sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Pinhão Roxo

Minha alma sonsa -
sempre soube desde a infância.

Não me acostumo ao seu embotamento físico.
Ao silêncio pálido que lhe rompe das vísceras.

Minha alma sabe da sua química ultrajante.
Do poder lactante do seu esperma.
Da cura que lhe brota das lágrimas.
Do sangue coado e doce.

Batalha imensa convencer-lhe
dos seus justos delírios.
Da porta aberta.
Dos passos firmes ao precipício.

Minha alma não morre só
ou não morre nunca -
arrasta-me junto.

Inventa transe, arrependimento, farsa.
E me leva em um forte abraço -
apesar da minha revolta.

Mas o que é a revolta de um poeta lunático
para uma alma tão pomposa cheia de braços e cheia de beijos?

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