terça-feira, 3 de março de 2009

O Livro Negro do Comunismo



Dedicado ao poeta Lupeu Lacerda
que falou em "centenas", enquanto eu cito MILHÕES




“A fome não só destruiu a fé no Czar, como também a fé em Deus”.
Quem terá pronunciado essas palavras brutais e cínicas?

Vladimir Ilitch Oulianov, vulgo Lenine, homem símbolo do comunismo soviético – o maior crime cometido na História – utilizou a fome como meio “didático” de transformar a sociedade e extirpar qualquer fé religiosa. Ele, a exemplo de Marx, considerava a religião o “ópio do povo”.
O livro, objeto deste artigo, examina os frutos criminosos desse regime monstruoso.
O século XX deixou pesadas heranças. Entre elas, os erros da Rússia espalhados pelo mundo, como previu Nossa Senhora em Fátima. Erros que se condensaram numa bandeira tinta de sangue: a do comunismo. O Livro Negro do Comunismo, há alguns anos editado no Brasil pôs em foco a magnitude dos crimes gerados por esses erros. Desde que foi publicado na França, em 1997, ele suscita apaixonadas polêmicas. Numerosos simpatizantes do comunismo saíram da moita em defesa do partido. No Parlamento francês, o Primeiro-ministro socialista Lionel Jospin correu em socorro de seus aliados do Partido Comunista, denunciados por deputados da direita com base no referido Livro Negro . Apareceu até um volume criticando essa obra, ironicamente intitulado Livro Negro do Capitalismo, aliás tão pífio que a revista “Veja” o qualificou de “obra idiota e estapafúrdia” .
O Livro Negro do Comunismo foi escrito por esquerdistas. O coordenador da equipe é Stéphane Courtois, diretor da revista Communisme e diretor de investigações do prestigioso Centre National de la Recherche Scientifique de Paris. Ele vem do maoísmo e se define como anarquista. Os títulos e obras dos demais colaboradores ocupam algumas páginas. Por sua vez, a Rússia abriu-lhes arquivos até então zelosamente fechados.

A erudição é esmagadora, e a realidade retratada, estarrecedora. Segundo os cálculos, o comunismo é responsável por cerca de 100 milhões de mortos. Só na China somam 63 milhões, e na Rússia 20 milhões. E isso apesar de os autores minimizarem as cifras. Exemplos: a Comissão sobre Repressão do governo russo concluiu que os bolchevistas mataram pelo menos 43 milhões de pessoas entre 1917 e 1953. Na Coréia do Norte, segundo a agência católica Zenit, o comunismo matou de fome 3,5 milhões, sete vezes mais do que os autores informam.

Em 1966, Mao lançou a Revolução Cultural. Tratava-se de reduzir a pó os vestígios do passado, de eliminar tudo quanto falasse da alma espiritual ou evocasse a beleza. Os cenários e guarda-roupas da Ópera de Pequim foram queimados. Tentou-se demolir a Grande Muralha, e os tijolos arrancados serviram para construir chiqueiros! Era proibido possuir gatos, aves ou flores!
À palavra intelectual acrescentava-se sempre o qualificativo fedorento. Os professores deviam desfilar por ruas e praças em posições grotescas, latindo como cães, usando orelhas de burro, se auto-denunciando como inimigos de classe. Alguns, sobretudo diretores de colégio, foram mortos e comidos. Templos, bibliotecas, museus, pinturas, porcelanas viraram cacos ou cinzas.
Os mortos são calculados entre 400 mil a 1 milhão, e os encarceramentos em torno de 4 milhões: uma alucinante ninharia, se comparada aos massacres da Reforma Agrária e do “salto para a frente”! Apesar disso, a Revolução Cultural serve até hoje como fonte de inspiração para revoluções do gênero.

