Foto tirada nos anos 70
Lembro-me bem. O ano era 1974. À época eu residia em Surubim, cidade do agreste pernambucano, a 110 km de Recife. Foi lá onde vi pessoalmente, pela primeira vez, Jarbas Vasconcelos. Era um sábado, dia da feira semanal. Marcos Freire – candidato ao Senado pelo MDB – veio àquela cidade fazer um comício na parte da manhã. Sem estrutura e sem dinheiro, Marcos Freire falou para o público em cima de uma banca de feira. Em baixo, fumando, vez por outra, um cigarro, estava Jarbas. E eu, vizinho a ele a tudo assistia.
Naquele tempo eu acreditava na esquerda brasileira e acompanhava - com vivo interessse - as atividades políticas dos líderes do MDB pernambucano, de modo especial as de Marcos Freire e Jarbas Vasconcelos, ambos fundadores do velho MDB de guerra.
Jarbas tem história.
Ele é pessoalmente honesto. Intelectualmente honesto. Político competente e de reconhecida coragem pessoal. Em 1970, Jarbas foi eleito Deputado Estadual. Residia no bairro de Casa Amarela e seu telefone residencial recebia muitas denúncias de prisões arbitrárias e de abusos cometidos pelos governantes de Pernambuco daquela época. Muitas vezes, altas horas da noite, Jarbas saía do seu modesto apartamento para checar a veracidade das denúncias recebidas. Livrou muita gente da tortura certa pela política de repressão.
Quatro anos depois, Jarbas tornou-se Deputado Federal. Em 1982 foi, mais uma vez, eleito Deputado Federal. Em 1985, foi eleito prefeito do Recife, sendo o primeiro prefeito da capital de Pernambuco a ser eleito pelo voto direto após o retorno da democracia ao país. Jarbas foi eleito prefeito novamente em 1993, ganhando as eleições no primeiro turno.
Em outubro de 1998, Jarbas ganhou, no primeiro turno, a eleição para governador do Estado com 1.809.705 votos. Foi reeleito, em 2002, com 60,4% dos votos válidos do estado. No dia 31 de março de 2006, afastou-se do cargo de governador para concorrer a uma vaga no Senado. Mais uma vez, foi vitorioso.
No Senado Federal, vendo as práticas dos atuais detentores do poder, Jarbas sente-se frustrado. Daí não ter sido surpresa para mim a resposta que ele deu a um repórter:
Pergunta – O senhor fez parte de um grupo que conduzia o PMDB na década de 70 e 80. Após 20 anos o sr. retorna ao Congresso. O que o sr. notou de diferente com o PMDB que atua hoje no Senado?
Jarbas – Não acho que há termos de comparação entre esse PMDB e aquele MDB. Aquele grupo foi criado para dar um pouco mais de agressividade ao combate à ditadura, defender com mais clareza a linha programática do partido. Era minoritário, mas conseguiu por meio da atuação melhorar a linha do partido. A grande maioria dos peemedebistas hoje é governista. Eu sou um dissidente, faço parte de um grupo minoritário.Acho que o PMDB hoje faz parte de uma coalizão que foi feita em termos de objetivos, princípios e programas na feição de um loteamento. Loteamento que está se dando ainda, que não se exauriu...
Quatro anos depois, Jarbas tornou-se Deputado Federal. Em 1982 foi, mais uma vez, eleito Deputado Federal. Em 1985, foi eleito prefeito do Recife, sendo o primeiro prefeito da capital de Pernambuco a ser eleito pelo voto direto após o retorno da democracia ao país. Jarbas foi eleito prefeito novamente em 1993, ganhando as eleições no primeiro turno.
Em outubro de 1998, Jarbas ganhou, no primeiro turno, a eleição para governador do Estado com 1.809.705 votos. Foi reeleito, em 2002, com 60,4% dos votos válidos do estado. No dia 31 de março de 2006, afastou-se do cargo de governador para concorrer a uma vaga no Senado. Mais uma vez, foi vitorioso.
No Senado Federal, vendo as práticas dos atuais detentores do poder, Jarbas sente-se frustrado. Daí não ter sido surpresa para mim a resposta que ele deu a um repórter:
Pergunta – O senhor fez parte de um grupo que conduzia o PMDB na década de 70 e 80. Após 20 anos o sr. retorna ao Congresso. O que o sr. notou de diferente com o PMDB que atua hoje no Senado?
Jarbas – Não acho que há termos de comparação entre esse PMDB e aquele MDB. Aquele grupo foi criado para dar um pouco mais de agressividade ao combate à ditadura, defender com mais clareza a linha programática do partido. Era minoritário, mas conseguiu por meio da atuação melhorar a linha do partido. A grande maioria dos peemedebistas hoje é governista. Eu sou um dissidente, faço parte de um grupo minoritário.Acho que o PMDB hoje faz parte de uma coalizão que foi feita em termos de objetivos, princípios e programas na feição de um loteamento. Loteamento que está se dando ainda, que não se exauriu...
Um político admirável esse Jarbas Vasconcelos. Probo e sem papas na língua (pena não ter falado antes. Mas Lula e a banda podre do PMDB vão fritá-lo em fogo brando. Tudo feito por aqueles cuja desonestidade Jarbas escancarou.
ResponderExcluirLiderados por Renan Calheiros, o maior mafioso do atual governo.
LUCIANO PIRES
"Não é difícil entender as razões por trás da entrevista do senador Jarbas Vasconcellos à revista Veja
ResponderExcluirNa entrevista ele acusa seu partido, o PMDB, de abrigar corruptos e lutar por cargos. Faltou explicar onde está a novidade.
No governo FHC, esse mesmo PMDB, tendo como pontas-de-lança o Ministro dos Transportes Eliseu Padilha e Gedel Vieira Lima, uma seleção enriquecida por Gilberto Miranda e outros notáveis, negociou cargos, benesses e massacrou Itamar Franco na convenção do partido. E os episódios ocorreram nos tempos em que Jarbas era dos grandes nomes do partido. É o mesmo PMDB de agora, com os mesmos personagens de antes.
O papel do PMDB e as formas de cooptá-lo fazem parte do know-how de governabilidade criado por FHC e apropriado por Lula. Então, qual a razão da indignação tardia de Jarbas? É aí que se entra na parte mais interessante da entrevista: a maneira como foi preparada. ..."
Fonte: Blog do Luis Nassif
Vale a pena ler na íntegra.
Glerger Sabiá
Caros anônimos:
ResponderExcluirAmbos têm razão.
- Jarbas é honesto e o governo e a banda podre do PMDB vão fritá-lo (o mais rápido que puder);
- O PMDB foi cooptado desde o tempo de Sarney. FHC manteve a triste prática. Basta dizer que o Renan Calheiros (hoje o amigo de fé e irmão camarada de Lula) foi ministro da Justiça no governo FHC.
Mas, pelo amor de Deus, não venha com citações desse picareta do Luiz Nassif...é zombar da inteligência de quem procura ser coerente e independente neste caos moral e predominância dos bajuladores que tomara, conta do Brasil atual...