(Fonte: Folha Online)
1 - Ex-ministro de Lula assume defesa da construtora Camargo Corrêa
O advogado criminalista Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça do governo Luiz Inácio Lula da Silva, assumiu a defesa da construtora Camargo Corrêa, alvo da Operação Castelo de Areia, da Polícia Federal. A operação, deflagrada na quarta-feira (25), resultou na prisão de dez pessoas, entre elas quatro executivos e duas secretárias da construtora. Ontem, a defesa da construtora ajuizou um pedido de habeas corpus para libertar os funcionários presos pela PF.
O ex-ministro, substituído em março de 2007 por Tarso Genro, afirma que não houve influência do Palácio do Planalto para que assumisse o caso. "Tenho amigos pessoais lá dentro [da Camargo Corrêa] e eles que me procuraram. Nada de Planalto. Estive com o presidente, mas só por cinco minutos, só para cumprimentá-lo no meio de uma reunião que ele estava tendo", afirmou Bastos à Folha Online.
O advogado criminalista Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça do governo Luiz Inácio Lula da Silva, assumiu a defesa da construtora Camargo Corrêa, alvo da Operação Castelo de Areia, da Polícia Federal. A operação, deflagrada na quarta-feira (25), resultou na prisão de dez pessoas, entre elas quatro executivos e duas secretárias da construtora. Ontem, a defesa da construtora ajuizou um pedido de habeas corpus para libertar os funcionários presos pela PF.
O ex-ministro, substituído em março de 2007 por Tarso Genro, afirma que não houve influência do Palácio do Planalto para que assumisse o caso. "Tenho amigos pessoais lá dentro [da Camargo Corrêa] e eles que me procuraram. Nada de Planalto. Estive com o presidente, mas só por cinco minutos, só para cumprimentá-lo no meio de uma reunião que ele estava tendo", afirmou Bastos à Folha Online.
2 - Lula diz que trabalhadores devem evitar pedir aumento durante crise
O presidente e ex-sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva recomendou aos trabalhadores brasileiros nesta sexta-feira que evitem pedir aumento durante o período de crise internacional. Em discurso na Feicom (Feira Internacional da Indústria da Construção), em São Paulo, o presidente --que presidiu o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo-- afirmou que sua experiência como sindicalista mostra que, em momentos de crises financeiras, é melhor evitar o confronto com as empresas e deixar o pedido de aumento salarial para depois.
3 - Senado gasta R$ 83 milhões e 400 mil em "ajuda de custo"
É o que ocorre no final e no início de todos os anos, quando os senadores recebem 14º e 15º salários. Além de hora extra em mês de férias, 9.512 funcionários do Senado, entre ativos, aposentados e pensionistas, receberam R$ 83,4 milhões de ajuda de custo referente aos meses de dezembro de 2008 e fevereiro deste ano. O pagamento não consta no contracheque dos servidores da Casa. A ajuda de custo é conhecida no Senado pelo nome de "diferença de teto" e concedida com base na interpretação da Casa para uma resolução de 1993 que vincula o salário dos servidores ao dos senadores. Desde então, os servidores têm direito a uma parte do salário adicional que os senadores recebem.
Coisas da República
ResponderExcluirCheio de mordomias, Senado Federal é “igual ao Céu”
28 de março de 2009
Nos últimos meses, revelou-se que a parte mais nobre do Parlamento funciona aos moldes de um sultanato, onde tudo pode - inclusive infringir leis, desde que em benefício dos senadores e dos próprios funcionários. Nepotismo é proibido. No Senado, há parentes de servidores espalhados em várias repartições. O maior salário da República, 24 500 reais, deve ser obrigatoriamente de um ministro do Supremo Tribunal Federal. Há pelo menos 700 pessoas no Senado, segundo levantamentos oficiais, recebendo acima desse limite. Sem fiscalização e funcionando de maneira autônoma, o Senado é administrado como se fosse uma confraria - uma confraria com o meu, o seu, o nosso dinheiro.
Em uma década, o orçamento do Senado saltou de 882 milhões de reais para 2,7 bilhões neste ano. É disparada a casa parlamentar mais cara aos brasileiros. Cada um dos 81 senadores consome 33,8 milhões de reais por ano. É um custo cinco vezes superior ao de um deputado federal em Brasília. Nada menos que 2,2 bilhões de reais, ou 80 % de seu orçamento anual, é gasto com pagamento de salários.