Genocídio comuno-ecológico no Camboja

A China moldou os regimes comunistas do Oriente. Particularmente o do Camboja, onde os guerrilheiros vermelhos exterminaram mais de um quarto da população nacional. Logo após a conquista da capital, Phnom Penh, metade dos habitantes do país foi impelida para as estradas. Doentes, anciãos, feridos, ex-funcionários, militares, comerciantes, intelectuais, jornalistas eram chacinados no local. 41,9% dos habitantes da capital foram eliminados nessa ocasião. Para poupar bala ou por sadismo, matava-se com instrumentos contundentes.
As multidões de ex-citadinos foram conduzidas a campos coletivizados. Ali trabalhavam em condições duríssimas, recebiam horas de doutrinação marxista, com pouco sono, separação total da família, vestimentas em farrapos e sem remédios.
O país transformou-se num só conglomerado de concentração. Não havia tribunais, universidades, liceus, ensino, moeda, comércio, medicina, correios, livros, esportes ou distrações. Os ex-citadinos viraram bestas de carga, enquanto ouviam elogios do boi que trabalha sem protestar, sem pensar na mulher e nos filhos.
Vestiam um uniforme único, de cor preta, e se arrastavam famintos pelos campos mal explorados. Os fugitivos sumiam na selva ou eram sadicamente chacinados. Comiam insetos, ratos e até aranhas, disputavam com os porcos o farelo das gamelas. Grassava o canibalismo. Designavam-se prisioneiros para serem transformados em adubo! Por vezes, na colheita da mandioca, “desenterrava-se um crânio humano através de cujas órbitas saíam as raízes da planta comestível” (p. 728).
Os chefes comunistas Cambojaanos haviam estudado na França, onde militaram no Partido Comunista Francês, tendo então conhecido as novas doutrinas ecológicas... Sua meta: eliminar o senso da própria individualidade, todo sentimento de piedade ou amizade, qualquer idéia de superioridade. Assim, queriam forjar o “homem novo”, integrado na natureza, espontaneamente socialista, detentor de um saber meramente material, de um pensamento que não pensa.
Resultado: diminuição demográfica de 3,8 milhões de pessoas; 5,2 milhões de sobreviventes; 64% dos adolescentes órfãos; e um povo psiquicamente arrasado.
(Quem desejar ver mais detalhes acessar o site dos universitários de Brasília:

13 comentários:

  1. Lupeu:
    Na verdade, seja “centenas”, seja “milhões”, seja UM ÚNICO ASSASSINATO, nada, absolutamente nada, justifica tirar a vida de um ser humano.
    Leon Frejda Szklarowsky escreveu certa feita:
    “O bem mais precioso do universo é a vida. E o homem, sem dúvida. Quando a vida humana, bem mais precioso entre todos os demais, nada mais vale, é sinal de que o homem deve parar e fazer profunda reflexão, porque chegou ao fundo do abismo e há que se repensar o sentido de todas as coisas!”

    Os sinos dobram por todos que foram ceivados por carniceiros ideológicos...

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  2. Armando esclarecedora postagem.

    Amigo Lupeu, como é triste e vergonhoso saber que a implantação de um sistema feita pelos homens tenha acontecido tantas falhas, mas não podemos condenar uma forma de ver e viver o mundo, mesmo que utopicamente tão bela que é o comunismo, onde temos como principal defensor o nosso querido Jesus Cristo. Mas ao mesmo tempo é confortante saber que a expansão do capitalismo Europa a fora, como por exemplo a colonização da América e a neocolonização africana, se deu com flores e caviar e extremamente regada de Fraternidade, liberdade e Igualdade.

    Saudações Geográficas!
    João Ludgero

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  4. Armando, acho que na postagem do Lupeu vocês postou que a citação "A religião é o ópido do povo" seria de Marx, como realmente nos parece. Recomendo a leitura de um artigo muito bom do cineasta e jornalista Ipojuca Pontes. Eis o endereço e "boas surpresas":

    http://www.olavodecarvalho.org/convidados/ipojuca2.htm

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  6. www.olavodecarvalho.org/convidados/ipojuca2.htm

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  7. Meu caro João Ludgero,
    Apenas um esclarecimento: A Igreja Católica sempre condenou o socialismo/comunismo.

