sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Dádiva

Dias e noites sem dormir
só vadiando com a poesia.
Ela que não preconiza o dia de amanhã
tampouco se sujeita a tentações de outrora.
Não teria eu outra morte tão segura.
Dias e noites embalado
sob as unhas da poesia.
Ela que traz um esmalte diferente
ao entardecer sobretudo.
E quando todas as portas se fecham
e todas as janelas se trancam
lá vem ela com sua tempestade
arrancando pra longe o telhado
e me mostrando um céu azul -
também um céu nublado.
Sem pestanejar alimento-me.
Não teria eu outro sonho tão pungente.

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