sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Um santo entre nós - por Armando Lopes Rafael




Para Joaquim Pinheiro Bezerra de Menezes,
um cratense fidelíssimo às suas origens,
residente em Recife.



Devo a Joaquim Pinheiro Bezerra de Menezes os primeiros relatos sobre a vida de São Luis Orione. Lembrei-me, ao receber um e-mail enviado por Joaquim, de uma viagem que fiz ao Sudoeste do Maranhão e Norte do Tocantins, no final de 2008. Lá, ouvi falar – quiçá pela primeira vez – no nome de “Dom Orione”. Também conheci algumas obras (educacionais, assistenciais e pastorais), existentes naqueles dois estados, administradas pelos “orionitas”, ou seja, pelos continuadores do trabalho de São Luiz Orione. Os orinitas estão naquelas paragens há mais de 50 anos.
O bispo da diocese de Balsas (MA), Dom Enemésio Ângelo Lazzaris, nascido em Santa Catarina é orionita. A diocese de Tocantinópolis (TO) conta com a presença – desde 1952 – dos orionitas. Lá existe o Ginásio Dom Orione, o mais conhecido e o mais tradicional estabelecimento de ensino do Norte tocantinense. Em Araguaína – a mais importante cidade do Tocantins – é forte presença dos filhos de Dom Orione, desde quando era simples distrito em 1953. Atualmente, em Araguaína, os orionitas administram uma faculdade, um seminário para formação do clero, colégios, paróquias e várias obras assistenciais.
Por conta do relato de Joaquim senti-me impelido a pesquisar – na Internet – sobre Dom Orione. E descobri que este santo fundou, na Itália, sua terra natal, a Pequena Obra da Divina Providência, a qual, posteriormente, se espalhou na Europa, no continente americano e na África. Recentemente os orionitas se fixaram também nas Filipinas, Jordânia e em países do Leste europeu.
O que tem de diferente São Luiz Orione?
Ele costumava dizer que era o padre de todos, mas, sobretudo daqueles que não vão à igreja. Luiz Orione esteve no Brasil em 4 ocasiões, em viagens missionárias, (1921, 22, 34 e 37). A primeira visita foi feita a pedido do Arcebispo de Mariana (MG), Dom Silvério Gomes Pimenta, o primeiro arcebispo negro brasileiro. Dom Orione foi convidado a trabalhar em favor dos pobres, principalmente dos filhos dos negros. Naquela ocasião, ele passou uma temporada no interior de Minas Gerais (na cidade Mar de Espanha) onde seus discípulos já atuavam desde 1914.
Dali seguiu para as cidades do Rio de Janeiro (onde fundou um abrigo para órfãos) e São Paulo, onde abriu instituições no bairro do Brás. A penúltima visita do Padre Orione ao Brasil, como já frisei, foi em 1934. Ele passou pelo Rio de Janeiro no mesmo navio que conduzia o cardeal Eugenio Pacelli, mais tarde Papa Pio XII. Este último se dirigia a Buenos Aires, como representante do Papa, para participar de um Congresso Eucarístico. Na Argentina, São Luiz Orione fez trabalhos missionários no interior daquele país. Viajou em seguida para o Uruguai e Chile, onde permaneceu até 1937.
Naquele ano, na volta à Itália, passou novamente pelo Rio de Janeiro, onde – no alto do Corcovado, sob a imagem de Cristo Redentor, afirmou: “O que não pude fazer pelo Brasil em vida, farei após minha morte". Suas palavras vêm sendo fielmente cumpridas.
Hoje os orionitas atuam de Norte a Sul do Brasil, em centenas de instituições administradas pelos ramos masculino, feminino e por leigos, presentes em quase todos os estados da federação.
Os brasileiros precisam conhecer a vida e obra de São Luiz Orione!

Um comentário:

  1. Concordo contigo. Joaquim é um cratense fidedígno !
    Gosto muitíssimo dele, desde a infância.
    Foi , e continua sendo uma pessoa admirável , em todosos sentidos , inclusive no literário !

    ResponderExcluir