Sempre pela manhã o filho único odeia escovar os dentes.
Primeiro anseia a iguaria,
para só depois bem mais tarde
tratar dos seus roedores.
Uma batalha incutir na sua cabecinha
da tragédia anunciada dos dentes podres.
Explico-lhe da sujeira da sua boca.
Das bactérias do dragão de Komodo em seu bafo.
O pequeno também argumenta.
Usa de estratagemas.
Tenta cansar-me, exasperar-me, enlouquecer-me.
Então não mais havendo
nem conversa nem brincadeira
apelo para a minha autoridade de pai
e para a minha força bruta de primata.
Ergo a sandália,
o maluco dispara pelo corredor.
Acaba na pia com a escova na mão -
é claro, blasfemando contra o quinto mandamento.
Mas resmunga baixinho,
e eu faço de conta que não ouço.
é isso que digo: tirar leite de pedra. tirar ondas do trivial.
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