Não gosto dos sem terra. Dizem que isto e ser reacionário, mas não gosto de vê-los invadindo fazendas, parando estradas, ocupando linhas de trens, quebrando repartições públicas, tentando parar o lento progresso do Brasil.
Estou velho.
Não acredito em cotas para negros e Índios. Dizem que sou racista. Mas para mim racista é quem julga negros e Índios incapazes de competir com os brancos em pé de igualdade. Eu acho que a cor da pele não pode servir de pretexto para discriminar mas também não devia ser fonte para privilégios imerecidos provocando cenas ridículas de brancos querendo se passar por negros.
Estou velho.
Não sei se embrião tem vida ou não. Mas mesmo que tivesse não teria o menor remorso em sacrificar vários que certamente serão jogados no lixo para salvar ou melhorar uma única vida de um jovem, de um preto, de um índio e ate mesmo de um velho.
Estou muito velho.
Não quero ouvir mais noticias de pessoas morrendo de dengue. Tapo os ouvidos e fecho os olhos mas continuo a ouvir e ver. Não quero saber de crianças sendo arrastadas em carros por bandidos, ou de uma menininha jogada pela janela em plena flor de idade. Ou de meninos esquartejados pelos pais por serem 'levados'... Meu coração não tem mais força para sentir emoções.
Estou mais velho que o Oscar Niemeyer.
Ele ainda acredita em comunismo, coisa que deixou de existir. Eu não acredito em nada. Estou cansado de quererem me culpar por não ser pobre, por ter casa, carros, e outros bens todos adquiridos com honestidade, por ser amado por minha mulher e filhos. Nada mais me comove...
Estou bem envelhecido.
E acabo de cometer mais um erro!Ainda sou capaz de me comover e emocionar. Na cidade de Joinville houve um concurso de redação na rede municipal de ensino. O título recomendado pela professora foi: "Dai pão a quem tem fome". Incrível, mas o primeiro lugar foi conquistado por uma menina de apenas 14 anos de idade. E ela se inspirou exatamente na letra de nosso Hino Nacional para redigir um texto, que demonstra que os brasileiros verde amarelos precisam perceber o verdadeiro sentido de patriotismo. Leiam o que escreveu essa jovem. É uma demonstração pura de amor à Pátria e uma lição a tantos brasileiros que já não sabem mais o que é este sentimento cívico. O patriotismo dessa jovem de Joinville usando a letra do hino nacional para mostrar o seu amor pelo Brasil me comoveu.
O que houve, meu Brasil brasileiro? Perguntei-lhe!
E ele, espreguiçando-se em seu berço esplêndido, esparramado e verdejante sobre a América do Sul, respondeu chorando, com suas lágrimas amazônicas: Estou sofrendo. Vejam o que estão fazendo comigo...Antes, os meus bosques tinham mais flores e meus seios mais amores. Meu povo era heróico e os seus brados retumbantes. O sol da liberdade era mais fúlgido e brilhava no céu a todo instante. Onde anda a liberdade, onde estão os braços fortes?Eu era a Pátria amada, idolatrada. Havia paz no futuro e glórias no passado. Nenhum filho meu fugia à luta. Eu era a terra adorada e dos filhos deste solo era a mãe gentil.Eu era gigante pela própria natureza, que hoje devastam e queimam, sem nenhum homem de coragem que às margens plácidas de algum riachinho, tenha a coragem de gritar mais alto para libertar-me desses novos tiranos que ousam roubar o verde louro de minha flâmula.
Eu, não suportando as chorosas queixas do Brasil, fui para o jardim. Era noite e pude ver a imagem do Cruzeiro que resplandece no lábaro que o nosso país ostenta estrelado. Pensei... Conseguiremos salvar esse país sem braços fortes? Pensei mais... Quem nos devolverá a grandeza que a Pátria nos traz?Voltei à sala, mas encontrei o mapa silencioso e mudo, como uma criança dormindo em seu berço esplêndido.”
Mesmo que ela seja a ultima brasileira patriota, valeu a pena viver para ler o seu texto. Por isso estou enviando para vocês.
Detesto correntes na Internet...
mas agora que me tornei um velho emocionado vou romper com este hábito.
De alguém que ama muito o Brasil...
Afrânio B. de Souza
Afrânio B. de Souza
Apenas num ponto discordo desta reflexão do Sr. Afrânio B.de Souza.
ResponderExcluirNaquela que ele diz que não sabe se o feto tem ou não vida.
Creio, firmemente, no postulado ensinado pela Igreja Católica quando afirma:
"O que está em questão é a sacralidade da vida humana, que tem sua origem e a razão de sua dignidade no ato criador de Deus, Mesmo para aqueles que não fazem uma leitura religiosa da vida humana, ninguém tem o direito de violar a vida do próximo. O reconhecimento da dignidade da pessoa é base para toda lei positiva e compete ao cidadão contar com a proteção das leis contra os que agridem sua vida e tentam eliminá-la."
Armando: esta é uma questão efetivamente em aberto. Não há um ponto final. Tanto é isso, quanto aquilo e por isso mesmo que o discurso do Estou Velho não é um todo, é fragmentado, contraditório até em algumas questões. Parabéns por ter postado esta visão de mundo, esta coisa que ele chama patriotismo e que muitos certamente não chamariam, este sentimento de proprietário que possui e que se contrapõe a outros que acham necessário lutar para também consegui-lo no horizonte de suas vidas ligeiras. Não existe efetivamente um ponto final neste mundo em rápida transformação.
ResponderExcluirArmando gostei muito desta postagem.Parabéns.....
ResponderExcluirEstou aqui, pensando..."temos que matar um leão a cada dia para superá-lo": Conviver com fatos grotescos de competição, acordar cedo para superar o trânsito, encarar os medos urbanos, se esquivar do sangue jornalístico... Aí outro dia, enfermo, meu médico me perguntou, vale a pena??? então pairou a dúvida, de quê? no meu pensamento em redemoinhos. Então respondi, não vale. Me comovendo com a postagem certeira do Armando, me pergunto! será que já sou um velho, aos meus 44 anos? pois é assim que me sinto por me identificar profundamente com o texto.
ResponderExcluirCom certeza hoje estarei mais aliviado por saber que ainda existem pessoas que buscam uma pátria sadia, para que esta seja ainda mais amada.
Abraço.