De manhãzinha
debaixo de chuva
andava de bicicleta
louco e feliz.
De noite
com o céu escuro
a sombra do guidom
dois chifres
e o cheiro dos pneus
puro enxofre.
Servia eu a dois senhores -
ludibriando um
e enaltecendo o outro,
conforme o arrebatamento
e os pesares.
Foi preciso
em dia de trovoada
que a poça de lama sutilmente
um tenebroso abismo -
O guidom partiu-se ao meio,
dos pneus rasgou-se o ventre.
Tombo fabuloso,
hematomas inebriantes.
Logo saquei que toda máscara
adormece sob a iminência do mofo.
E eis que uma singela bicicleta prenuncia o armagedon individual e instranferível. Bendito seja o tombo que liberta, mesmo a custa de vísceras expostas e joelhos em carne viva.
ResponderExcluirÀs vezes a gente lê um poema e pensa: mermão, esse poeta deve ter fumado demais. Será que tava andando de bicicleta de máscara? será por que é carnaval? E o mofo dela não pode vir da chuva, mas de ser guardada molhada por uns dias. E o cara descobriu já na lama da chuva a mofação futura.
ResponderExcluirPense numa pedalada inspirada,uma poesia-viagem,fui na garupa viajar também.