    Magistral quanto a isto é o pronunciamento do Sumo Pontífice Pio XI, que tão bem alertava quanto aos males da doutrina comunista:

    “A doutrina comunista que em nossos dias se apregoa, de modo muito mais acentuado que outros sistemas semelhantes do passado, apresenta-se sob a máscara de redenção dos humildes. E um pseudo-ideal de justiça, de igualdade e de fraternidade universal no trabalho de tal modo impregna toda a sua doutrina e toda a sua atividade dum misticismo hipócrita, que as multidões seduzidas por promessas falazes e como que estimuladas por um contágio violentíssimo lhes comunica um ardor e entusiasmo irreprimível, o que é muito mais fácil em nossos dias, em que a pouco eqüitativa repartição dos bens deste mundo dá como conseqüência a miséria anormal de muitos. [...] Ora, a doutrina que os comunistas em nossos dias espalham, proposta muitas vezes sob aparências capciosas e sedutoras, funda-se de fato nos princípios do materialismo chamado dialético e histórico, ensinado por Karl Marx, de que os teóricos do bolchevismo se gloriam de possuir a única interpretação genuína. Essa doutrina proclama que não há mais que uma só realidade universal, a matéria, formada por forças cegas e ocultas, que, através da sua evolução natural, se vai transformando em planta, em animal, em homem. [...] É, pois, evidente que neste sistema não há lugar sequer para a idéia de Deus; é evidente que entre espírito e matéria, entre alma e corpo não há diferença alguma; que a alma não sobrevive depois da morte, nem há outra vida depois desta. [...] Aqui tendes, Veneráveis Irmãos, diante dos olhos do espírito, a doutrina que os comunistas bolchevistas e ateus pregam à humanidade como novo evangelho, e mensagem salvadora de redenção! Sistema cheio de erros e sofismas, igualmente oposto à revelação divina e à razão humana; sistema que, por destruir os fundamentos da sociedade, subverte a ordem social, que não reconhece a verdadeira origem, natureza e fim do Estado; que rejeita enfim e nega os direitos, a dignidade e a liberdade da pessoa humana” (Enc. Divini Redemptoris, nn.8-9.14).

    Portanto, considero uma heresia dizer que Nosso Senhor Jesus Cristo teria inspirado um regime tão antinatural e tão brutal como o comunismo...

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  8. Sobre a frase de Karl Marx, informo que está nos Manuscritos Econômico-Filosóficos, capítulo 2, "Contribuição à Crítica da Filosofia do Direito de Hegel".

    Vou citar só o parágrafo inteiro:

    "A religião é o suspiro do ser oprimido, o íntimo de um mundo sem coração e a alma de situações sem alma. É o ópio do povo.
    A miséria religiosa constitui ao mesmo tempo a expressão da miséria real e o protesto contra a miséria real. O banimento da religião como felicidade ilusória dos homens é a exigência da sua felicidade real.
    O apelo para que abandonem as ilusões a respeito da sua condição é o apelo para abandonarem uma condição que precisa de ilusões.
    A crítica da religião é, pois, a crítica do vale de lágrimas de que a religião é o esplendor."

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  9. Uma boa fonte para lermos críticas ao marxismo vem de um autor famoso, Adolf Hitler.

    Disse ele em Mein Kampf:

    " Levado pelas lições da experiência de todos os dias, comecei a pesquisar as fontes da doutrina marxista. Em casos individuais, a sua atuação me parecia clara. Diariamente, eu observava os seus progressos e, com um pouco de imaginação, podia avaliar suas consequencias. A única questão a examinar era saber se seus fundadores tinham presente no espírito todos os resultados de sua invenção ou se eles mesmos eram vítimas de um erro.

    As duas hipóteses me pareciam possíveis.

