quinta-feira, 4 de setembro de 2008

AGNÓSTICO, por Lúcio Alcântara

Açude nordestino
Ultimamente, a imprensa tem divulgado o lançamento de livros escritos por cientistas que questionam a fé e a existência de Deus. São inimigos de Deus e das religiões. Esgrimem argumentos científicos para se opor à crença em Deus. São, sobretudo, os evolucionistas que têm se mostrado os mais aguerridos neste combate.Do outro lado, há cientistas que acreditam ser possível conciliar fé e razão, ciência e religião. Um dos mais prestigiosos militantes dessa corrente é Francis S. Collins, Diretor do Projeto Genoma, autor do livro A Linguagem de Deus, da Editora Gente. Foi neste livro que encontrei a origem da palavra agnóstico, e a narração de como o cientista britânico Thomas Henry Huxley a cunhou, em 1869.


Com a palavra, Huxley : Quando atingi a maturidade intelectual e comecei a me perguntar se era ateísta, teísta ou panteísta; um materialista ou um idealista; um cristão ou uma pessoa com opiniões próprias, descobri que quanto mais aprendia e meditava, menos conseguia uma resposta pronta; até que enfim, cheguei a conclusão de que não criei nem ajudei a criar nenhuma dessas definições, a não ser a última. A única coisa em que a maioria dessas boas pessoas concordava era a única que me tornava diferente delas.Estavam bastante certas de que ligar-se a uma determinada "gnose" resolveria mais ou menos o problema da existência; embora tivesse bastante certeza de que eu não havia resolvido, e tinha uma convicção muito sólida de que esse problema era insolúvel.Assim, tomei cuidado, e inventei o que imaginava ser o título adequado de "agnóstico". Isso veio à minha mente como uma antítese sugestiva ao "gnóstico" da história da igreja, que aparentava saber muito justamente sobre coisas que eu desconhecia.


Um agnóstico, afirma Collins em seu livro, diria que o conhecimento sobre a existência de Deus simplesmente não pode ser alcançado.No mesmo livro, há uma passagem que narra um encontro de Darwin com dois ateístas, aos quais teria perguntado por que se chamavam ateístas, e disse preferir o termo agnóstico, de Huxley. Um deles, respondeu-lhe que o agnóstico era um ateísta claramente respeitável, e o ateísta, apenas um agnóstico explicitamente agressivo.

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