sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
PESARES - Dihelson Mendonça
PESARES
( Dedicado a meu amigo e poeta Antonio Sávio )
Apesar de tudo, dos sentidos que aguçamos
como o limar de uma grande rocha sem fim
permanece inda o opaco brilho sobre os olhos
cravados em nuvens e paisagens dentro de mim
Sobre a gleba insana rastejam as borboletas
de vaidade pura nas asas,- pobres delírantes -
voam também por sobre as nuvens, elefantes
...pois nada mudou, nem manterão tais silhuetas
Não ao mesmo sol a vazar sobre as arestas
das frestas podres e de fendas à minha porta
corta a faca, corta o tédio, corta a testa
corta a planície, cortam serras sotopostas
Viver das migalhas de uma realidade
que ora me escapa por entre os dedos rotos
rastejar-me de medo, - infelicidade -
carregado de segredos em mundo ignoto
Da plenitude bela de uma vida instante
à abjeta dualidade residente dentro de mim
passam-se os dias, passam-se os meses, passam-se os anos
em mares de tristeza eterna... e que já não têm mais fim!
Dihelson Mendonça
( basedo no poema Pesares de Antonio Sávio ).
Sem pesares , admiro com leveza a qualidade e multiplicidade dos talentos do Dihelson ...
ResponderExcluirUma alma tão plena de todas as artes é puro êxtase ... Nasceu pra ser feliz!
Obrigado, querida, amada e Idolatrada Salve Salve Socorro Moreira, minha poetisa maior!
ResponderExcluirMas este seu prêmio aí, é pra sr dividido também com meu inspirador, o Antonio Sávio que fez a "Sem Pesares" original, de uma beleza incrível, leve, que seria até pecado mexer naquele poema. Mas para meu gosto, achei que faltava apenas que ele tivesse feito em rimas, porque havia musicalidade demais, apenas os instrumentos estavam começando uns depois dos outros. Eu tentei apenas reger a orquestra para que eles tivessem harmonia. Mas a obra do Sávio em si, é fantástica, e creio mesmo que muita gente preferirá a versão dele.
Mesmo assim, obrigado "pela pequenina parte que me toca". Vindo de você, olha que elogio E TANTO...
Bjus!
Precisamos nos encontrar e ver pelo menos um filme nesse fim de semana. Estou aqui com inumeros: SONATA DE OUTONO, de Bergman, O SOM DO CORAÇÃO, e mais 850 filmes à escolha...é imperdoável que passemos a vida apenas programando as coisas. Façamos enquanto ainda estamos na terra...
Dihelson Mendonça
Ô Dihelson, que boa surpresa ter um poema seu a mim dedicado. Meu último poema foi postado ontem, quando estava em Teresina ainda e somente agora pude ler mais uma das suas obras primas. Embarga-me a voz e tolhe-me (momentaneamente) as palavras sua dedicatória. Obrigado e, como costumo dizer, vida longa ao poeta e vida eterna a sua obra.
ResponderExcluirUm forte abraço!
Poeta Antonio Sávio,
ResponderExcluirO poema é seu, amigo. Eu só fiz uma "nova edição" com suas palavras, como dizem por aí...e acrescentei umas coisas...então É NOSSO! rs rs
A experiência de Claude Bloc com José do Vale foi muito louvável. Há tempos eu queria inventar algo parecido, quem sabe fazer poesia em grupo, ou pelo menos a dois...
Vou depois postar alguma coisa nesse sentido. Um poema coletivo aqui do CaririCult.
Abraços, poeta!
Tua arte me fascina!
Eu sou um mero brincalhão com as palavras. Poesia mesmo, é com vocês!
Dihelson Mendonça
Eu estava comentando agora com a minha pequena, o Sávio até falando, escreve como um poema! Que grande poeta! Se eu usasse chapéu, o tiraria para esse ser que parece respirar poesia. Precisa se lançar de vez, pois talento não lhe falta...
ResponderExcluirAbraços, poeta!
DM
Obrigado Dhielson. Posso dizer o mesmo sobre você e sua obra musicial (que antes de tudo é poética) sem parecer que seja necessidade de retibruição pois como você, também creio que a verdadeira arte de voz alta, sensível e sublime a todos nós.
ResponderExcluirMais uma vez muito obrigado e parabéns por suas frases (musicais).