Ao redor da pracinha
janelas e portas se abrem e fecham suas vidinhas
e portas de enrolar desenrolam a vida com hora marcada
flores nunca abertas...ou fechadas
estariam atentas à conversa nos bancos
ao riso dado a uma borboleta, uma lagarta...
nenhum jardineiro molha
e a tabuleta às avessas:
"favor pisar, grama invisível aos olhos"
a área acompanha o evoluir do imobiliário ao redor
e olhos deitam os cotovelos a ver os passantes
janelas de vidas também resignadas
e essa resignação é a velha opção
anti-criatividade
passando por ali uma poesia de aves
procurando galhos
viu que a paisagem incomoda menos
no lugar onde se mora há tempos
Uma praça e seu evoluir imobiliário. Que é ao mesmo tempo imóvel e o próprio móvel por trás do evoluir. Ou seja a dinâmica urbana que entendemos como a somatória de todas a coisas humanas e seu incompreensível sobre o mais tedioso cotidiano. Marta F. sempre se entremeando neste incompreensível que nos salvo do vazio da inexpressividade frente ao expressivo vitorioso do capitalismo.
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