terça-feira, 21 de outubro de 2008

Dos Repúdios

A esgrima da rejeição
É uma cárie no canino crescido
É por lá que passam as solas gastas
E o refluxo da solidão

Toda noite é assim
Quando o ar fica murmurando muros
E as vacas pisoteiam vagas para
Nascerem bezerros seus

Existe na multidão
Um ar de repúdio ao veja só
Nem que seja por um segundo
A farinha nega os farelos

E é justamente nessa hora
Que chega sempre Ramiro Flores
Com seus dentes de ouro
E sua úlcera que incinera a alma

4 comentários:

  1. A rejeição: é com ela que os camelos choram. A cápsula 32 perfura o cérebro de Eloá. Pois o amor mata e deixa dentro de si o cadáver inseparável deste embrólio entre eu e o outro. Afinal o amor só é feito histórico quando estas diferenças (eu e o outro) bem compreendidas anseia pela fusão. O amor apenas se realiza na fusão de tempo curto pois se maior é confusão. É como a úlcera que incinera a alma de Ramiro Flores.

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  2. Pois é, grande José, a rejeiçao é tema ultramoderno, pelas próprias condições imateriais e materiais do homem. Roland Barths escreveu vários ensaios sobre isso.

    Continua aí, homi, essa crônica do comentário!!!

    abraços

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  3. Sim, vamos continuar, quem sabe bate novo recorde de comentários. Um repúdio à rejeição, parece ser o melhor caminho para exterminá-la. Valeu, Marcos! Vamos em frente.

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  4. Valeu Marta,
    o repúdio faz parte da nossa espécie.

    abraços

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