A minha mente sacana
ao lado da minha alma sonsa
vingam-se do meu silêncio
em profundos uivos.
Tenho de ser forte.
Andar com unha encravada.
Meditar com acne na bunda.
Tenho de ser poeta.
Prender com maestria o soluço.
Olhar para os lados e para o teto.
Alcançar uma formiga.
Assoprar as nuvens de poeira.
Espirrar distante do prato de sopa.
Mas acertar no abdome a mosca -
como se contrai o demônio
em seu ventre.
Ela morreu de fato
ou se faz em pantomima?
Há muito deixei de lado a felicidade -
Nessas horas de torpor e mormaço
é inútil brincar de espadachim com abelha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário