sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

O impossível acontece: Lula consegue unir "esquerda" e "direita" na Itália

Manifestação
Políticos italianos protestam em frente à embaixada do Brasil por caso Battisti

Com uma série de atos simbólicos diante das sedes diplomáticas do Brasil na Itália, vários políticos italianos protestaram nesta quinta-feira contra a decisão de Brasília, que decidiu conceder asilo ao ex-ativista Cesare Battisti, condenado à prisão perpétua na Itália.
Reunidos em frente à elegante sede da embaixada brasileira em Roma, quatro manifestantes deitaram no chão e se cobriram com lençóis manchados de vermelho, representando os quatro assassinatos pelos quais Battisti foi condenado na Itália, informou a rede de notícias Sky TG24. O ato foi organizado por dois pequenos partidos de tendências opostas: o Itália dos Valores, de esquerda, fundado pelo ex-juiz anticorrupção Antonio di Pietro, e o Movimento pela Itália, de extrema direita, criado pela ex-deputada Daniela Santanché, que liderou o protesto de Milão, no norte do país. Os manifestantes de Roma carregavam cartazes com dizeres como "Battisti assassino" e "Lula defende os terroristas".
"Continuaremos protestando até que ele seja extraditado", declarou Stefano Pedica, senador do Itália dos Valores, que acusou o chanceler italiano, Franco Frattini, de "titubear" diante da firme resposta brasileira ao defender a decisão de seu ministro da Justiça ao conceder status de refugiado político a Battisti. A ex-deputada Santanché se manifestou ao lado de Alberto Torregiani, que ficou tetraplégico aos 15 anos de idade em um atentado, atribuido a Battisti, que matou seu pai, Pierluigi Torregiani, em fevereiro de 1979. "Pedimos justiça para nós e para todos os italianos", disse Torregiani. "Estamos orgulhosos deste protesto transversal, que une representantes de setores políticos completamente diferentes", comentou, por sua vez, Fabio Sabbatani Schiuma, do partido de Santaché.
AFP
(Fonte: "O Povo", Fortaleza, 23-01-2009)

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