O senador Mão Santa, do PMDB do Piauí, tem um servidor lotado em seu gabinete, Ariceslo Lopes, que exerce função de "coordenador de Atividade Policial" do Senado. Com direito a broche azul de "autoridade", uma relíquia que dá acesso a várias benesses, o diretor deveria cuidar, entre outras coisas, da segurança dos parlamentares. Mas ela nunca foi visto nem no gabinete de Mão Santa, onde é lotado, nem na Polícia Legislativa, onde ocupa a prestigiosa função de diretor.
Na semana passada, VEJA visitou a sala dos seguranças e perguntou pelo tal chefe. "Ari o quê?", indagou o primeiro funcionário. "Acho que ele está no Piauí", disse um segundo. O terceiro reconheceu: "Faz no mínimo dois anos que ele não aparece aqui", informou Rauf de Andrade, chefe de gabinete da polícia do Senado. Aricelso, ao que tudo indica, é um fantasma. O gabinete de Mão Santa disse que ele foi contratado para capturar um pistoleiro que ameaçava o senador.
Diretorias - O diretor caçador de bandido é bom um exemplo de como funciona a irmandade de interesses entre senadores e funcionários. Em 1995, havia no Senado sete secretarias e 30 subsecretarias, órgãos cujos titulares têm status de diretor, acumulando aos salários gratificações que variam de 3 200 a 4 800 reais. Em 14 anos, o número cresceu para 181. Para atender aos reclames financeiros dos servidores, os parlamentares autorizaram uma série de nomeações esdrúxulas, como diretores de check-in, de garagem e de clipping.
A moda pegou e diretorias passaram a ser criadas para toda sorte de necessidades e interesses. Em 2001, um senador foi flagrado pela esposa em seu gabinete com uma funcionária do Senado, casada com outro servidor da Casa. Confusão pesada. Para evitar um escândalo, a mulher foi afastada do Senado. Para o marido traído, foi então criada uma diretoria.
Soluções - O primeiro passo para sanar as distorções do Parlamento está sendo dado com a abertura da caixa-preta. O segundo conjunto de propostas é mais complexo e, de acordo especialistas, envolve uma reforma profunda na estrutura administrativa. Hoje, os senadores elegem um primeiro-secretário, que fica encarregado de tocar o dia-a-dia da burocracia, como um síndico. Essa gerência política, como acontece em outras repartições públicas, tornou-se um foco sistêmico de fisiologismo e de corrupção - afinal, trata-se de um orçamento de quase 3 bilhões de reais.
O ideal é que essas tarefas burocráticas fiquem sob responsabilidade de servidores concursados, com mandato limitado a poucos anos. Uma terceira medida é promover uma lipoaspiração geral na burocracia, cortando funcionários terceirizados, extinguindo gratificações e acabando com mordomias. Sob a condição de permanecer anônimo, do alto de seus vencimentos mensais de 17 mil reais líquidos, trabalhando três dias por semana, recebendo horas-extras e gratificações, um servidor do Senado explica por que acredita ter um dos melhores empregos do mundo: "O Senado é igual ao Céu. A diferença é que aqui você ainda chega vivo."
Leia a reportagem completa em VEJA desta semana
Outra parte do texto em tela que deveria ter sido incluído no 1º comentário:
ResponderExcluirSarney criou 4 mil (isso mesmo: 4 mil) novos cargos
Quando assumiu a presidência do Congresso, em 1995, o senador José Sarney fez de Agaciel diretor-geral. A gestão de Agaciel provocou um inchaço assombroso na Casa. Nos últimos catorze anos, foram criadas 4 000 vagas. Dessas, pouco mais de 150 (é bom repetir:apenas 150 dos 4.000 novos cargos) foram preenchidas por concurso público.
As demais foram ocupadas por nomeações políticas.
Hoje, existem quase 10 000 funcionários para atender 81 senadores. Vale ressaltar que, embora oficiais, esses números são estimados. A máquina administrativa se fecha para os próprios senadores. Presidente do Senado entre dezembro de 2007 e fevereiro deste ano, Garibaldi Alves (PMDB-RN) jamais conseguiu que lhe entregassem a lista dos 85 cargos de confiança do gabinete da presidência.