sábado, 6 de dezembro de 2008

Oração

Anjo não sou
nem o desejo.
Mas amo as asas dos Serafins.

Minha aridez não é das planícies.
Dos pântanos.
Detrás dos galhos retorcidos
e dos lamentos dos corvos
uma lua cheia me comove.

Meu esqueleto ninguém leva nas costas.
Minha alma e minhas tolices
despojos aprisionados em uma arca.
Já fui pulverizado por trair a Verdade.

Resta-me cantar baixinho
seguindo os rastros dos Elfos e Sátiros.
Também adoro um vinho françês e um pedacinho de croissant.
Que viva o poeta fiel aos seus devaneios.

2 comentários:

  1. Também não sou do pântano
    Nem das montanhas
    Sou do vale que começa
    no sopé da serra
    Aqui bem perto do Lameiro
    Onde fiz minha morada
    E onde já enterrei meu coração

    ResponderExcluir
  2. O Pântano é ilusório.
    Uma imagem poética.
    Saiba, irmão, que o Vale do Cariri é vasto e generoso: nele o meu umbigo já foi enterrado.
    Abraços.

    ResponderExcluir