça, o resgate mostra "um timing perfeito" com os últimos movimentos políticos de Uribe, que quer eleições antecipadas e, sobretudo, uma nova imagem diante da opinião pública colombiana: um homem decidido, forte e vitorioso.
Logo após as declarações da Rádio Suíça Romanda, o governo da França se apressou em dizer que não fez nenhum tipo de contribuição financeira na suposta operação de suborno.
- Não tendo contribuído com esta operação, nós não participamos das modalidades de financiamento, se é que houve modalidades de financiamento [para resgatar os reféns] - disse Eric Chevallier, porta-voz da chancelaria francesa.
- Não tendo contribuído com esta operação, nós não participamos das modalidades de financiamento, se é que houve modalidades de financiamento [para resgatar os reféns] - disse Eric Chevallier, porta-voz da chancelaria francesa.
Depois de se encontrar com os filhos na Colômbia, que saíram de Paris para vê-la livre do cativeiro, agora é Ingrid quem viaja à Europa. Ela é esperada pelo presidente Nicolas Sarkozy e por seus familiares nesta tarde, em Paris.
È, em época de eleições fazer boas a$ões é fundamental. Seria até interessante alguns candidatos a prefeito aqui do Crato, forjar um sequestro. Quem se habilita a ser o sequestrado? Acho que não vai faltar candidato, pois nas convenções que ocorreram só o que tinha era muito babão, puxa saco e “amigos” incompetentes dos candidatos.
Saudações Geográficas!
João Ludgero – Geógrafo
Especialista em Geoplítica e Direito Ambiental
Saudações Geográficas!
João Ludgero – Geógrafo
Especialista em Geoplítica e Direito Ambiental
GOVERNO COLOMBIANO DIZ QUE AS FARC RACHARAM
ResponderExcluirAs Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) "estão rachadas, fragilizadas", afirmou nesta sexta-feira o ministro da Defesa colombiano, Juan Manuel Santos, durante a apresentação do vídeo com o resgate da franco-colombiana Ingrid Betancourt e mais 14 reféns, entre eles três americanos.
Santos acrescentou que as Farc "têm sérios problemas de comando, controle e comunicação". Acompanhado pelos comandantes das forças armadas, Freddy Padilla de León, e do exército, Mario Montoya, Santos projetou "o filme" da "Operação Xeque".
O ministro ressaltou que a operação foi "100% colombiana", embora tenha reconhecido que as tropas de seu país recebem assistência dos Estados Unidos e de Israel.
"Uma semana antes, avisamos o embaixador dos EUA (na Colômbia, William Brownfield), em minha casa, na presença do general Padilla", contou Santos, explicando que essa "foi uma promessa do presidente (Álvaro) Uribe ao presidente (George W.) Bush".
O funcionário do alto escalão também negou o pagamento de resgate pelos reféns. "Não houve pagamentos. Isso é mentira. É uma informação sem fundamento. Não foi pago um só centavo", disse Santos sobre uma notícia de um rádio suíça, segunda a qual o governo colombiano desembolsou US$ 20 milhões pelos seqüestrados.
"É absolutamente mentira", frisou o ministro, que destacou que o resgate foi mais um "da inteligência que militar" em que não houve um só tiro nem foi derramada uma só gota de sangue.
Santos disse não acreditar em represálias das Farc e novamente contou que militares se infiltraram em uma frente da guerrilha para conseguir a libertação do grupo.
"A novela, por assim dizer, foi que estes seqüestrados se deslocavam por determinação de Alfonso Cano (atual chefe máximo das Farc) para implementar um processo de troca humanitária, uma negociação. Por conta disso, eles estavam sendo transferidos para outro acampamento", disse.
O ministro explicou que o processo seria iniciado e "por isso a presença de uma 'comissão internacional', que supostamente ajudava a missão de troca humanitária".
"Por isso, a abordagem foi bastante parecida com a das libertações unilaterais" do começo do ano, declarou após mostrar as imagens da operação.
O ministro também esclareceu que, em nenhum momento, os militares usaram a voz de "Mono Jojoy", um dos líderes da guerrilha, para enganar os rebeldes. Ao insistir em que as Farc têm falhas evidentes de comunicação, Santos afirmou que o exército se aproveitou "dessas circunstâncias".
EFE
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04/07/2008 - 17h19
ResponderExcluirExército nega ter pagado para soltar Betancourt
CLÁUDIA JARDIM
da BBC Brasil, em Caracas
As Forças Armadas da Colômbia negaram as acusações de terem pagado US$ 20 milhões a guerrilheiros para liberar a ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt e mais 14 reféns seqüestrados pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
"Como comandante geral das Forças Armadas e por minha honra militar, nego que o governo da Colômbia tenha gasto um só peso, um só centavo", disse Padilla de León à rádio local.
De acordo com uma fonte anônima, citada pela Rádio Suíça Romanda, o Exército teria realizado uma "montagem cênica" no resgate dos 15 reféns e teria pagado aos carcereiros para libertá-los.
Padilla de León reiterou que foi realizada uma operação de infiltração no secretariado da guerrilha. A seu ver, se o resgate tivesse sido pago, a situação das Farc seria ainda pior.
"Isso teria sido ainda mais demolidor no interior das Farc, isso teria sido um incentivo para que outros se somassem à desmobilização que nós estamos privilegiando. Isso teria sido um troféu", afirmou o comandante.
De acordo com o governo, desde 2002, mais de 9.000 guerrilheiros deixaram as armas sob o programa de desmobilização do governo, que entre outros benefícios, prevê recompensas milionárias aos guerrilheiros que informem a localização dos chefes do secretariado da guerrilha.
Gerardo Antonio Aguilar, conhecido como César e Alexander Farfán, ou Gafas, vigiavam o cativeiro dos reféns na selva colombiana e foram presos pelo Exército colombiano na ação militar de resgate de 15 reféns das Farc, que incluíam os americanos Keith Stansell, Marc Gonsalvez e Thomas Howes, seqüestrados pela guerrilha em 2003
César e Gafas poderão ser extraditados aos EUA para serem julgados pelo seqüestro dos cidadãos americanos e por tráfico de armas.