domingo, 7 de dezembro de 2008

Dos hemisférios

Vou confessar
confesso que o farei
mas sem muita convicção
vou abrir o coração
talvez a mente não
pois ela mente
é cheia de demências cotidianas
gosta de elaborar fronteiras
e me meter dentro de extensões
que mais parecem caixas
dentro de outras caixas
sem consentimentos
apenas formadas por formulários
de alfândegas lotadas
de funcionários corruptos
assim tanto é que estive tão ausente
ocupado com minhas perdas
com braças e braças de terras ausentes
que já não fazem parte dos meus domínios
que me fazem sentir um retirante dentro de mim
que me fazem sentir que o meu sofá já não mais me pertence
como o velho computador que
sente ir embora as vogais
e vê o sistemático plano das consoantes
se entramelar entrementes
já o livro de Saramago
com a viagem do elefante Salomão
ainda me olha vislumbrado
já os beijos para os filhos
são imediatos como pés de patos
já os beijos para a amada eterna
resolveram estrelar um número novo nos trapézios
voam com os seus e os meus limites

Esse poema pertence ao livro inédito "Manual
de sobrevivência para astronautas" e é dedicado
a Carlos Rafael e Domingos Barroso

6 comentários:

  1. Estava sentindo a sua falta por aqui, Oh grande mestre das letras!

    Abraços,

    Dihelson Mendonça

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  2. Olha o Marcos de volta, depois de uma breve temporada em Jaboatão dos Guararapes, onde foi reconhecido por algumas pessoas e virou objeto de reportagem exibida ontem no Fantástico, o Show da Vida.

    P.S.: Grato e emocionado pela dedicatória. Grande abraço!

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  3. Marcos hoje é segunda-feira. Quinta-feira vou bater no Juazeiro. Sexta-feira dá pra você vir bater aqui ? risos


    Eu estava com saudades das tuas letras, que tanto dizem !

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  4. Valeu amigos, a saudade é mútua.

    Dihelson, ainda farei aquela visita prometida, é só passar essa temporada de vestibulares e eu ficar realmente de férias.

    Rafael, poeta e amigo, tenho certeza que essa reportagem foi produzida por Calazans Callou, com todo cuidado possível. Abraços, irmão.

    Com certeza, Socorro, como diria o poeta Domingos, vamos bater tambor.
    Saudades.

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  5. Meu camarada, ouvir sua alma
    e ouvir sua alma e ouvir sua alma.
    Obrigado.
    Abraços.

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  6. Valeu poeta, tenho lhe escutado sempre.
    abraços

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