quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Artesã Ana das Carrancas morre em Petrolina
Publicado em 01.10.2008, às 10h16

Ana Leopoldina dos Santos morreu aos 85

As imagens da artesã ganharam o mundo

De Roseane Albuquerque
Núcleo SJCC/Petrolina

Morreu na manhã desta quarta-feira (1º), em Petrolina, Sertão do Estado, a artesã Ana Leopoldina dos Santos, 85, mais conhecida como Ana das Carrancas. A "dama do barro", como era carinhosamente chamada pelos petrolinenses, estava com a saúde fragilizada desde 2004, quando sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC).

Ela estava internada em um hospital particular da cidade. De acordo com as primeiras informações de familiares, o velório será na Câmara de Vereadores de Petrolina e o sepultamento deve acontecer na manhã desta quinta-feira (2).

"Nós recebemos a notícia com muito pesar. É como uma casa que desaba. Minha mãe foi uma grande professora da vida, pela humildade e força que teve. Lembro que quando chegamos em Brasília, onde ela foi recebida pelo presidente Lula para ser homenageada com a mais alta comenda que um artista ganha no país, ela disse: 'olha só onde o barro me trouxe'. Era uma apaixonada pelo que fazia", comentou uma das filhas, Maria da Cruz Santos.

Natural de Ouricuri, Ana das Carrancas começou cedo, mais precisamente aos sete anos de idade, a confeccionar panelas, potes de brinquedo, santos de lapa, para ajudar a mãe nas despesas de casa. Uma das grandes características da artista era a carranca com os olhos vazados, uma homenagem ao segundo marido - José Vicente de Barros -, que é cego.

As obras de Ana das Carrancas eram bastante requisitadas em feiras e exposições país afora. Suas carrancas ganharam o mundo. Em Petrolina, em 2000, foi inaugurado o Centro de Artes Ana das Carrancas, no bairro da Cohab Massangano.


3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Uau, que susto! Estamos tão próximos assim? A correspondente de Petrolina se compadece da perda.

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  3. dona ana d alma de barro...
    todas as carrancas dela tinahm os olhos vazados
    mistérios de uma senhora que dominava a ciência das bruxas da primeira era.
    perde a arte. o barro fica meio órfão.

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