Acordem meus queridos vultos.
As paredes anseiam por vida.
Das nuvens ainda restam pedaços
dentro da caixa de sapato.
Após a majestosa ceia
as passas e as nozes
mais saborosas
no panetone congelado.
Louvemos a solidão e a ausência de nós mesmos.
Os chinelos e o velho cinto debaixo da cama
é um mundo de descobertas a quem se julgava morto.
Acordem meus queridos vultos
não nos importemos com as paredes rebocadas
nem com as outras vestidas com tinta óleo.
Somos traças,
e as traças só querem mesmo
olhar de perto as paredes.
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