Popularidade de Lula: verdade ou bluff? – por Armando Lopes Rafael

Segundo a última pesquisa CNT/Sensus – divulgada em 30 de março último – a avaliação positiva ao governo do presidente Lula caiu para 76,2%. Em fevereiro essa avaliação atingia 84%. A queda foi de 8 pontos. Já de acordo com a pesquisa do Instituto Datafolha, a aprovação ao governo do presidente Lula caiu cinco pontos percentuais, passando de 70% para 65%.
Lembro-me de que os áulicos do presidente esbravejavam que Lula teria 90% de apoio dos brasileiros. Como se vê, a margem de apoio é bem menor do que a alardeada pelos louvinheiros. E está em queda. Pode piorar quando o governo anunciar medidas no rendimento das cadernetas de poupança, cujas primeiras especulações são altamente danosa para os brasileiros que economizam com muita dificuldade com vistas a garantir a educação dos filhos ou compra de algum bem.
Confesso que não tenho mais saco para ficar escutando notícias - durante todo o ano – atribuindo altas cotas de popularidade ao presidente Lula. Para mim elas são inverificáveis na vida real. Um exemplo foram as últimas eleições municipais, quando o PMDB continuou sendo o partido com o maior número de prefeituras, estando à frente de 1.202 municípios e de seis capitais, destacando: Rio de Janeiro, Porto Alegre e Salvador. Sendo que nas duas últimas capitais citadas, o PT foi o grande derrotado. O PT consolida seu retrocesso nas regiões sul e sudeste, a exemplo de São Paulo, Porto Alegre.
E o pior é que – aconselhado por assessores – o presidente decidiu se engajar pessoalmente nas eleições municipais do ano passado, (apostando na sua alardeada popularidade) em favor de candidatos petistas ou da base aliada. O resultado foi constrangedor para Lula. A derrota dos candidatos petistas nas grandes cidades brasileiras foi marcante, sendo apresentada em manchetes até na Europa. Consta que alguns candidatos governistas teriam mesmo solicitado ao presidente não aparecer em comícios no segundo turno.
A maturidade nos ensina que não se sabe o que vai acontecer daqui para 2010. O presidente pode até recuperar os pontos perdidos. Muita água ainda vai rolar debaixo da ponte. Entretanto, duas coisas são certas: os índices de popularidade de Lula são - e serão sempre - atribuídos pelo povo e não pela Guarda Pretoriana do presidente. E a quebradeira que está ocorrendo nos 5.564 municípios brasileiros vai influir decisivamente nas eleições presidenciais do próximo ano...