    No primeiro caso, era dever de todo ser pensante colocar-se à frente da reação contra esse desgraçado movimento, para evitar que chegasse às suas extremas consequencias; na segunda hipótese, os criadores dessa epidemia coletiva deveriam ter sido espíritos verdadeiramente diabólicos, pois só o cérebro de um monstro - e não o de um homem - poderia aceitar o plano de uma organização de tal porte, cujo objetivo final conduzirá à destruição da cultura humana e à ruína do mundo."

    AUTOR: HITLER, Adolf. Mein Kampf. São Paulo: Ed. Moraes, 1983, p. 51.

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  10. Armando Rafael:

    Quando cito Jesus Cristo e faço referência do mesmo ao socialismo é tendo por base alguns princípios utópicos hoje, mas que foram pregados por ele na sua breve passagem neste mundo imundo capitalista. Tenho a ceretza que você conhce que princípois são estes.

    Já enquanto heresia, e atribuir que a igreja sempre combateu o socialismo, não sei de que igreja fala, pois se atentar ao texto abaixo ficará um pouco mais esclarecido.

    SOCIALISMO CRISTÃO !

    O socialismo cristão é um movimento que teve o seu início em meados do Século XIX, nas obras de vários doutrinários cristãos católicos, principalmente franceses (Ozanam, Henri de Saint Simon, Lamennais, Montalembert, Albert de Mun) e alemães (Ketteler) que propunham um socialismo novo, baseado nos ideais do cristianismo, oposto à luta de classes, mas preocupado com as reivindicações das classes pobres e trabalhadoras, propondo um governo mais justo e uma sociedade mais equilibrada.

    O socialismo cristão desenvolveu-se, mais tarde, como um ramo ou variante progressista do catolicismo social consignado nas encíclicas papais, sobretudo de Leão XIII e Pio XI. Em oposição ao socialismo de Proudhon e, mais tarde, ao marxismo ou socialismo científico, mas opondo-se também e de igual modo ao capitalismo, o catolicismo social recusa a luta de classes, promove a colaboração entre patrões e trabalhadores e prega a aplicação da doutrina cristã e a intervenção do Estado para corrigir os males criados pela industrialização, criando uma maior justiça social e uma distribuição mais equitativa da riqueza produzida.

    O socialismo cristão, também dito movimento cristão social ou social-cristão, teve o seu apogeu após a encíclica papal "Rerum Novarum" de (1891) de Leão XIII, que pretendia constituir uma resposta progressista alternativa à corrente dominante da Associação Internacional dos Trabalhadores (depois Internacional Socialista), o socialismo materialista de Karl Marx, e também uma resposta cristã ao Manifesto do Partido Comunista de Marx e Engels(1848).

    Na encíclica Rerum Novarum, o Papa reconhece a gravidade das questões sociais provocadas pelo capitalismo que é considerado mau em si mesmo, pelo que só os valores cristãos poderiam corrigir esses males sociais, mas colocou-se contra alternativas igualitárias ou mesmo revolucionárias.

    O socialismo de cariz cristão, comumente denominado pelos católicos de Movimento Social Cristão, defende as organizações sindicais, as lutas dos trabalhadores em prol de melhores condições de trabalho e de vida e a justiça social.

    Não vá dizer que são falácias, pois consta numa das fontes que você consulta. http://pt.wikipedia.org/wiki/Socialismo_crist%C3%A3o

    Saudações Geográficas!
    João Ludgero

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  11. Caro João Ludgero,
    Entre a Wikipédia e a doutrina social da Igreja Católica - expressada pela voz dos Papas - eu fico com a doutrina social da Igreja.

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  13. O terror no Camboja praticado pelos membros do Khmer Vermelho foi algo abominável.

    Só acabou quando o Exército do Vietnã ocupou aquele país e os derrotou.

    É, aquele mesmo exército que havia derrotado os norte-americanos. O exército de um país dirigido pelo partido comunista, os vietcongs, tão temidos pelos yankees...

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