Aqueles peixes que antes eu trazia no míope olhar
ultimamente muito difícil tragá-los.
Não sei ao certo se foram eles
descontentes da minha vista cansada
que fugiram dos meus anzóis de retinas opacas
ou se fui eu distante das tempestades marítimas
que os afugentei dos meus dedos descamados.
A minha alma anda conforme meus passos -
sem guelras ofegantes,
de mosaico em mosaico
na mesma calçada.
Este poeta, poeta como um vate em praça pública. Tem vezes que tenho a sensação que parece uma tirada de primeira, sem pensar, apenas vertendo nas ruas a seiva do seu viver. Afinal este poeta tem uns dedos descamados que perderam o peixe fisgado que era ele mesmo.
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