sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Três e trinta

Em cada esquina
O tempo ejacula um poste
Com um entroncamento
De fios de alta tensão

Por onde entre ângulos exóticos
De paralelos elétricos se vê
Um avião planar seus metais
Antes de pousar sua melancolia

Enquanto a corrente passa
Fazendo um zumbido seminal
Os micro-ondas agendam
Seus compromissos eletrônicos

Uma janela decaída
Do primeiro andar decaído
Em tese se alimenta da luz lilás
De um supremo abajur

Lá naquele intransigente
Apartamento decaído
Florinda toda acorrentada
Treme de gozo a cada chicotada

2 comentários:

  1. "Lá naquele intransigente
    Apartamento decaído
    Florinda toda acorrentada
    Treme de gozo a cada chicotada"

    ducaralho lobisomem. bom ler algo de seminal no cult, que está quase quase uma bíblia da direita: toda esquerda é satanás e burra, e padres e bispos pululam feito cabritos em textos chatos e de valor questionável. todas as vezes que leio alguma "loa" catolica, me dá saudade do titãs "eu não gosto de padre, de madre, de frei. não gosto de bispo, de cristo NÃO DIGO AMÉM.

    como disse, bom demais. continue atirando textos nas janelas dos santos. um dia a gente acorda a porra do síndico.

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  2. Valeu The Lupas,

    como diria Nelson Rodrigues, só para chatear: a direita e a esquerda olham a cagada no espelho,
    enquanto os ululantes ululam

    tô com o computador com crise existencial, uma conexão ruim, uma milícia imbecilóide e disfarçada contra minhas postagens e uma inevitável vontade de chutar o pau da barraca

    vai ter que ser assim, se é para a infelicidade geral da ração, diga ao ovo que eu frito

    vlw, man

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